Rui Costa: “Assumir o falhanço de não termos conseguido conquistar o Campeonato” | OneFootball

Rui Costa: «Antes de mais, assumir o falhanço de não termos conseguido conquistar o Campeonato, que era o grande objetivo da época. Como responsável máximo, aqui estou para assumir essa responsabilidade, num ano em que quisemos muito chegar a este título, lutámos por ele até a última jornada, mas infelizmente não fomos capazes de dar aos adeptos a alegria que eles tanto mereciam. É um momento de grande frustração, de grande dor, é um ano de trabalho que fica marcado por esta ausência de título. Independentemente daquilo que vá acontecer até ao final da época, nada elimina que o objetivo principal tenha sido falhado.

Relativamente aos adeptos, agradecer-lhes do fundo do coração todo o apoio que deram ao longo do Campeonato inteiro, mesmo nos momentos mais difíceis onde parecia que o Campeonato estaria perdido, terminando com o dia de hoje, onde tiveram a manifestação que tiveram. Portanto, não foi por culpa dos adeptos, bem antes pelo contrário, que nós não conseguimos conquistar este Campeonato. O meu agradecimento especial por todo o apoio que deram em todas as jornadas, em todos os jogos, em todos os campos, em todo o país, e só lhes posso estar grato e pedir desculpa por este falhanço de um título que tanto queríamos, e eles, sobretudo, tanto mereciam.

O Bruno [Lage] nunca foi um problema para o Benfica, e ele disse, e disse-o bem, e nunca será um problema para o Benfica. O Bruno chegou já com a época a começar, ganhou a Taça da Liga, está presente na final da Taça de Portugal, lutou pelo Campeonato até ao fim e, portanto, eu considero que seja o menos culpado desta situação. E, portanto, agradecer todo o empenho, todo o esforço que ele tem, e está, tal como eu, tal como todos aqueles que representam o Clube, duplamente frustrado, uma porque não conseguiu pessoalmente ganhar o Campeonato, outra porque não o conseguiu dar ao Benfica.

Neste momento, isso não é questão. Apesar da dor imensa que todos nós temos hoje, e da frustração enorme com que todos iremos encostar a cabeça na almofada hoje, a realidade é que para a semana temos uma final de Taça para disputar. Pese embora saiamos daqui com um peso tremendo e, como devem calcular, com uma dificuldade em aceitar esta ausência de título, a verdade é que temos de ter a coragem e a capacidade de sair deste luto o mais rapidamente possível, porque daqui a 7 dias joga-se uma final, que, repito, não elimina e não anula a ausência deste título, mas é mais um troféu em disputa, e que o Benfica, obviamente, quer ganhar, e tem de se apresentar em condições de ganhar. Por isso, tem de sair rapidamente deste luto, pese embora não seja fácil.

Em relação à minha posição, como sempre disse ao longo da temporada, vou repetir, apesar das notícias que saíram ontem [sexta-feira, 16 de maio], que não sei de onde é que elas vêm. Não é tempo para se pensar nisso, não é tempo para um líder de um clube desta dimensão pensar numa situação dessas, quando a época ainda não terminou, quando sempre disse que o meu foco era estar concentrado naquilo que eram os propósitos da equipa, e, neste momento, ainda temos uma Taça de Portugal para jogar, ainda temos o Mundial de Clubes para jogar, ainda temos uma época para preparar, e, a seu tempo, saberei decidir o que é que é melhor para mim e para o Benfica, porque nunca me pus acima do Benfica, e, a seu tempo, saberei decidir, e, a seu tempo, irei também comunicar isso.

Bruno Lage vai começar a próxima temporada. Depois, quando começarmos com as situações do mercado, irão saber tudo. O Di María, como sabem, é um jogador que está sem contrato, e iremos analisar, com o próprio jogador, e ver que condições é que temos.

O responsável sou eu como líder. Eu estou aqui a assumir a responsabilidade como líder. Era uma das coisas que nós tínhamos, evidentemente, como propósito, acreditámos até ao fim e queríamos chegar aqui e fazer o nosso trabalho, e aquilo que dependesse de nós, nós controlarmos, que era ganhar este jogo. Infelizmente, também não o conseguimos. Não era fácil fazer esta jornada. Por mais que não se passe para dentro do campo o que está a acontecer em outros campos, não é fácil, e posso dizer, não como Presidente, mas como jogador, não é fácil jogar um jogo destes. Não foi hoje que perdemos o Campeonato, foi uma época… – aproveito a pergunta e tento responder a tudo… Foi uma época bastante oscilante, onde o Benfica não começou bem, onde perdeu logo pontos nas primeiras jornadas, e acabou por ser uma época muito, muito oscilante. Em determinadas alturas da época, quando o Campeonato parecia que nos tinha fugido da mão, tivemos a capacidade, muitas vezes, de recuperar essas desvantagens em relação ao rival, e depois, nas vezes em que estivemos na frente, não conseguimos segurar essa vantagem, ou até mesmo dilatar essa vantagem e tentar fugir na classificação. Eu acho que a época resume-se muito a isso, uma oscilação grande, foi um ano atípico, quase até para todo o Campeonato, mas nós temos de olhar para aquilo que fizemos de bem e de mal, e inequivocamente não fomos competentes o suficiente para, nos momentos em que recuperámos das desvantagens, tentar fugir e tentar chegar a este título.

Portanto, parabéns ao adversário, ao Sporting neste caso, que foi campeão. Os meus parabéns, foram mais competentes que nós.»