Reunião histórica: Flamengo pode aprovar avanço inédito na governança do clube | OneFootball

O Conselho Deliberativo do Flamengo (Code) tem nessa segunda-feira (05), uma reunião muito importante, com uma deliberação que pode levar o Clube de Regatas do Flamengo ao início de um novo patamar de governança.

O Code se reúne para aprovar proposta de mudança ao Estatuto do Clube para cravar em pedra que as reuniões do Code dali em diante passam a ser obrigatoriamente na modalidade híbrida, como já tem sido desde a posse do presidente Ricardo Lomba, mas que também se torne obrigatória a modalidade remota como forma de participar das votações do Conselho.

Por várias perspectivas a proposta é necessária e urgente.

A razão mais óbvia é a de permitir a participação de sócios que moram ou trabalham longe da Gávea, seja em outra cidade, país ou mesmo distante do clube ainda que dentro da mesma cidade.

A experiência durante a pandemia mostrou que é possível manter os processos mesmo remotamente ou de maneira híbrida. O mundo nem o clube pararam nesse período.

Agora, para além dessa primeira motivação mais óbvia de acolher conselheiros desse clube, que é uma potência nacional e maior em torcida fora do que dentro da cidade e do Estado do Rio de Janeiro, reuniões híbridas como regra e a votação online também como obrigação são evoluções também necessárias por outras motivações também muito importantes.

A segunda motivação que coloco é que mesmo para conselheiros que moram perto, razões pessoais, de saúde ou profissionais podem impedir um conselheiro que habitualmente participa de maneira presencial de estar em uma reunião.

Se valorizamos a participação desses conselheiros assíduos por qual razão devemos renunciar à sua contribuição de maneira remota?

A terceira motivação passa pela velha máxima de que duas cabeças pensam melhor do que uma e quanto maior a participação de conselheiros em nossas reuniões mais legitimidade terá cada decisão e por maior escrutínio cada assunto terá passado.

Uma outra evolução que obteremos com a obrigação de reuniões híbridas e votação online passa por melhorar a governança quanto a disponibilização de documentos aos conselheiros.

Ricardo Lomba preside o Conselho Deliberativo do Flamengo. Foto: Divulgação / Flamengo

O Flamengo até 12 anos atrás era um clube que exigia foto 3x4 para um sócio novo se inscrever, mas até hoje mesmo tendo se tornado uma instituição de receita bilionária ainda exige que conselheiros compareçam à Secretaria dos Conselhos do Clube presencialmente, em horário comercial, para ter acesso aos pareceres que avaliam a proposta a ser votada.

A realidade é que quase nenhum conselheiro ou conselheira comparece ao clube para ter acesso a esses documentos, contratos milionários são avaliados com base em apresentações de Powerpoint e breve debate.

Não parece o ideal e não é.

Além disso, pareceres não registrados em sistemas do clube e compartilhados com registro de horário de registro acabam sendo modificados ao longo do próprio dia da deliberação, como quando da fatídica aprovação do contrato de TV via Libra tão bem explorado na reunião anterior do Conselho Deliberativo.

A Comissão de Finanças teria alterado seu parecer ao longo do dia se fosse em Sistema disponibilizado aos conselheiros? Outro poder o faria?

Incluir os conselheiros que participarão de forma remota passa por disponibilizar o material previamente, de forma segura e rastreável os documentos por meio digital.

Preocupações com vazamentos que atualmente já existem mesmo sendo exclusivamente presencial cada deliberação e acesso aos documentos na Secretaria dos Conselhos não me convencem.

O clube precisa dar mais esse passo rumo a modernidade, se tornar mais democrático, com um conselho mais participativo e diligente, por isso tudo a deliberação é importante e urgente.

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