Presidente do Corinthians confia em vitória na votação de impeachment e diz: “Só Deus me tira” | OneFootball

Presidente do Corinthians confia em vitória na votação de impeachment e diz: “Só Deus me tira” | OneFootball

In partnership with

Yahoo sports
Icon: Gazeta Esportiva.com

Gazeta Esportiva.com

·17 January 2025

Presidente do Corinthians confia em vitória na votação de impeachment e diz: “Só Deus me tira”

Article image:Presidente do Corinthians confia em vitória na votação de impeachment e diz: “Só Deus me tira”

Os bastidores do Corinthians estão cada vez mais quentes. Na próxima segunda-feira, o Conselho Deliberativo do clube irá se reunir no Parque São Jorge para votar o pedido de impeachment do presidente Augusto Melo. Apesar de correr risco de deixar o cargo, o dirigente mostra otimismo e não acredita que será destituído.

“Os nosso conselheiros hoje são pessoas responsáveis, qualificadas, que conhecem as coisas e entendem do Corinthians. Eles não vão cair nesse golpe que estão tentando armar. Tenho convicção que estarei aqui [na terça-feira]. Deus me colocou aqui e só Deus me tira. Se Ele me tirar daqui, é porque tem um propósito”, disse Augusto em entrevista ao canal Identidade Corinthiana.


OneFootball Videos


O presidente alega ser vítima de um movimento “orquestrado”. Ele não vê embasamento para o processo de impeachment e faz duras críticas a opositores às vésperas do evento que pode mudar os rumos do Timão nesta temporada.

“O conselheiro aqui tem autonomia, abrimos para eles olharem qualquer documento, qualquer contrato. Se tiver qualquer dúvida, peço para eles descerem e olharem os contratos. Não tem divergência com nada, não fazemos nada escondido. Tem muita coisa orquestrada, muitos jogando contra. No começo falavam: ‘O cara entrou agora, é mais fácil tirar ele. Em três meses temos que tirar ele’. Depois falavam que tinham que tirar em seis meses, depois até o final do ano… Queria saber qual a necessidade de fazer isso? Não só de me tirar, mas está manchando a história do Corinthians. Me pergunto se eles são corintianos, se querem o bem do Corinthians. Daqui a dois anos tem eleição, se candidatem. Participei de três eleições, uma como vice e duas como candidato. Por que não fazem isso também? Queria entender qual a necessidade de começar o ano com isso”, afirmou.

“Eles jogam esse burburinho sempre numa véspera de jogo, depois que ganhou um jogo bom ou agora, em um momento de planejamento, coisa que o Corinthians nunca teve. Está tudo caminhando bem, qual é o embasamento? Está uma coisa muito orquestrada para assumir o poder. Eles sabem que as coisas estão dando certo, que estamos fazendo coisa boas para o Corinthians. Eles não estão manchando o Augusto Melo, estão manchando a história do Corinthians. Se são corintianos mesmo, parem com isso. Se tivesse feito alguma coisa errada, eu era o primeiro a entregar o meu cargo”, concluiu.

Os conselheiros do clube vão definir no próximo dia 20 (segunda-feira), no Parque São Jorge, se concordam ou não com a destituição do mandatário corintiano. A primeira chamada da convocação será às 18 horas (de Brasília), enquanto a segunda será às 19 horas.

Caso a maioria simples no Conselho aprove o impeachment de Augusto, o presidente será afastado imediatamente do cargo, que será assumido de forma temporária por Osmar Stabile, primeiro vice-presidente do clube. A votação no Conselho será secreta.

Além disso, se o Conselho der parecer positivo quanto ao impeachment de Augusto, Romeu terá de definir uma data para a Assembleia Geral, que é a última instância do processo de destituição, com a participação dos associados do clube. Não há definição de data para a Assembleia e, conforme apuração da Gazeta Esportiva, a tendência é que o evento seja agendado para daqui a cerca de três meses.

Nesse cenário, Augusto permaneceria afastado de suas funções até a divulgação do resultado final da Assembleia Geral. Se os sócios endossarem que ele deve deixar o cargo, o mandatário será definitivamente destituído.

Se o impeachment não passar no Conselho Deliberativo, o caso será encerrado e Augusto Melo continuará normalmente no cargo de presidente. No entanto, vale lembrar, há um outro processo de destituição correndo paralelamente, este a pedido do Conselho de Orientação e motivado em dados técnicos e números apresentados no último relatório do órgão sobre as demonstrações financeiras do primeiro semestre da gestão, e que também pode vir a ser votado no Conselho Deliberativo.

A votação, agora agendada para a próxima segunda-feira, inicialmente, iria acontecer no dia 28 de novembro do ano passado. Em cima da hora, com a reunião prestes a começar naquela ocasião, Augusto Melo apresentou uma decisão liminar da Justiça que refletiu no adiamento do pleito. Posteriormente, a liminar foi derrubada, mas os eventos de final de ano, como Natal e Réveillon fizeram o Conselho aguardar até este primeiro mês de 2025 para retomar o assunto, principalmente após as novidades reveladas sobre o caso VaideBet, graças aos depoimentos do proprietário e do diretor finaneiro da empresa à Polícia, além da entrevista concedida por Toninho Duettos, com exclusividade, à Gazeta Esportiva.

No documento enviado aos conselheiros, a reunião é ordenada com as seguintes pautas:

a) Palavra do Presidente do CD para expor os motivos da convocação;

b) Deliberação sobre o motivo da Convocação da Reunião;

c) Palavra do Presidente da Comissão de Ética e Disciplina do Conselho Deliberativo pelo tempo regimental para leitura e sustentação do parecer da Comissão;

d) Palavra dacultada à Defesa pelo tempo regimental para sustentação oral do Presidente da Diretoria ou de seu representante legal;

e) Votação em escrutínio secreto pela Destituição ou não do presidente da diretoria;

f) Proclamação do resultado e providências estatutárias, em sendo o caso.

This browser is not supported, please use a different one or install the app

video-poster

Entenda os motivos

No último dia 12 de agosto, a Comissão de Justiça do Corinthians entregou um relatório para o Conselho Deliberativo a respeito de investigações sobre alguns temas que envolvem a gestão de Augusto, como as negociações com a VaideBet (ex-patrocinadora máster) e a Gazin (empresa de colchões que tem espaço no uniforme de treino).

Posteriormente, Augusto e pessoas que são ou foram ligadas à gestão foram ouvidas pela Comissão de Ética. Além do presidente, Armando Mendonça (segundo vice-presidente), Rozallah Santoro (ex-diretor financeiro), Yun Ki Lee (ex-diretor jurídico), Fernando Perino (ex-integrante do departamento jurídico), Marcelo Mariano (diretor administrativo) e Rubens Gomes (ex-diretor de futebol) foram investigados internamente.

Augusto entregou sua defesa à Comissão de Ética no final de setembro. No dia 26 de agosto, de forma paralela à investigação, um grupo de conselheiros enviou ao Conselho um requerimento que solicita a destituição de Melo.

O documento, de autoria do “Movimento Reconstrução SCCP”, conteve mais de 50 assinaturas, número mínimo para que a solicitação fosse apreciada pelo presidente do CD.

O documento pede “tramitação sucinta” e se apega, principalmente, ao Artigo 106, “b” e “d”, do Estatuto do clube, além da Lei 14.597/23, referente a nova Lei Geral do Esporte, que dispõe sobre crimes de “Lavagem” ou ocultação de bens.

Art. 106 – São motivos para requerer a destituição do Presidente e/ou dos Vices:

b) ter ele acarretado, por ação ou omissão, prejuízo considerável ao patrimônio ou à imagem do Corinthians.

d) ter ele infringido, por ação ou omissão, expressa norma estatutária.

Em 19 páginas, que detalham acontecimentos recentes promovidos pela atual gestão, o requerimento se apoia em fundamentos que objetivam apontar eventuais problemas e condutas temerárias da gestão após avaliação dos seguintes casos:

-“Laranja” na intermediação da VaideBet.

-Depoimento de Cassundé à Polícia, refutando ter feito intermediação.

-Debandada de dirigentes, perda do patrocínio e prejuízo moral.

-Depoimento de Armando Mendonça à Polícia, apontando omissão dos gestores.

-Agressão de Augusto a um torcedor do Cruzeiro, em MG, com prejuízo a imagem da instituição.

No requerimento, conselheiros afirmam o Corinthians como “vítima de crimes cometidos pelos próprios dirigentes” e ainda reforçam a intenção de se obter para o clube o devido “ressarcimento do prejuízo em razão do pagamento errôneo à malfadada empresa que nunca intermediou a confecção do contrato com a antiga patrocinadora”.

View publisher imprint