oGol.com.br
·08 de julho de 2024
In partnership with
Yahoo sportsoGol.com.br
·08 de julho de 2024
Uma ascensão meteórica. Uma queda no mesmo ritmo. Em 2020, Gabriel Veron valia "mais que Neymar". Dois anos depois, foi vendido ao Porto, de Portugal, por um valor muito abaixo das expectativas iniciais. Encostado, voltou ao Brasil para defender o Cruzeiro. Sem brilho. Ao menos até cinco jogos atrás.
Gabriel Veron foi uma das primeiras grandes promessas da base do Palmeiras a despontar sob comando de Abel Ferreira. Com ele, se tornou no mais jovem à época a marcar gol pelo Alviverde na Libertadores. Com um histórico de sucesso antes de ser promovido para os profissionais, Veron encantou Abel, que chegou a dizer que o jogador não poderia ser vendido abaixo do valor de Neymar para o Barcelona (acima dos 57 milhões de euros). Mas a promessa não vingou.
Em 2022, já com ares de decepção no Palmeiras, Veron foi vendido ao Porto por 10,3 milhões de euros. Muito abaixo do que Abel imaginava dois anos antes. Mas um valor até maior do que o seu futebol fazia por merecer à época. Um desvalorização atribuída a "lesões", "poucos jogos" e "vida extra campo complicada", na análise realista do próprio treinador.
As decepções seguiram em Portugal. Jornais locais trataram a transferência como um "fiasco". Os constantes problemas físicos e queixas quanto à dedicação atrapalharam o atleta, que ainda conseguiu fazer 26 partidas pelo Porto, sem nunca convencer. Foram quatro assistências e um gol no período antes de retornar ao Brasil, para defender o Cruzeiro, por empréstimo.
A ideia do retorno ao Brasil era para respirar novos ares, mas os primeiros passos no Cruzeiro foram difíceis, e fizeram recordar os problemas dos anos anteriores. Para começar, Gabriel Veron se apresentou com desequilíbrio muscular nas pernas, com um plano especial para resolver o problema e prevenir novas lesões. Um planejamento que mal teve tempo para ser executado.
Ainda em janeiro, recém-chegado, Veron sofreu trauma no pé durante os treinos. Teve de ser operado. Só conseguiu voltar a campo em abril, mas longe da forma física e técnica ideal, entrando nos minutos finais para ganhar ritmo de jogo.
O primeiro jogo como titular veio um mês depois. Mas foi apenas no seu 14º jogo com a camisa celeste que Veron, enfim, marcou um gol. Algo que não fazia desde outubro de 2022, com um ano e oito meses de seca (e muitas lesões). O gol, no entanto, foi apenas para mitigar os danos da goleada de 4 a 1 imposta pelo Bahia.
O primeiro gol ao menos trouxe novo ânimo a Veron, que marcou no jogo seguinte, agora com vitória sobre o Athletico Paranaense, por 2 a 0. Embora tenha passado em branco nas derrotas para Criciúma e Flamengo, o ponta voltou a se mostrar decisivo neste domingo, com um gol e uma assistência na vitória por 3 a 0 sobre o Corinthians.
Com 21 anos e ainda com a impressão que pode dar mais, Gabriel Veron atravessa uma boa fase rara desde que encantou Abel no Palmeiras. Tempo para dar a volta por cima há de sobra. Resta saber se a antiga promessa terá a dedicação, e a sorte, necessárias para enfim atingir todo o seu potencial.