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·23 November 2024

É a (Di) Magia da Taça

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Celebrou-se recentemente o aniversário de Nené, icónico camisola sete das águias, e o Benfica prestou, na noite deste sábado, a melhor homenagem possível: um estrondoso 7-0 frente ao Estrela da Amadora na Taça de Portugal.

Benfica e Estrela já tinham jogado na Luz esta época - em agosto, para o campeonato. Contudo, desta feita, por muito difícil que seja de explicar, o ambiente foi diferente. Apesar de ser um duelo a eliminar, a Taça traz uma aura mais descomprimida, onde habituais rivais confraternizam e esquecem as cores nas horas que antecedem o apito inicial.


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Na mesa dos grandes encarnados

Enfim, é a magia da Taça de Portugal. E como toda a magia precisa de um mágico, eis que aparece Ángel Di María.

Após abandonar a seleção argentina, El Fideo aproveitou a paragem internacional para recarregar baterias e dar continuidade ao excelente momento de forma - bisou no clássico. Assim sendo, André Narciso deu ordem para começar o jogo e, consequentemente, para Di María abrir o livro.

Os primeiros 20 minutos do camisola 11 das águias são para emoldurar. Toque de bola, criatividade, atrevimento... De encantar, para variar. Como se não bastasse, pelo meio ainda conseguiu marcar um hat-trick - os três golos são fantásticos e aconselhamos a rever, mas o segundo, num pontapé de bicicleta irrepreensível, entra para a lista de melhores golos do próprio.

Assim, de repente, ficou a eliminatória resolvida. São os benefícios de ter na equipa um dos melhores da história.

Não obstante, por mais decidido que o jogo estivesse, faltavam jogar 70 minutos. O Estrela ainda obrigou Samuel Soares a desviar dois remates para canto, mas a noite era encarnada e, depois da magia, veio o desperdício. Arthur Cabral - falhou o remate - e Jan-Niklas Beste - chutou por cima - podiam ter dilatado a já confortável vantagem.

Durante o intervalo, nota para um momento - mais um - de união entre as bancadas e o que se passava em campo. Nené, o jogador com mais jogos disputados de águia ao peito, foi homenageado pela plateia da Luz, poucos dias depois do seu 75º aniversário.

Do mágico para o feiticeiro

No regresso dos balneários, o Benfica viveu o período menos fugaz. O Estrela entrou bem e obrigou Samuel Soares - boa exibição - a uma defesa apertada. De seguida, quando as águias voltaram à mó de cima, Arthur Cabral falhou mais duas chances de ouro - parecia caminhar para uma noite de total desinspiração.

«Isso pouco importa para quem tem Di María». A frase, que já faria sentido antes do quarto golo, fez ainda mais depois. O argentino ainda só havia recebido a bola no meio-campo e as bancadas já fervilhavam. Avançou, tabelou e serviu Kerem Aktürkoğlu, que saltou do banco ao intervalo. Do mágico para o feiticeiro, ficava a Luz encantada.

Tudo - mais do que - sentenciado, era só uma questão de saber o resultado final. Zeki Amdouni marcou vindo do banco - a reclamar mais minutos -, mas a notícia da noite veio depois: Arthur quebrou o enguiço e ainda foi a tempo de bisar - um deles, também de bicicleta!

7-0, a homenagem perfeita a Nené, o eterno camisola sete das águias. Sem espinhas, o Benfica avança para os oitavos de final da Taça de Portugal.

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