Entenda como vai funcionar a votação do impeachment de Augusto Melo pelos sócios do Corinthians | OneFootball

Entenda como vai funcionar a votação do impeachment de Augusto Melo pelos sócios do Corinthians | OneFootball

In partnership with

Yahoo sports
Icon: Gazeta Esportiva.com

Gazeta Esportiva.com

·9. August 2025

Entenda como vai funcionar a votação do impeachment de Augusto Melo pelos sócios do Corinthians

Artikelbild:Entenda como vai funcionar a votação do impeachment de Augusto Melo pelos sócios do Corinthians

Neste sábado, os sócios do Corinthians decidirão o futuro definitivo do presidente afastado Augusto Melo à frente do clube. Os associados irão ratificar ou não a decisão do Conselho Deliberativo do Timão. Neste sentido, a Gazeta Esportiva separou tudo que você precisa saber sobre a Assembleia Geral do Sócios, que pode determinar ou não a destituição do mandatário alvinegro.

HORÁRIO E LOCAL


OneFootball Videos


A Assembleia Geral dos Sócios, que definirá o futuro de Augusto Melo, será realizada neste sábado, das 09h às 17h (de Brasília), no Ginásio Wlamir Marques, no Parque São Jorge.

Principal organizada do Corinthians, a Gaviões da Fiel convocou os torcedores, na última sexta-feira, a fazerem parte de uma “manifestação pacífica, mas firme” em frente ao Parque São Jorge.

QUEM PODE VOTAR

Não são todos os associados do Corinthians que poderão votar na Assembleia Geral. Para estarem aptos a participar do processo, os sócios têm de atender a três condições simultaneamente:

  • Ter mais de 18 anos;
  • Ser sócio admitido há mais de cinco anos;
  • Estar no gozo de todos os direitos estatutários e que quites com as suas contribuições financeiras estatutárias (ou seja, com as mensalidades em dia, pagas até o último dia 10 de junho).

O Corinthians possui, neste momento, cerca de 10 mil associados que atendem as condições acima e que estão aptos a votar na Assembleia Geral. Contudo, a expectativa é que menos da metade deste número compareça ao Parque São Jorge. São esperados entre 2 a 4 mil sócios.

Por outro lado, não poderão votar aqueles que se beneficiaram de qualquer anistia parcial ou total desde 12 meses antes da Assembleia Geral, ou seja, no período compreendido entre 09 de agosto de 2024 e 09 de agosto de 2025.

COMO VAI FUNCIONAR

Na Assembleia Geral, os associados do clube irão votar para ratificar ou não a decisão do Conselho Deliberativo do Corinthians. No último dia 26 de maio, o órgão aprovou por ampla maioria o impeachment do mandatário por conta do escândalo envolvendo a casa de apostas VaideBet, antiga patrocinadora máster do Timão. Ao todo, 176 conselheiros votaram a favor da destituição, contra 57, além de um voto em branco.

Agora, a decisão está nas mãos dos associados do Corinthians. Se os sócios aprovarem novamente o impeachment, Augusto Melo será definitivamente destituído. Caso contrário, o mandatário voltará à presidência normalmente. Isso, no entanto, não exclui a possibilidade de um novo processo de afastamento ser votado futuramente – até porque ele enfrenta outros seis pedidos de destituição, segundo o presidente do CD, Romeu Tuma Júnior.

O sistema de votação neste sábado será feito em urnas físicas e cédulas de papel. Para votar, o associado deverá obrigatoriamente apresentar sua carteira de sócio, além de um documento de identidade oficial válido e atualizado com foto, podendo ser o RG, passaporte, CNH ou Carteira de Identidade Funcional no caso de servidores públicos.

O resultado oficial será divulgado após a apuração dos votos e após homologação do resultado pelo presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior. Após a divulgação do resultado, representantes do clube farão pronunciamentos e atenderão à imprensa presente no Teatro Corinthians, também no Parque São Jorge.

Artikelbild:Entenda como vai funcionar a votação do impeachment de Augusto Melo pelos sócios do Corinthians

(Foto: Renato Pizzutto/Ag. Paulistão)

POSSÍVEIS PRÓXIMOS PASSOS

Se os sócios aprovarem definitivamente o impeachment de Augusto Melo, o mandatário deixará a cadeira presidencial, ficará inelegível pelos próximos dez anos e ainda correrá o risco de sofrer um processo disciplinar de expulsão do clube.

Caso o afastamento se confirme, Romeu Tuma Júnior terá prazo de 30 dias para convocar uma eleição indireta no Corinthians para definir quem será o presidente do clube até o final de 2026, quando se encerraria o mandato do presidente afastado Augusto Melo.

Associados que já cumpriram pelo menos dois mandatos no Conselho Deliberativo, independentemente de serem conselheiros atualmente, poderão se candidatar a um mandato “tampão”, até dezembro de 2026. Apenas os conselheiros poderão votar em tal eleição, tratando-se assim de uma votação indireta.

ENTENDA OS MOTIVOS DO AFASTAMENTO INICIAL

Augusto Melo foi afastado inicialmente da cadeira presidencial após votação do Conselho Deliberativo do Corinthians. O órgão aprovou por ampla maioria o impeachment do mandatário por conta do escândalo envolvendo a casa de apostas VaideBet, antiga patrocinadora máster do Timão. Poucos dias antes da votação, o presidente afastado foi indiciado pela Polícia Civil pelos crimes de lavagem de dinheiro, furto qualificado e associação criminosa.

Voltando um pouco no tempo, no dia 12 de agosto de 2024, a Comissão de Justiça do Corinthians entregou um relatório para o Conselho Deliberativo a respeito de investigações sobre alguns temas que envolvem a gestão de Augusto, como as negociações com a VaideBet e a Gazin (empresa de colchões que tem espaço no uniforme de treino).

Posteriormente, Augusto e pessoas que são ou foram ligadas à gestão foram ouvidas pela Comissão de Ética. Além do presidente, Armando Mendonça (segundo vice-presidente), Rozallah Santoro (ex-diretor financeiro), Yun Ki Lee (ex-diretor jurídico), Fernando Perino (ex-integrante do departamento jurídico), Marcelo Mariano (diretor administrativo) e Rubens Gomes (ex-diretor de futebol) foram investigados internamente.

Augusto entregou sua defesa à Comissão de Ética no final de setembro. No dia 26 de agosto, de forma paralela à investigação, um grupo de conselheiros enviou ao Conselho um requerimento que solicitava a destituição de Melo.

O documento, de autoria do “Movimento Reconstrução SCCP”, conteve mais de 50 assinaturas, número mínimo para que a solicitação fosse apreciada pelo presidente do CD.

O documento pede “tramitação sucinta” e se apega, principalmente, ao Artigo 106, “b” e “d”, do Estatuto do clube, além da Lei 14.597/23, referente a nova Lei Geral do Esporte, que dispõe sobre crimes de “Lavagem” ou ocultação de bens.

Art. 106 – São motivos para requerer a destituição do Presidente e/ou dos Vices:

b) ter ele acarretado, por ação ou omissão, prejuízo considerável ao patrimônio ou à imagem do Corinthians.

d) ter ele infringido, por ação ou omissão, expressa norma estatutária.

Em 19 páginas, que detalham acontecimentos recentes promovidos pela atual gestão, o requerimento se apoia em fundamentos que objetivam apontar eventuais problemas e condutas temerárias da gestão após avaliação dos seguintes casos:

-“Laranja” na intermediação da VaideBet.

-Depoimento de Cassundé à Polícia, refutando ter feito intermediação.

-Debandada de dirigentes, perda do patrocínio e prejuízo moral.

-Depoimento de Armando Mendonça à Polícia, apontando omissão dos gestores.

-Agressão de Augusto a um torcedor do Cruzeiro, em MG, com prejuízo a imagem da instituição.

No requerimento, conselheiros colocaram o Corinthians como “vítima de crimes cometidos pelos próprios dirigentes” e ainda reforçaram a intenção de se obter para o clube o devido “ressarcimento do prejuízo em razão do pagamento errôneo à malfadada empresa que nunca intermediou a confecção do contrato com a antiga patrocinadora”.

NOVOS DESDOBRAMENTOS DESDE AFASTAMENTO

Uma série de eventos aconteceu desde o afastamento inicial de Augusto Melo no último dia 26 de maio. Cinco dias depois, no dia 31 daquele mesmo mês, o mandatário se dirigiu ao Parque São Jorge com alguns aliados e tentou reassumir a presidência com base em um ofício assinado por Maria Ângela, mas o documento não foi reconhecido pelo presidente interino, Osmar Stabile, que inclusive chamou a polícia.

Ela, que atua como 1ª vice secretária do Conselho Deliberativo, se intitulava presidente interina do órgão já que, em seu entendimento, Romeu Tuma deveria estar afastado e o sucessor imediato do posto, o vice Roberson de Medeiros, o ‘Dunga’, estava de licença médica. A conselheira, então, dizia ter anulado todos os atos conduzidos por Tuma desde o dia 9 de abril, dentre eles, a votação que aprovou o impeachment de Augusto pelo caso VaideBet, e determinava que o presidente afastado deveria ser reconduzido ao cargo.

A tentativa de retomada do poder no Corinthians, porém, não teve sucesso. Depois disso, alguns aliados de Augusto Melo chegaram a protocolar outras ações na Justiça buscando a anulação do impeachment e até mesmo do indiciamento do mandatário no caso VaideBet, mas tiveram diversas liminares negadas.

Já no último dia 22 de julho, Augusto Melo se tornou réu no caso VaideBet. A juíza responsável pelo caso acatou a decisão do Ministério Público após o indiciamento e iniciou um processo penal contra o mandatário alvinegro pelos crimes de furto qualificado, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Dois dias depois, houve um protesto das torcidas organizadas em frente ao Parque São Jorge. Os torcedores, entre eles lideranças da Gaviões da Fiel e membros da Camisa 12, pediram a renúncia de Augusto Melo e prometeram agir de maneira contundente se ele retornar ao clube.

Gazeta Esportiva apurou que líderes das uniformizadas pressionam o dirigente a renunciar pois, neste caso, não haveria eleições indiretas. Sendo assim, o presidente em exercício Osmar Stabile permaneceria no cargo até o fim do mandato, em 2026.

Osmar Stabile, inclusive, já revelou nutrir o desejo de seguir à frente do Corinthians caso Augusto Melo seja definitivamente destituído. Por outro lado, o presidente afastado deposita suas esperanças na Assembleia Geral e tem demonstrado confiança em um possível retorno à cadeira presidencial do clube.

AUGUSTO MELO REAFIRMOU QUE NÃO IRÁ RENUNCIAR

Augusto Melo, porém, disse que não iria ceder à pressão das torcidas organizadas e reafirmou, novamente, que não iria renunciar ao cargo. O presidente afastado publicou um pronunciamento nas redes sociais um dia após o protesto na sede social do Corinthians.

“Deixo aqui bem claro a todos vocês: jamais vou renunciar. Pelo amor que tenho ao Corinthians, pelo projeto e planejamento que desde de 2 de janeiro de 2024 planejamos e estamos executando. Que infelizmente, depois de tantas perseguições, eles conseguiram me tirar do cargo. Tive erros no começo da gestão, mas muitos acertos a partir do segundo semestre. Pergunte aos funcionários do clube, aos sócios, se não houve uma grande melhoria. Pergunte aos funcionários do CT, aos jogadores, se não houve uma grande estrutura para que pudessem trabalhar melhor”, declarou.

POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS DO RETORNO DE AUGUSTO AO PODER

Em entrevista coletiva realizada nos últimos dias, Romeu Tuma Júnior explicou as consequências de um possível retorno de Augusto Melo à presidência do Corinthians.

“Você sabe o que vai acontecer se ele voltar? O Corinthians vai parar. Nós temos seis processos de impeachment para votar ainda. Afasta, volta, afasta, volta. Qual corintiano que diz que gosta do clube pode imaginar uma situação dessa? A não ser que todo mundo que frequenta o Corinthians seja palmeirense, eu sou otário de novo e não estou vendo. Ou a gente vira a página no dia 9 ou esquece, fecha isso aqui e vamos embora”, afirmou Tuma.

“Se for referendada a decisão [impeachment], acabou. Cabe ao presidente do CD marcar uma eleição indireta. O Conselho vai decidir quem será o presidente até o fim do mandato. Agora, se o sócio não referendar, aí vamos ter sérios problemas. Posso afastá-lo liminarmente por conta das contas desaprovadas, além dos vários outros pedidos de impeachment”, complementou.

Além disso, como revelou a reportagem da Gazeta Esportiva, um possível retorno de Augusto Melo à cadeira presidencial do Corinthians pode representar um potencial risco jurídico ao clube. Os contratos do holandês Memphis Depay e dos patrocinadores do Timão possuem cláusulas anticorrupção, que podem ser ativadas unilateralmente e gerar gastos elevados à diretoria.

Impressum des Publishers ansehen