Com valores corrigidos, Lucas se torna a segunda maior venda da história do Athletico | OneFootball

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·5 settembre 2023

Com valores corrigidos, Lucas se torna a segunda maior venda da história do Athletico

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A venda de Khellven do Athletico ao CSKA de Moscou por R$23,6 milhões de reais igualou a quantia investida no lateral-direito à que foi desembolsada pelo Manchester United pelo meia Kleberson, campeão brasileiro com o Furacão e titular no pentacampeonato mundial da seleção brasileira.

Jogadores empataram, então, na décima posição entre as vendas mais caras da história do Athletico. Não se questiona o fato de que Kleberson teve tamanho pelo Furacão que não se compara à carreira de Khellven, mesmo que vitoriosa e recheada de grandes momentos.


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Teria o, à época, Atlético-PR vendido barato Kleberson ao futebol inglês em 2003? Ou o Furacão, com outro tamanho na atualidade, consegue tirar mais dos clubes pretendentes do que antes conseguia? Nem uma, nem a outra.

A reportagem da Trétis procurou o economista Guilherme Toscan da Silva, que explica onde está a diferença entre vender um jogador do calibre de Kleberson em 2003, ou do atacante Lucas em 2000, a vender jogadores em 2023:

“Quando fazemos comparações que envolvem dinheiro, sempre há a situação dos valores nominais e os valores reais. Os nominais são os que o bem, produto, serviço, foi negociado na época em que foi negociado. Os valores reais corrigem esse valor nominal, considerando a inflação – consegue-se fazer uma comparação mais próxima da realidade.”

Toscan continua, e adequa situação à realidade do futebol – o cenário mudou e, como em toda a economia mundial, o processo de venda de jogadores também foi afetado pela inflação: “Hoje você precisa de algo em torno de 80, 90 milhões [de reais] para comprar um jogador do nível que era o Lucas, naquela época.”

O economista cita a negociação de Lucas Severino, que deixou o Athletico em 2000 com destino ao Bordeaux-FRA, por R$39,5 milhões. Transferência figurava, até 2013, entre as dez mais caras da história do futebol brasileiro e colocou responsabilidade irreal no jovem atacante, que admitiu fato em entrevista ao portal UOL:

“O jogador não tem culpa de ser vendido pelo valor que foi. Houve um leilão, estava certo com o Olympique de Marselha, mas chegou um investidor e dobrou o valor. Aceitei, mas quando cheguei queriam que eu fizesse 30 gols por temporada. Queriam um novo Pelé”

Depois de Lucas, outros quatro jogadores foram negociados por valores maiores pelo AthleticoRenan Lodi, em 2019, por R$97,5 milhões e Bruno Guimarães, em 2020, por R$93,8 milhões são exemplos. No mesmo 2020, o zagueiro Robson Bambu deixou o Furacão por R$47 milhões e, neste ano, Vitor Roque bateu todas essas, com venda garantida ao Barcelona, que desembolsará valor que pode chegar aos R$395 milhões.

A venda de Vitor Roque, inclusive, é a única na história do Athletico que possui valor real, corrigido pela inflação, maior do que a de Lucas Severino, que atinge os R$235,5 milhões, segundo levantamento de Guilherme Toscan da Silva. Depois de 23 anos, a venda do atacante cresceu em praticamente seis vezes o seu tamanho e atesta que o talento de Lucas valeria, hoje, o que equivale a 11 vezes o gasto pelo Athletico em Bruno Zapelli, segunda maior contratação da história do clube.

Outros jogadores que estão entre as dez maiores vendas da história do Furacão também ganham posições com a correção monetária. Kleberson, citado como exemplo no início do texto, tem valor corrigido para R$90,6 milhões, parecido com o que foi gasto pelo Lyon em Bruno Guimarães.

Fernandinho e Jadson também são mais valorizados com este critério – sobem seus valores de venda para, respectivamente R$114,4 milhões e R$108,4 milhões. Confira ranking completo:

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Metodologia

Os valores dispostos na lista foram retirados do cálculo feito pela calculadora de impacto de inflação do Banco Central, por Toscan. O cálculo requer que seja escolhido um índice de medição da inflação, que, no caso desta reportagem foi o IGP-M, produzido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O economista explica que, por mais que nenhum índice tenha a expertise no acompanhamento da inflação das transações que envolvem jogadores de futebol, o IGP-M tem abordagem mais ampla.

O cálculo foi feito com base nas datas de registro de cada negociação em relação à data da venda de Vitor Roque, em 08/07 deste ano.

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