Guia da Premier League 2022/23 – Chelsea: Momentos de turbulência | OneFootball

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·05 de agosto de 2022

Guia da Premier League 2022/23 – Chelsea: Momentos de turbulência

Imagem do artigo:Guia da Premier League 2022/23 – Chelsea: Momentos de turbulência

Cidade: Londres Estádio: Stamford Bridge (41.631 pessoas)


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Temporada passada – 3º lugar

Foi uma loucura. O que você não espera na projeção da temporada de um clube rico como o Chelsea é ter que discutir se haverá dinheiro disponível para pagar diária de hotel. As sanções contra Roman Abramovich e a venda forçada do clube ao consórcio liderado por Todd Boehly foram uma distração inesperada à defesa do título europeu. Thomas Tuchel ainda conseguiu conduzir os Blues a duas finais de copa, ao terceiro lugar da Premier League e conquistou o Mundial de Clubes.

A expectativa era alta. A temporada começou com a base do time campeão europeu, reforçada por Romelu Lukaku, que parecia tudo que o Chelsea precisava: um alvo para o seu talentoso ataque, a contundência que faltava. Mas o belga não se readaptou bem a Londres e colecionou algumas partidas terríveis, como contra o Crystal Palace, quando deu apenas sete toques na bola. Uma entrevista descuidada no fim do ano, expressando desejo de voltar à Internazionale, não ajudou a ganhar moral com o chefe. E no fim voltou mesmo para a Internazionale.

Mas houve sinais de otimismo. O Chelsea ganhou oito das dez primeiras rodadas e passou um período na liderança, quando pareceu que a briga pelo título seria a três cabeças dessa vez, ao lado de Liverpool e Manchester City. Os tropeços começaram a aparecer em demasia, culminando com quatro jogos sem vitória na virada do ano que tornaram o título praticamente impossível. O negócio degringolou mesmo em abril, quando o futuro do clube estava muito incerto. Duas derrotas pesadas em casa, para Brentford e Arsenal, levando quatro gols em cada, foram o ponto mais baixo de uma reta final decepcionante.

Em meio a tudo isso, o Chelsea ainda levou as quartas de final da Champions League para a prorrogação contra o Real Madrid, após perder por 3 a 1 em Stamford Bridge, derrotou o Palmeiras na final do Mundial e forçou o Liverpool a duas disputas de pênaltis nas decisões da Copa da Inglaterra e da Copa da Liga Inglesa. Perdeu as duas, o que francamente foi um azar danado, mas mesmo entre tantos problemas extra-campo, conseguiu encontrar as forças para competir.

A preocupação é que os problemas não diminuíram. Jogadores importantes foram embora, o mercado ainda está longe do necessário, e Thomas Tuchel, com um histórico bem documentado de atritos internos em sua carreira, começou a cobrar mais empenho dos seus comandados em público após levar uma sapatada do Arsenal na Flórida.

Mercado

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Kalidou Koulibaly é anunciado pelo Chelsea (divulgação)

Principais chegadas: Kalidou Koulibaly (Napoli), Raheem Sterling (Chelsea), Carney Chukwuemeka (Aston Villa)

Principais saídas: Antonio Rüdiger (Real Madrid), Andreas Christensen (Barcelona), Romelu Lukaku (Internazionale)

O Chelsea está em uma posição complicada no mercado de transferências porque tem duas missões: repor a saída de jogadores importantes e qualificar o elenco se quiser brigar com Manchester City e Liverpool pelo título. Por enquanto ainda não conseguiu terminar a primeira, e está levando um chapéu atrás do outro, um bom choque de realidade a Todd Boehly, que revolucionou a cúpula de futebol, com as saídas da diretora Marina Gravnovskaia e do presidente Bruce Buck, e está ele próprio conduzindo a janela – teoricamente em consulta com Gravnovskaia.

O quanto a inexperiência do diretor de futebol interino está pesando até agora é difícil saber, mas Raphinha e Jules Koundé eram alvos importantes do Chelsea e os dois acabaram indo para o Barcelona. Agora novos zagueiros aparecem na lista de compras, com Wesley Fofana, do Leicester, na pole position. Milan Skriniar também é citado, com a forte concorrência do Paris Saint-Germain – além da resistência da Internazionale a vendê-lo.

Pelo menos mais um zagueiro é a prioridade após as saídas de Rüdiger, um importante jogador com Tuchel, e Christensen. O interesse por Raphinha também sugere que o técnico alemão quer fortalecer o seu ataque além de Raheem Sterling, contratado do Manchester City para tentar reforçar a mordida de um setor ofensivo meio sem dente. Após Lukaku, Kai Havertz foi o atacante mais eficiente de um time que ainda deve negociar Hakim Ziyech, lida com a suposta vontade de sair de Timo Werner e ainda tem Christian Pulisic que entrou em uma preocupante espiral descendente.

Além desses três atacantes com futuro incerto, pilares dos últimos anos, Marcos Alonso está entrando na temporada final de seu contratos e interessa ao Barcelona – o nêmesis do Chelsea nesta janela de transferências. Pelo menos, César Azpilicueta, que estava na mesma situação, renovou até 2024. Marc Cucurella deve ser anunciado em breve para reforçar a lateral esquerda. O Chelsea também aproveitou a oportunidade de contratar o talentoso meia Carney Chukwuemeka, do Aston Villa, pensando no futuro.

Boehly ainda precisa tomar uma decisão em relação a Cristiano Ronaldo. O craque quer sair do Manchester United, e o Chelsea é um dos poucos clubes que têm bala na agulha para contratá-lo. Tuchel não seria fã, mas no desespero de uma janela que não está andando como todos imaginavam, vai saber?

O elenco

O Chelsea precisa fazer mais contratações e terminará agosto com um elenco diferente ao que tem atualmente. Mas, por enquanto, segue com um dos melhores goleiros do mundo em Édouard Mendy e tem um problema grande na sua zaga. Thiago Silva continua confiável, mas não está ficando mais jovem. Kalidou Koulibaly, ainda no auge, é um reforço de baixo risco para o setor que por enquanto não tem muito mais alternativa, além dos jovens Trevor Chalobah, Ethan Ampadu e Malang Sarr. Azpilicueta ficou e será uma opção de experiência importante, inclusive como reserva na lateral direita.

Tuchel testou linha de quatro contra o Arsenal, mas em outros amistosos, com o trio na defesa, usou Emerson Palmieri, de volta após empréstimo ao Lyon, pelo lado esquerdo da zaga. Pode ser uma opção. Ben Chilwell perdeu quase toda a última temporada por uma séria lesão e deve ter a forte concorrência de Cucurella. O outro lado está mais bem abastecido. Reece James é um dos melhores laterais direitos da Inglaterra. Azpilicueta pode substitui-lo em linha de quatro, e Callum Hudson-Odoi, como ala.

O centro do gramado ainda está bem servido com Jorginho, Kanté e Kovacic, agora também com Conor Gallagher, que retorna de um empréstimo muito bem-sucedido ao Crystal Palace. Ruben Loftus-Cheek e Ross Barkley, se ficarem, são as opções mais periféricas.

O ataque é uma questão maior. As movimentações do Chelsea indicam o desejo de ter jogadores mais leves e goleadores na frente. Sterling e Havertz saem na frente de todo mundo se for usado um trio de ataque, provavelmente junto com Mason Mount. Mas as alternativas não passam mais confiança, e se Tuchel insistir em usar pontas, também não tem muita profundidade ali.

O técnico

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Thomas Tuchel, técnico do Chelsea (OSCAR DEL POZO/AFP via Getty Images)

Tuchel é um dos melhores técnicos do mundo. Ótimo no Mainz e no Borussia Dortmund e levou o Paris Saint-Germain a uma final de Champions League, apesar de problemas em outros departamentos. Causou um impacto imediato ao Chelsea, consertando a temporada a ponto de conquistar a Europa, mas passou a ter que responder sobre a política externa da Rússia e o preço das diárias de hotel em Lille. Ao longo de todo aquele período de incerteza, se portou de uma maneira muito digna como escudo do seu elenco e representante dos torcedores. Mas a pré-temporada não andou muito bem, e ele já demonstrou propensão a conflitos internos. Terá que mostrar o quanto amadureceu nesse sentido.

O futuro

Connor Gallagher foi uma das revelações da última Premier League. Marcou oito gols em um Crystal Palace que não coloca tanta bola na rede assim. O vice-artilheiro do time de Patrick Vieira. O protagonismo lhe permitiu fazer uma aposta arriscada: achar que consegue entrar na rotação de meio-campo do Chelsea. Poucas crias da base azul conseguiram a promoção, com exceção daquele ano sob embargo de transferências em que não dava para evitar. Será uma injeção de juventude e talento importante a um setor que roda os mesmos jogadores há alguns anos – mesmo que Kanté, Jorginho e Kovacic, às vezes Mount, sejam muito bons.

Expectativa para a temporada

O Chelsea está em um limbo. É difícil encontrar a motivação para ser mais uma vez terceiro colocado. Ao mesmo tempo, ainda parece longe demais de Liverpool e Manchester City para se candidatar ao título. Especialmente com uma janela de transferências tão acidentada. Esse tem que ser o objetivo, mas a ambição mais plausível é novamente se classificar com folgas para a Champions League e tentar ser competitivo nas competições de mata-mata – como tem sido desde que Tuchel chegou.

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