Guia do Campeonato Italiano 2023-24, parte 2 | OneFootball

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Calciopédia

·17 de agosto de 2023

Guia do Campeonato Italiano 2023-24, parte 2

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Ontem, publicamos a primeira parte do nosso tradicional Guia do Campeonato Italiano, com pitacos sobre Inter, Juventus, Lazio e mais sete equipes. Agora, na antevéspera da rodada inaugural da edição 2023-24 da Serie A, a Calciopédia traz o derradeiro segmento da análise, com todas as informações sobre times como Milan, Napoli e Roma.

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Em 2023-24, se confirma a tendência recente de diminuição do número de jogadores brasileiros na Serie A. Até o fechamento do nosso guia, 23 estão aptos para disputar esta edição do Campeonato Italiano, considerando também aqueles que têm dupla nacionalidade – dois a menos do que em 2022-23 e 19 abaixo da representação de quatro temporadas atrás.


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Na Serie A menos verde e amarela do século, são 13 os clubes que têm atletas brasileiros em seus elencos – Empoli, Frosinone, Milan, Roma, Salernitana, Torino e Verona são aqueles que não contam com nenhum em seus planteis. A Juventus com quatro jogadores do nosso país e é a dona da maior colônia “brasiliana” da Itália.

No Brasil, a Serie A será exibida pelos canais ESPN, na TV fechada. No streaming, o amante do futebol da Bota poderá acompanhar o campeonato através do Star+ e de sites de apostas, como o Bet365 – saiba todos os detalhes sobre transmissões aqui.

Abaixo, confira as 10 últimas análises do nosso guia, em ordem alfabética. Boa leitura!

Lecce

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Gabriel Strefezza, do Lecce (Corriere del Salento)

Cidade: Lecce (Apúlia) Estádio: Via del Mare (40.670 lugares) Fundação: 1908 Apelidos: Giallorossi, Salentini, Lupi Principal rival: Bari Participações na Serie A: 18 Títulos: nenhum (melhor desempenho: 9ª colocação) Na última temporada: 16ª posição Objetivo: escapar do rebaixamento Brasileiros no elenco: Gabriel Strefezza Técnico: Roberto D’Aversa (1ª temporada) Destaques: Gabriel Strefezza, Wladimiro Falcone e Federico Baschirotto Fique de olho: Rares Burnete Principais chegadas: Pontus Almqvist (a, Pogon Szczecin), Ylber Ramadani (v, Aberdeen) e Lorenzo Venuti (ld, Fiorentina) Principais saídas: Samuel Umtiti (z, Lille), Morten Hjulmand (m, Sporting) e Assan Ceesay (a, Damak) Time-base (4-3-3): Falcone; Gendrey (Venuti), Pongracic, Baschirotto, Gallo; Rafia, Ramadani, González (Maleh); Almqvist, Gabriel Strefezza, Banda.

Depois de uma salvação obtida com plenos méritos, o Lecce pode ter mais dificuldades para se manter na elite em 2023-24. O elenco não perdeu tantas peças em quantidade, mas viu o técnico Marco Baroni, dois pilares do time e mais dois reservas regularmente utilizados deixarem a Apúlia. Com isso, as cartas foram levemente reembaralhadas no Salento.

O trabalho de D’Aversa, novo técnico giallorosso, encontra confluência tática com o de Baroni, seu antecessor, e isso é uma vantagem para o Lecce, que deve continuar a focar o seu jogo numa defesa bem organizada e em contragolpes puxados pelos jogadores de flanco. Em conformidade com seus planos, o treinador pretende preservar grande parte das peças nas funções que já executavam. Ademais, em seus tempos de Parma, o comandante ficou conhecido por valorizar alguns jovens e isso pode se repetir no clube apuliano, que venceu o último Campeonato Italiano Sub-19 e incorporou destaques da gloriosa campanha ao time profissional.

As grandes incógnitas ficam por conta de três fatores. Na defesa, Pongracic, que pouco atuou em 2022-23, por opção de Baroni e uma cirurgia no tornozelo, terá condições de substituir Umtiti e fazer com Baschirotto uma dupla à altura da que ajudou Falcone a levantar o muro giallorosso na última temporada? No meio, o albanês Ramadani será capaz de ditar o ritmo do time, tal qual o ex-capitão Hjulmand? Por fim, será curioso observar a adaptação de Gabriel Strefezza, herdeiro da braçadeira, a uma nova função: ala e ponta com características muito específicas para atuar pelos flancos, começará o ano como falso nove do Lecce. Com a mudança, D’Aversa visa aproveitar o bom poder de finalização do brasileiro, que costuma marcar seus golzinhos. Por outro lado, pode perder estatura no comando do ataque, visto que o paulistano tem apenas 1,69 m.

Milan

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Rafael Leão, do Milan (Getty)

Cidade: Milão (Lombardia) Estádio: Giuseppe Meazza (78.275 lugares) Fundação: 1899 Apelidos: Rossoneri, Diavolo, Casciavìt Principais rivais: Inter e Juventus Participações na Serie A: 90 Títulos: 19 Na última temporada: 4ª posição Objetivo: título Brasileiros no elenco: nenhum Técnico: Stefano Pioli (5ª temporada) Destaques: Rafael Leão, Mike Maignan e Theo Hernandez Fique de olho: Chaka Traorè Principais chegadas: Samuel Chukwueze (a, Villarreal), Christian Pulisic (mat, Chelsea) e Yunus Musah (v, Valencia) Principais saídas: Sandro Tonali (m, Newcastle), Brahim Díaz (mat, Real Madrid) e Zlatan Ibrahimovic (a, encerrou carreira) Time-base (4-3-3): Maignan; Calabria, Thiaw (Kalulu), Tomori, Hernandez; Loftus-Cheek, Musah (Krunic), Reijnders; Chukwueze (Pulisic), Giroud (Okafor), Rafael Leão.

Ares de revolução no lado rossonero de Milão. As demissões inesperadas dos diretores Paolo Maldini e Frederic Massara, a aposentadoria de Ibrahimovic, o retorno de Díaz ao Real Madrid e a polpuda venda de Tonali ao Newcastle acabaram inaugurando uma nova era no Milan – ainda sob o comando de Pioli e tendo Maignan, Tomori, Hernandez e Rafael Leão como pilares, no entanto. E esse ciclo pode ser de muitas glórias.

Em concomitância à exoneração de seus diretores da área de futebol, o Milan optou por não manter vários jogadores trazidos pela dupla e viu uma oportunidade de reconstruir o elenco a partir do tesouro obtido pelo sacrifício de Tonali. Assim, o forte plantel teve lacunas preenchidas, ganhando em profundidade e qualidade. Chegaram Chukwueze, um ponta muito veloz, que pode ser, na direita, o espelho a Rafael Leão do lado oposto; Okafor, um centroavante capaz de ser opção a Giroud ou cair pelas laterais; Pulisic, um 10 versátil, que tem capacidade de fazer bom trabalho em ambos os flancos; Romero, uma instigante promessa para o setor, obtida a custo zero; e Loftus-Cheek, Musah e Reijnders, uma trinca de volantes que aliam força, intensidade, criatividade e capacidade de controle de jogo.

Não há dúvidas de que o Milan buscou vários nomes talentosos e de que o time tem condições de ir longe. Entretanto, não é possível afirmar com certeza absoluta que esse grupo formado por atletas oriundos de culturas futebolísticas tão diferentes vai precisar de pouco tempo para se entrosar e, consequentemente, entregar resultados positivos imediatamente. Vale destacar que quase todos os reforços dos rossoneri não têm experiência no futebol italiano – apenas Sportiello, goleiro reserva, e o garoto Romero já atuaram anteriormente na Serie A. Nesse aspecto, será importantíssimo o trabalho de Pioli, que indicou expressamente alguns dos jogadores contratados à diretoria e antes mesmo da firma fez questão de conversar com cada um deles sobre quais funções desempenhariam em seu novo 4-3-3.

Monza

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Pessina, do Monza (Gety)

Cidade: Monza (Lombardia) Estádio: Brianteo – U-Power Stadium (16.917 lugares) Fundação: 1912 Apelidos: Brianzoli, Biancorossi, Bagai Principal rival: Como Participações na Serie A: 2 Títulos: nenhum (melhor desempenho: 11ª colocação) Na última temporada: 11ª posição Objetivo: meio da tabela Brasileiros no elenco: Samuele Vignato Técnico: Raffaele Palladino (2ª temporada) Destaques: Matteo Pessina, Michele Di Gregorio e Pablo Marí Fique de olho: Giorgio Cittadini Principais chegadas: Roberto Gagliardini (v, Inter), Danilo D’Ambrosio (ld, Inter) e Giorgos Kyriakopoulos (le, Bologna) Principais saídas: Carlos Augusto (le, Inter), Marlon (z, Fluminense) e Nicolò Rovella (m, Lazio) Time-base (3-4-2-1): Di Gregorio; Izzo, (D’Ambrosio) Pablo Marí, Caldirola; Ciurria, Gagliardini, Pessina, Kyriakopoulos; Mota (Colpani), Caprari; Petagna.

No primeiro campeonato após a morte de Silvio Berlusconi, o Monza não deve ter muito trabalho para cumprir o objetivo traçado por seu ex-proprietário: permanecer na Serie A sem qualquer risco de descenso. Apesar de o elenco ter sido modificado de forma considerável, o seu nível e a sua estrutura foram mantidos, o que certamente facilitará a vida do técnico Palladino.

Em 2022-23, os brianzoli se caracterizaram por praticarem um futebol equilibrado, mas sem medo dos grandes. A expectativa é de que isso se mantenha na nova temporada, ainda que nomes talentosos e importantes para a construção de jogadas tenham dado lugar a peças que se destacam mais por aspectos físicos: saíram Rovella, Sensi e Carlos Augusto, entraram Gagliardini e Kyriakopoulos. Há uma tendência de maior responsabilização de Ciurria, na ala direita, e também de Caprari, que foi menos participativo do que o esperado na última Serie A.

Resta ver o quanto a transferência de Carlos Augusto impactará na produção ofensiva do Monza. O brasileiro foi um dos artilheiros e um dos principais garçons do time na temporada anterior, na qual Caprari, Mota e Petagna ficaram devendo em termos de bolas nas redes. Sem ele, o trio precisará aparecer mais – e Valentín, um dos três atletas de sobrenome Carboni do elenco biancorosso, também poderá ter a sua chance de brilhar.

Napoli

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Osimhen, do Napoli (Getty)

Cidade: Nápoles (Campânia) Estádio: Diego Armando Maradona (54.726 lugares) Fundação: 1926 Apelidos: Azzurri, Partenopei Principais rivais: Verona, Juventus, Inter e Milan Participações na Serie A: 78 Títulos: 3 Na última temporada: campeão Objetivo: título Brasileiros no elenco: Juan Jesus e Natan Técnico: Rudi Garcia (1ª temporada) Destaques: Victor Osimhen, Khvicha Kvaratskhelia e Giovanni Di Lorenzo Fique de olho: ninguém Principais chegadas: Natan (z, Bragantino), Jens-Lys Cajuste (v, Reims) e Alessandro Zanoli (ld, Sampdoria) Principais saídas: Kim Min-jae (z, Bayern Munique), Tanguy Ndombélé (m, Tottenham) e Bartosz Berezsynski (ld, Sampdoria) Time-base (4-3-3): Meret; Di Lorenzo, Rrahmani, Natan (Ostigard), Mário Rui (Olivera); Anguissa, Lobotka, Zielinski; Lozano (Politano), Osimhen, Kvaratskhelia.

De improvável campeão a time a ser batido? Não é bem assim. Embora tenha o scudetto estampado nas camisas de seus jogadores e mantido quase todo o seu elenco, o Napoli não começa a Serie A como franco favorito ao título, mas sim como mais um dos pretendentes à taça. A mudança no comando faz toda a diferença e Garcia – que, indo contra a corrente do momento, deixou a Arábia Saudita para retornar à Europa – terá de se provar como substituto à altura de Luciano Spalletti.

Em termos táticos, as filosofias de Garcia e Spalletti apresentam algumas semelhanças. O francês tem um estilo ofensivo e aposta muito na velocidade, sobretudo em contragolpes. Na prática, propõe um futebol mais vertical e agressivo do que o seu antecessor, menos baseado na posse de bola. Isso pode fazer com que, ao longo da temporada, suas convicções não sejam as mesmas do campeão italiano e que o uso das peças seja diferente. Vale destacar ainda que o novo treinador é reconhecido pela personalidade forte e que costuma ter problemas de vestiário.

Outra incerteza que ronda o Napoli diz respeito à substituição de Kim. Natan conseguirá ter o mesmo impacto do sul-coreano na zaga azzurra? Ou, caso sinta dificuldades iniciais, algo bastante razoável, Ostigard, mais adaptado à Itália, aguentará a bronca? Cenas dos próximos capítulos. Por outro lado, os pontos de força dos partenopei todo mundo já conhece e é improvável que a magia que os ronda se desfaça. Prepare-se para acompanhar mais um ano de liderança e a intensidade do capitão Di Lorenzo, onipresença de Lobotka, versatilidade de Anguissa, talento de Kvaratskhelia e fome de gols de Osimhen.

Roma

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Dybala, da Roma (AFP/Getty)

Cidade: Roma (Lácio) Estádio: Olímpico (70.634 lugares) Fundação: 1927 Apelidos: Capitolinos, Giallorossi, Lupi, A Maggica Principais rivais: Lazio e Juventus Participações na Serie A: 91 Títulos: 3 Na última temporada: 6ª posição Objetivo: vaga na Liga dos Campeões Brasileiros no elenco: nenhum Técnico: José Mourinho (3ª temporada) Destaques: Paulo Dybala, Lorenzo Pellegrini e Chris Smalling Fique de olho: Riccardo Pagano Principais chegadas: Evan Ndicka (z, Eintracht Frankfurt), Houssem Aouar (m, Lyon) e Renato Sanches (m, Paris Saint-Germain) Principais saídas: Roger Ibañez (z, Al-Ahli), Georginio Wijnaldum (m, Paris Saint-Germain) e Nemanja Matic (v, Rennes) Time-base (3-4-2-1): Rui Patrício; Mancini, Smalling, Ndicka; Kristensen (Çelik), Renato Sanches (Aouar), Cristante (Paredes), Spinazzola (Zalewski); Dybala, Pellegrini; Belotti (Abraham).

Cirúrgica no mercado, a Roma foi econômica em suas movimentações, mas conseguiu entregar a Mourinho um elenco mais forte do que o da última temporada – em que pese ainda não ter preenchido a lacuna no ataque, visto que Abraham só deve voltar a atuar em 2024. Embora o diretor esportivo Tiago Pinto prefira atuar para assegurar a contratação de atletas com margem de evolução e o Special One tenha lançado promessas com sucesso, o próprio técnico português queria contar com jogadores mais rodados. Teve o desejo atendido, ao menos em parte.

A cada ano do trabalho de Mourinho, a Roma mostrou evolução em seus resultados, mas apenas nas copas continentais. Na Serie A, emplacou dois sextos lugares e, segundo o treinador não era possível ir além por conta da inferioridade do elenco giallorosso em relação ao dos adversários. Em 2023-24, embora o plantel tenha se encorpado e o discurso oficial seja de busca pela quarta colocação, os capitolinos precisarão suar bastante para chegarem lá – e, claro, terão de contar com o talento de Dybala e Pellegrini, suas estrelas, além do dedo do Special One.

Até o momento, Mou considera o elenco competitivo, no geral, e as suas queixas residem no atraso para a chegada de um novo atacante. As suas lamentações não são poucas, mas poderiam ser ainda maiores se a Roma não tivesse agido rapidamente para cobrir a inesperada saída de Matic com as contratações de Renato Sanches e Paredes. As aquisições de Ndicka, Aouar e Kristensen também agradam o técnico, mas ele só ficará realmente contente se a agremiação se livrar de algumas cartas fora do baralho e se o bendito centroavante aportar em Trigoria – o mais rápido possível. Caso contrário, carregará a insatisfação durante toda a temporada e todos sabem o que um Special One zangado é capaz de aprontar.

Salernitana

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Candreva, da Salernitana (NurPhoto/Getty)

Cidade: Salerno (Campânia) Estádio: Arechi (31.300 lugares) Fundação: 1919 Apelidos: Granata, Bersagliera, Sua Maestà Principais rivais: Napoli, Avellino e Verona Participações na Serie A: 5 Títulos: nenhum (melhor desempenho: 15ª colocação) Na última temporada: 15ª posição Objetivo: escapar do rebaixamento Brasileiros no elenco: nenhum Técnico: Paulo Sousa (2ª temporada) Destaques: Boulaye Dia, Antonio Candreva e Guillermo Ochoa Fique de olho: Andres Sfait Principais chegadas: Mateusz Legowski (v, Pogon Szczecin), Trivante Stewart (a, Mount Pleasant) e Benoît Costil (g, Lille) Principais saídas: Federico Bonazzoli (a, Verona), Krzysztof Piatek (a, Istanbul Basaksehir) e Tonny Vilhena (m, Panathinaikos) Time-base (3-4-2-1): Ochoa; Lovato, Gyömbér, Pirola (Daniliuc); Mazzocchi, L. Coulibaly, Bohinen, Bradaric; Candreva, Kastanos; Dia.

Quando retornou à Serie A, em 2021, a Salernitana tinha um desafio: conseguir escapar do rebaixamento pela primeira vez na história. A equipe fez milagre naquela ocasião, obteve o bis no ano seguinte e, agora, planeja a terceira campanha de permanência na elite. Terá mais trabalho para cumprir a missão do que na temporada anterior, mas nada comparado ao esforço monumental de outrora.

Durante grande parte da sessão de mercado da intertemporada, a diretoria da Salernitana não se mexeu para remodelar o elenco: a prioridade foi segurar as principais peças, como o senegalês Dia, adquirido em definitivo junto ao Villarreal. Porém, algumas lacunas foram abertas com as saídas de jogadores frequentemente usados por Paulo Sousa e isso começou a incomodar o técnico, que via os adversários dos grenás se reforçarem nesse ínterim. O português teve de ir a público para pedir contratações, forçando os campanos a se mexerem a apenas 20 dias do encerramento da janela de transferências.

À espera de novas peças e à mercê da diretoria, Sousa começará o campeonato tendo os mesmos pilares de 2022-23 como nomes de confiança. No gol, por exemplo, o experiente e milagreiro Ochoa seguirá liderando uma defesa que pode crescer conforme a evolução dos jovens Lovato, Pirola e Daniliuc. Além disso, a equipe de preparadores do técnico português trabalha para que o selecionável italiano Mazzocchi recupere a melhor forma física e possa intensificar o diálogo positivo que desenvolve com Candreva pelo flanco direito. Um bom rendimento da dupla é fator fundamental para que o goleador Dia repita os números da última Serie A ou pelo menos se aproxime deles.

Sassuolo

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Berardi, do Sassuolo (LightRocket/Getty)

Cidade: Sassuolo (Emília-Romanha) Estádio: Mapei Stadium – Città del Tricolore (21.525 lugares) Fundação: 1920 Apelidos: Neroverdi, Sasòl Principal rival: Modena Participações na Serie A: 11 Títulos: nenhum (melhor desempenho: 6ª colocação) Na última temporada: 13ª posição Objetivo: meio da tabela Brasileiros no elenco: Ruan e Matheus Henrique Técnico: Alessio Dionisi (3ª temporada) Destaques: Domenico Berardi, Andrea Consigli e Armand Laurienté Fique de olho: Ryan Flamingo Principais chegadas: Samuele Mulattieri (a, Frosinone), Mattia Viti (z, Nice) e Matías Viña (le, Bournemouth) Principais saídas: Davide Frattesi (m, Inter), Rogério (le, Wolfsburg) e Mert Müldür (ld, Fenerbahçe) Time-base (4-2-3-1): Consigli; Toljan, Erlic, Ferrari (Viti), Viña; Lopez (Racic), Matheus Henrique (Boloca); Berardi, Bajrami, Laurienté; Pinamonti (Mulattieri).

Teremos um ano como todos os outros para o Sassuolo. O time emiliano não corre riscos de cair para a segundona e também não tem expectativas de brigar por vagas em competições europeias, restando-lhe a função de gerar entretenimento para a Serie A – além de, claro, valorizar jovens promissores, como de costume.

Chamou a atenção o fato de o Sassuolo ter feito um mercado bastante forte, no intuito de entregar um plantel muito profundo para Dionisi, ainda que o clube dispute apenas a Serie A e a Coppa Italia – por isso, não seria de surpreender se os neroverdi fizessem vendas importantes até o fim da janela. Entre as chegadas, quase todas obedecem ao mesmo perfil: atletas de 25 anos ou menos, com margem de melhora e potencial de revenda. A exceção é o goleiro Cragno, que será reserva do veteraníssimo Consigli e, futuramente, pode assumir a titularidade.

Como o projeto do Sassuolo não dá ponto sem nó, as saídas de Frattesi e Rogério foram bem repostas. Em outros setores, por sua vez, os neroverdi buscaram promessas que, se vingarem, serão opções mais confiáveis do que as que tinham anteriormente – tanto do ponto de vista físico quanto técnico. Vale salientar ainda que o time emiliano pescou alguns dos destaques do Frosinone, campeão da última Serie B, e terá a chance  de valorizá-los ainda mais: olho em Boloca, meia de chegada ao ataque, e em Mulattieri, que fará sombra a Pinamonti.

Torino

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Schuurs, do Torino (Arquivo/Torino FC)

Cidade: Turim (Piemonte) Estádio: Olímpico Grande Torino (28.177 lugares) Fundação: 1906 Apelidos: Toro, Granata Principal rival: Juventus Participações na Serie A: 80 Títulos: 7 Na última temporada: 10ª posição Objetivo: meio da tabela Brasileiros no elenco: nenhum Técnico: Ivan Juric (3ª temporada) Destaques: Antonio Sanabria, Perr Schuurs e Samuele Ricci Fique de olho: Ange N’Guessan Principais chegadas: Raoul Bellanova (ld, Inter), Adrien Tameze (m, Verona) e Mihai Popa (g, Voluntari) Principais saídas: Valentino Lazaro (m, Inter), Aleksei Miranchuk (mat, Atalanta) e Wilfried Singo (ld, Monaco) Time-base (3-4-2-1): Milinkovic-Savic; Schuurs, Buongiorno, Rodríguez; Bellanova, Ricci, Ilic, Vojvoda; Vlasic, Tameze (Radonjic); Sanabria.

No terceiro ano do trabalho de Juric no Torino, a expectativa é a mesma: a busca pelo nono ou pelo décimo lugares. Com elenco similar ao da temporada anterior e um grupo nitidamente inferior ao das oito equipes postulantes por vagas europeias, o time grená já está próximo do seu teto e dificilmente irá além do que obteve em outras ocasiões sob o comando do croata. Ao mesmo tempo, o plantel do Toro é consideravelmente superior ao do pelotão que luta para não cair. Assim, o treinador se vê sobre o fio da navalha, sendo obrigado a entregar os resultados esperados.

O Torino começa mais uma temporada com um problema debaixo das traves. Goleiro muito questionável, Milinkovic-Savic segue prestigiado com o técnico devido ao jogo com os pés e pelo fato de não ficar muito exposto. O forte sistema defensivo grená manteve suas principais peças e tem condições de proteger o arqueiro neste ano, mas vale um alerta para a ala direita. Novo titular da posição, Bellanova apresentou dificuldades de posicionamento em sua estadia na Inter e o seu setor pode se tornar um ponto vulnerável do time piemontês.

Para 2023-24, o desafio do Torino será encontrar maior eficiência no ataque, extremamente dependente dos gols de Sanabria. O problema é que, apesar de ter mantido o paraguaio e renovado o empréstimo de Vlasic, o time granata não conseguiu garantir a permanência de Miranchuk, importante peça do tridente proposto por Juric. Com características menos ofensivas, Tameze chega para rivalizar por um lugar com o displicente Radonjic. O que há no horizonte certamente não é um cenário dos mais empolgantes para a torcida do Toro, aborrecida com tanta mesmice e mediocridade.

Udinese

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Beto e Thauvin, da Udinese (LaPresse)

Cidade: Údine (Friul-Veneza Júlia) Estádio: Friuli (25.144 lugares) Fundação: 1896 Apelidos: Bianconeri, Friulani e Zebrette Principais rivais: Venezia e Triestina Participações na Serie A: 51 Títulos: nenhum (melhor desempenho: vice-campeã) Na última temporada: 12ª posição Objetivo: meio da tabela Brasileiros no elenco: Walace e Brenner Técnico: Andrea Sottil (2ª temporada) Destaques: Beto, Gerard Deulofeu e Sandi Lovric Fique de olho: Etienne Camara Principais chegadas: Jordan Zemura (le, Bournemouth), Brenner (a, Cincinatti) e Lorenzo Lucca (a, Ajax) Principais saídas: Destiny Udogie (le, Tottenham), Rodrigo Becão (z, Fenerbahçe) e Roberto Pereyra (m, sem clube) Time-base (3-5-2): Silvestri; Pérez, Bijol, Masina (Ebosse); Ebosele (Ehizibue), Samardzic, Walace, Lovric, Zemura; Success (Deulofeu, Thauvin), Beto (Lucca, Brenner).

A Udinese que revelava craques e competia por grandes objetivos ao mesmo tempo ficou no passado. Nos últimos anos, a equipe friulana até valorizou ótimos jogadores e os vendeu por valores interessantes, mas não conseguiu resultados impressionantes na Serie A. Em 2023-24, a situação será similar: uma campanha tranquila será vista com bons olhos pela torcida bianconera.

Foram poucos os jogadores que deixaram o Friuli na janela de transferências e, na verdade, a Udinese se vê até obrigada a vender algumas peças do seu ataque antes do encerramento da atual sessão de mercado. O setor está congestionado e certamente não agradou à diretoria a lambança que Samardzic e seus agentes protagonizaram na negociação abortada com a Inter. O sérvio era um dos candidatos a deixar a equipe e será difícil achar outro destino para ele no momento. Beto, após anos positivos no nordeste da Itália, também pode ser vendido para dar vez a Brenner e Lucca.

Com as saídas de Pereyra e Rodrigo Becão, capitão e vice, o espaço para a formação de novos líderes está aberto. O herdeiro da braçadeira foi o goleiro Silvestri, que vê o zagueiro Bijol surgir como candidato a ocupar um lugar como seu escudeiro na defesa. Por sua vez, Lovric é o sucessor natural do meia argentino na criação, ao passo que Deulofeu, que ainda se recupera de lesão, também deve retomar seu posto de protagonista no elenco friulano. Uma soma de fatores capaz de resultar numa trajetória modesta e sem sobressaltos no campeonato.

Verona

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Hien, Djuric e outros jogadores do Verona (IPP)

Cidade: Verona (Vêneto) Estádio: Marcantonio Bentegodi (31.045 lugares) Fundação: 1903 Apelidos: Mastini, Scaligeri, Butei, Gialloblù Principais rivais: Vicenza, Napoli e Milan Participações na Serie A: 33 Títulos: 1 Na última temporada: 17ª posição Objetivo: escapar do rebaixamento Brasileiros no elenco: nenhum Técnico: Marco Baroni (1ª temporada) Destaques: Isak Hien, Darko Lazovic e Josh Doig Fique de olho: ninguém Principais chegadas: Jordi Mboula (a, Racing Santander), Riccardo Saponara (mat, Fiorentina) e Federico Bonazzoli (a, Salernitana) Principais saídas: Adrien Tameze (m, Torino), Kevin Lasagna (a, Fatih Karagümrük) e Miguel Veloso (m, Pisa) Time-base (4-2-3-1): Montipò; Faraoni, Hien (Magnani), Dawidowicz, Doig (Cabal); Hongla (Folorunsho), Duda; Saponara (Mboula), Ngonge, Lazovic; Bonazzoli (Djuric).

Uma notícia boa para os torcedores do Verona: após três anos seguidos em que começou a Serie A com um elenco inferior ao da temporada precedente, o Hellas encerrou essa triste sina. O lado ruim? O plantel tem mais ou menos a mesma qualidade daquele que se salvou do rebaixamento do último certame na bacia das almas, graças ao triunfo no jogo de desempate com o Spezia.

Ciente de que a temporada 2023-24 será palco de mais sofrimento, a torcida gialloblù tem pouco ao que se agarrar e cruza os dedos na intenção de esconjurar males adicionais. É que, nesta janela, o Verona ainda pode perder nomes importantes, como Hien e Doig. A vida do técnico Baroni, que chegou respaldado pela salvação do Lecce, é duríssima. Além de precisar lidar com intempéries de mercado, o comandante terá de tirar coelhos da cartola para fazer a defesa dos mastini funcionar mesmo com tantas peças contestáveis à disposição.

No frigir dos ovos, Montipò, Faraoni, Lazovic, Ngonge e Djuric seguram um abacaxi, visto que só viram aumentar as suas responsabilidades. O mesmo vale para os reforços, entre os contratados Folorunsho, Saponara, Mboula e Bonazzoli, ou os que retornam – como Hongla, que teve passagem positiva em empréstimo ao Valladolid. Com um elenco repleto de carências, o Hellas terá de suar muito para evitar o descenso.

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