Zerozero
·11 Juli 2025
<i>Right to Dream</i> sem direito a pressão: eis Dorgeles, a compra mais cara da história do SC Braga

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·11 Juli 2025
Longe vão os tempos em que o SC Braga cimentava o estatuto de quarta força futebolística portuguesa com estratégia, planificação, mas sem o capital necessário para acelerar a subida de degraus. A verdade é que estes foram sendo escalados, época após época, até que António Salvador mirou o título de campeão nacional como um objetivo plenamente identificado para as próximas épocas.
Decorria o mês de maio, na antecâmara das eleições que viriam a ser novamente vencidas pelo emblemático presidente arsenalista. A mudança estava, por fim, assumida para regalo e subida repentina do batimento cardíaco dos adeptos minhotos.
A contratação de Carlos Vicens foi encarada como a primeira base para a nova era (2025-29), mas o mercado de transferências fazia crescer uma ânsia maior do que outrora. Afinal, estaria Salvador, finalmente, apto para investir no plantel como nas infraestruturas do clube?
Eis a primeira resposta: a chegada de Mario Dorgeles, com a popa e circunstância de se ter transformado na mais cara compra do SC Braga. 11 milhões pela totalidade do passe, mais dois em objetivos. Notável. Uma nova realidade fora da esfera dos três maiores clubes.
Ciente do estatuto que os milhões em si investidos representam, tal como fez questão de frisar no momento da apresentação, o internacional costa-marfinense parece ver a pressão como algo natural de lidar desde tenra idade.
«Sendo um jogador caro para o clube, há sempre alguma pressão, claro. Mas o meu principal objetivo é jogar e ajudar a equipa a alcançar grandes conquistas. As provas europeias são muito importantes. Acredito que temos condições para fazer uma grande época juntos, tanto a nível nacional como europeu», assumiu o jogador.
Declarações, à primeira vista, surpreendentes para um jovem de 20 anos, mas que encontram justificação na janela de oportunidade que foi a ponte entre a academia Right to Dream e o Nordsjaelland. Dorgeles foi mais um desses sonhadores que não tardou em justificar a viagem até ao norte da Europa.
Jogador diferente de estrelas emergentes como Mohammed Kudus, esta semana oficializado no Tottenham, ou Sulemana, que trilharam percurso idêntico até ao Nordsjaelland e à liga dinamarquesa, Dorgeles atraiu nomes sonantes do Velho Continente até si. A corrida, essa, foi ganha pelo SC Braga, que espera capitalizar o investimento feito com todas as aptidões demonstradas nos 83 jogos em que o jogador vestiu as cores do seu primeiro clube na Europa.
Dono de uma capacidade de passe notável (sobretudo o de longa distância) e boa visão de jogo a partir do calibre do seu pé esquerdo, Dorgeles é um médio de grande raio de ação e habituado a alinhar ao lado de mais dois médios.
Procura agora encaixar nas ideias de Carlos Vicens, técnico que já deu um cheirinho do futebol possessivo que quer para a sua equipa. Ainda não alinhou frente ao Wolfsberger, mas a estreia, ainda que oficiosa, deve estar para breve.
Com boa chegada à área e, não obstante, os seus tenros 20 anos, pode crescer em capítulos como a finalização e até o último passe.
A expetativa está gerada, faltando saber se Dorgeles corresponde às expetativas de, além de se ter tornado o jogador mais caro da história arsenalista à frente de nomes como Abel Ruiz ou Bruma, ser o único atleta extra-grandes a ser contratado por uma verba na casa dos dois dígitos.