Mundo Rubro Negro
·05 de novembro de 2024
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Bruno Henrique é alvo de investigação da Polícia Federal e do Ministério Público do Rio de Janeiro por suposta manipulação de apostas. O jogo investigado é Flamengo x Santos, pela 31ª rodada do Brasileirão de 2023, quando o atacante recebeu um amarelo por falta inexistente e foi expulso na sequência por peitar o árbitro Rafael Klein. Depois do jogo, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) concordou que o árbitro errou no primeiro cartão.
Bruno foi denunciado pelo tribunal por receber um cartão vermelho direto. No julgamento, em novembro do ano passado, os auditores do STJD concordaram em converter pena de um jogo de suspensão apenas para uma advertência. Isso porque o entendimento foi que o árbitro errou no cartão amarelo por suposta falta em Soteldo, quando Bruno Henrique sequer encosta no rival, e não foi verdadeiro na súmula.
O atacante levou amarelo aos 50 minutos do segundo tempo em lance que leva caneta de Soteldo ao tentar o desarme e depois puxar o adversários, ambas ações sem sucesso. Rafael Klein parou o jogo, o que irritou o próprio venezuelano que faria o cruzamento, e aplicou cartão amarelo para Bruno Henrique.
Contrariado, o Camisa 27 reclamou de forma acintosa e recebeu vermelho direto. O árbitro, no entanto, relatou na súmula que o atacante se aproximou abrindo os braços, com dedo em riste e teria o xingado: ‘Seu merda’. Entretanto, as imagens mostram que Bruno peitou o juiz, mas em nenhum momento levantou os braços. Veja:
O advogado Michel Assef Filho representou o Flamengo e argumentou que a primeira falta sequer existiu, o que torna o primeiro cartão inválido para julgamento. Além disso, o árbitro relatar fatos que não aconteceram na súmula coloca em xeque também o suposto xingamento.
Argumentação que foi corroborada pelo relator do caso, Diogo de Azevedo Maia, e aceita por unanimidade pelos auditores do STJD. O tribunal entendeu que a suspensão automática era suficiente, e reverteu a pena de um jogo pelo artigo 258 do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva) em advertência.
“Eu também não vi contato no primeiro lance que o atleta do Santos dá uma caneta; O árbitro já foi dando o amarelo, provavelmente isso que o irritou. Foi tomar satisfação com o árbitro e claramente se excedeu. Xingou o árbitro. Embora não tenha o dedo em riste, peitou o árbitro, cara a cara, ficou de frente com ele por vários segundos. Eu considero isso uma atitude desrespeitosa em relação ao árbitro. Mas as palavras foram de jogo: ‘Seu merda’. Não vi grande gravidade. Voto em uma partida de suspensão convertida em advertência pela primariedade do atleta”, disse o relator Diogo Maia.
Nesta terça-feira (5), policiais federais comprimiram mandados de apreensão no Ninho do Urubu, Gávea, casa do Bruno Henrique, Belo Horizonte, Vespasiano (MG), Lagoa Santa (MG) e Ribeirão das Neves (MG). Os agentes apreenderam computadores e celulares na residência do atleta do Flamengo, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
A Polícia Federal investiga também familiares do jogador, como o irmão, Wander Nunes Pinto Junior, cunhada e prima. Além de ex-atletas ou jogadores amadores de Belo Horizonte, cidade natal de Bruno Henrique. São eles: Elias Bassan, Henrique Mosquete do Nascimento, Andryl Sales Nascimento dos Reis, Douglas Ribeiro Pina Barcelos e Max Evangelista Amorim.
Casas de apostas alertaram um aumento no volume de apostas para cartão do atleta no jogo contra o Santos. As informações foram enviadas para a International Betting Integrity Association (IBIA), empresa internacional criada para combater a manipulação.
Segundo o “ge”, o relatório indiciou que na casa Betano “apostas claramente direcionadas, a partir de novos clientes e de clientes já estabelecidos, fora dos padrões normais para Bruno Henrique receber um cartão”. Na GaleraBet, contas registradas 24 horas antes do jogo apostaram no cartão, mesmo caso da KTO.
Além disso, o volume de apostas do mercado de cartões estava direcionado para o atacante do Flamengo acima de 90% na Betano e na GaleraBet. A IBIA entende que o conjunto de fatores aponta para atividade suspeita do atacante, o que iniciou a investigação da PF e do MPRJ.
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