Exclusivo: presidente do Corinthians explica gastos com cartão corporativo cobrados pelo CORI | OneFootball

Na última segunda-feira, 25, o Conselho de Orientação do Corinthians aprovou um relatório recomendando o afastamento do presidente Augusto Melo por gestão irregular ou temerária. Entre os pontos destacados pelo órgão, estão os gastos com o cartão corporativo do clube, que no primeiro semestre chegaram a quase R$ 3 milhões e, segundo o documento, não foram detalhados para análise do Cori.

O dirigente, no entanto, sustentou em entrevistas que jamais havia promovido qualquer gasto em seu cartão, que permanecia inativo. Diante da situação, a Central do Timão abordou o tema, em entrevista exclusiva realizada com o presidente no último sábado, 30 – o bate-papo completo pode ser acessado na TV Central do Timão, no YouTube.

Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

Augusto Melo exibiu, em seu celular, cópias de algumas faturas de seu cartão pessoal. Nessas cópias, não constam registros de gastos, apenas os valores referentes à anuidade do cartão. O presidente afirmou que os gastos mencionados no relatório do CORI estão relacionados a outro cartão, utilizado para as despesas gerais do clube.

“Eu não preciso gastar um real do Corinthians para nada. O que estão falando aí, que está aparecendo nos valores, são (do) cartão cooperativo do clube todo, de compras, de viagens, que as pessoas responsáveis tem notas fiscais (do) eles que gastam. O Augusto Melo, durante 11 meses, não gastou um real, porque eu não preciso disso.”

O dirigente continuou falando sobre o tema, afirmando que embora os gastos sejam relativos a todo o clube, entende que também é o responsável pela prestação de contas por ser o presidente. Augusto Melo reforçou que todo o detalhamento desses gastos está registrado e documentado, e que sua gestão pode comprovar a regularidade de tudo o que foi pago com o cartão corporativo mencionado no relatório do CORI.

“Tem toda a documentação lá, à disposição tanto do Conselho Deliberativo, como do CORI, como o Conselho Fiscal. O CORI não tem poder de julgar, ele tem poder de orientar, e é isso que deveria ter feito. Estão lá todas as documentações, notas fiscais, tudo comprovando. Nós temos compras que já vem de outra gestão, que são as mesmas pessoas, enfim. A gente está dando seguimento no que é bom e trocando o que não é bom.”

É importante ressaltar, contudo, que, ao receber as faturas para verificação, a Central do Timão obteve apenas prints, nos quais itens como o valor total da fatura, o saldo e os pagamentos estavam cobertos. Veja abaixo:

Exemplo de fatura do cartão corporativo pessoal de Augusto Melo (Foto: Reprodução)

Exemplo de fatura do cartão corporativo pessoal de Augusto Melo (Foto: Reprodução)

A Central do Timão também procurou representantes do CORI para comentar o assunto. Um dos membros do Conselho de Orientação negou que o órgão tenha recebido o detalhamento das faturas mencionadas no relatório, apesar de ter feito diversas cobranças. Na visão deste membro, o CORI adotou todas as medidas que deveriam ser tomadas para buscar esclarecer os pontos levantados no relatório.

Ele afirmou ainda que, se o cartão pessoal de Augusto Melo está zerado, isso pode indicar que eventuais gastos individuais do presidente poderiam estar, em tese, “embutidos” nos gastos gerais do cartão do clube, e que apenas a apresentação das faturas detalhadas de todos os cartões poderia sanar de forma transparente essa questão.

Procurada posteriormente, a assessoria do presidente alvinegro declarou: “Todo material e extratos sempre estiveram disponíveis para o CORI e a diretoria vai fazer uma manifestação por escrito apontando os esclarecimentos de cada um dos itens do relatório.”

O relatório do CORI foi encaminhado por Romeu Tuma Júnior, presidente do CD, aos conselheiros do clube e também à Comissão de Ética e Disciplina do Corinthians, responsável por analisar as denúncias e elaborar um parecer ao Conselho, que decidirá se é passível de instauração de um novo processo de impeachment. Enquanto isso, nesta segunda-feira, 2, o CD votará o primeiro processo instaurado, relativo ao caso VaideBet.

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