820 dias depois de estreia, Cruzeiro disputará sua última partida na Série B do Brasileirão | OneFootball

FOTO: STAFF IMAGES / FLICKR / CRUZEIRO

Com acesso e título garantidos, o Cruzeiro finalmente irá dar adeus à Série B do Campeonato Brasileiro. Rebaixado em 2019, o clube amargou dois anos de insucessos e chegou a flertar com o perigo de cair para a Série C do campeonato nacional, sem contar com os inúmeros problemas extracampo que refletiam no desempenho dos seus jogadores e na iminência de um clube que poderia até fechar as portas.

Foi no dia 8 de agosto de 2020 que o Cruzeiro entrou em campo pela primeira vez em sua gigantesca história, na divisão de acesso do Brasileirão. O clube que ainda procurava se estruturar nos bastidores, venceu o Botafogo de Ribeirão Preto por 2 a 1, no Mineirão. Poderia ser os três primeiros pontos da equipe na tabela, mas a vitória serviu para abater um saldo negativo de menos seis pontos na tabela de classificação.

Do elenco que esteve presente na partida contra o Botafogo, comandado pelo técnico Enderson Moreira, apenas o atacante Stênio (que iniciou a partida como titular) e o volante Filipe Machado ainda estão presentes na equipe que conquistou o acesso nesta temporada.

O cenário era outro. Portões fechados por conta da pandemia de Covid-19 que assolava todo o mundo, problemas financeiros, atrasos salariais, constantes saídas e chegadas de jogadores e também de técnicos. O calvário do Cruzeiro na Série B daria por si só um filme de drama e superação à parte. De técnicos renomados aos novos e com conceitos modernos. Jogadores experientes e promessas das categorias de base.

Desde então, foram mais de 800 dias, 820 que se completam diante do CSA, pela última rodada da Série B de 2022, para ser mais exato.

Somando as temporadas em que não conseguiu o acesso (2020 e 2021) o Cruzeiro conquistou 24 vitórias, 31 empates e 21 derrotas, marcando 81 gols e sofrendo 76 gols. Só na temporada de 2022, o time comandado pelo técnico Paulo Pezzolano já alcançou 22 vitórias na competição, com 9 empates e apenas 6 derrotas.

A Raposa irá disputar, ao todo, 114 jogos ao longo destes 3 anos. E a diferença de aproveitamento das primeiras temporadas pra atual é considerável: em 2020 a Raposa obteve apenas 42,98%, em 2021 esse número caiu para 42,10%. Já neste ano, a Raposa chegou aos 65,78% – e poderia ter conquistado mais, se não tivesse tropeçado nas rodadas seguintes à conquista do acesso e do título da competição.

Fim de tabu

Para fechar a temporada com “chave de ouro”, a Raposa terá que quebrar um tabu indigesto e que traz más lembranças à torcida: vencer o CSA.

O clube alagoano, que nesta temporada ainda briga para escapar do rebaixamento, marcou todo esse período nublado da história celeste. O Cruzeiro não vence o CSA há sete partidas, são três empates e quatro derrotas. Algumas dessas partidas ficaram marcadas, como a partida do segundo turno do Campeonato Brasileiro da Série A, em 2019. Na ocasião, um áudio vazado do meia Thiago Neves para o então dirigente Zezé Perrella, cobrava por salários atrasados e se desfazia do próprio CSA, adversário da próxima rodada.

A partida terminou com a vitória do CSA, em pleno Mineirão, por 1 a 0. Thiago Neves perdeu um pênalti na partida e ficou marcado por ser a sua última atuação com a camisa celeste.

Apesar dos resultados recentes, o histórico do confronto entre Cruzeiro e CSA ainda é favorável à Raposa. São 14 jogos entre as equipes, com 6 vitórias do Cruzeiro, 3 empates e 5 vitórias do CSA.