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Ian Gastim·22 novembre 2024
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Ian Gastim·22 novembre 2024
O mundo vai saber oficialmente, no dia 11 de dezembro, onde será a Copa do Mundo de 2034, em anúncio programado para o próximo congresso da Fifa.
Sem concorrentes, a Arábia Saudita deve ser mesmo confirmada como país-sede do evento, numa candidatura ambiciosa, que passou por denúncias da comunidade internacional, por supostas violações em direitos humanos, e ceticismo quanto à aceitação do público LGBTQIA+ no país.
À frente do projeto está Hammad Albalawi, um torcedor do Newcastle – fã de Bruno Guimarães –, que fez carreira no Ministério dos Esportes do Reino Saudita, e hoje é a face, ou o CEO, no "corporativês", da proposta saudita para sediar a Copa do Mundo.
Em entrevista coletiva a jornalistas, durante o último dia da exposição sobre a proposta saudita para sediar a Copa do Mundo, no início do mês, Albalawi garantiu, mais uma vez, que a Arábia Saudita está pronta para receber a todos e a todas, como país-sede do Mundial.
"Venham nos visitar e entendam como é estar em nosso país, porque todos serão respeitados, recebidos de braços e corações abertos. Minha mensagem é que todos são bem-vindos", afirmou.
Albalawi rechaçou violações de direitos humanos, e reafirmou que a Arábia Saudita cumpriu com todas os requisitos para submeter a proposta.
"Satisfazemos todos os requisitos alinhados com os padrões da Fifa, acreditamos sempre que a melhor maneira de entender qualquer coisa é vir e ver por si mesmo", afirmou.
"Recebemos 27 milhões de turistas no ano passado, realizamos mais de 100 eventos esportivos internacionais, com a participação de três milhões de fãs de esportes. Nós respeitamos a lei da privacidade, todos aproveitaram seu tempo aqui e vieram nos visitar novamente", completou.
O homem-forte da proposta saudita não entrou em detalhes sobre quando a Copa seria realizada, no verão europeu, no meio do ano, quando costuma ser normalmente disputada, ou no inverno, assim como foi no Catar.
Em julho, a temperatura na Arábia Saudita pode passar dos 50º, mas o país já afirmou que teria condições de realizar o evento neste período, se assim for a vontade da Fifa.
"Se nos for concedido o direito de sediar a Copa, teremos o prazer de fazer parte desta discussão, para realizar o torneio no momento mais adequado. Resumindo, estamos prontos para sediar a Copa do Mundo", afirmou.
Outro ponto que levanta questionamentos é a proibição de álcool na Arábia Saudita – ainda não está claro se o país vai, ou não, ceder.
No Catar, por exemplo, há restrições, mas turistas conseguiam consumir álcool durante a Copa de 2022.
Para Albalawi, a proibição, no entanto, não deve impactar o interesse geral do público em acompanhar uma Copa na Arábia Saudita.
"Há muitos motivos para as pessoas visitarem nosso país, segurança, cultura, como em Al-Khobra, nossa comida. Temos muitos lugares bonitos, desertos, praias. Então, há muitas e muitas razões para as pessoas visitarem o país", afirmou.
"Espero que tenhamos a oportunidade de mostrar a nossa paixão pelo futebol, a nossa cultura, compartilhar nossa comida, mostrar a nossa arte, mostrar a nossa hospitalidade e isso é o que é empolgante para nós", completou.
Arábia Saudita planeja cinco cidades-sede para 2034: NEOM (uma cidade futurística que ainda não existe e que está sendo construída no meio do deserto), Jeddah, Abha, Riade e Al-Khobar.
Outras 11 devem servir de suporte logístico para a Copa. As sedes receberão as 104 partidas no Mundial, que será o primeiro a ser disputado por 48 seleções em um só país.
"Incluímos em nossa proposta, 15 estádios, já temos quatro. Três já estão sendo construídos, e os outros ainda serão, todos levando em conta um legado, para que eles atendam a demanda crescente de futebol", afirmou Albalawi.
Todo o investimento em infra-estrutura, tanto em estádios, quanto em centros de treinamento, é também para desenvolver o futebol saudita.
Segundo Albalawi, a Arábia Saudita tem quase a mesma estrutura que tinha em décadas passadas, agora com três vezes mais população.
"Nosso objetivo é voltar a nos tornar um dos 21 melhores países do mundo no futebol [melhor colocação do país na história], mas por que não melhor? Você sente a paixão que temos pelo futebol, e isso nos move todos os dias. Se não disséssemos que acordamos todas as manhãs sonhando em vencer, então não vamos ser vencedores", afirmou.
Fotos: Ian Gastim/OneFootball