«O estádio vai ser diferenciador: pode intimidar o Sporting e ajudar o Benfica» | OneFootball

«O estádio vai ser diferenciador: pode intimidar o Sporting e ajudar o Benfica» | OneFootball

In partnership with

Yahoo sports
Icon: Zerozero

Zerozero

·9 May 2025

«O estádio vai ser diferenciador: pode intimidar o Sporting e ajudar o Benfica»

Article image:«O estádio vai ser diferenciador: pode intimidar o Sporting e ajudar o Benfica»

Na antecâmara do dérbi que pode decidir o campeão português versão 2024/25 e na senda de artigos que o zerozero tem publicado, aproveitamos a circunstância para lançar o jogo com dois antigos rostos de Benfica e Sporting.

Ambos ex-centrais, Tonel e Fernando Meira anteviram uma partida que move paixões dos dois lados da 2ª Circular há mais de um século.


OneFootball Videos


Contas do título, jogadores-chave, momentos de pressão... tópicos imprescindíveis de serem tocados quando um jogo desta magnitude e com um capital de decisão tão grande surge pela frente.

Favoritos?: «O Benfica precisar de vencer vai ser a principal motivação»

Presente em dez dérbis entre 2005 e 2010, o antigo defesa dos leões foi ponderado na hora de atribuir favoritismos, justificando a decisão pelo contexto em que a partida se insere: «É 50/50 para mim. Se por um lado o Benfica pode ter uma vantagem com o fator casa, do outro lado, o facto do Sporting poder jogar com os dois resultados também lhe dá alguma vantagem.»

«O facto de o Benfica precisar de vencer e jogar em casa, é sem dúvida o principal fator de motivação. A jogar em casa já é forte para qualquer clube, jogar no Estado da Luz, tendo em conta que pode, eventualmente, ser campeão, vai ser um fator extra para todos. Os jogadores vão sentir a responsabilidade de ter de vencer um Sporting forte, que não é perfeito, mas com um dos melhores jogadores da história do futebol português: Gyökeres», projetou Meira, que defendeu as cores encarnadas por três vezes ante os leões.

As chaves para desbloquear o título

Tendências de jogo aferidas, quais os jogadores capazes de desequilibrar a balança a favor de águias ou leões? Se na formação verde e branca a resposta parece óbvia, o mesmo não se verifica no clube da Luz: «A chave do Sporting é fácil de ver. O Gyökeres na frente é o mais ameaçador, também precisa da equipa, mas é um jogador que tem feito a diferença.»

«No Benfica é mais difícil identificar alguém que possa ser a chave do jogo. Pavlidis tem estado bem melhor do que no início da época, mas também precisa muito da equipa para chegar às zonas de finalização e para chegar com qualidade para poder finalizar. Portanto, se olharmos mano a mano, apesar dos dois precisarem da equipa, o Gyökeres, individualmente, é capaz de ter mais capacidade para desequilibrar», considerou Tonel.

Na passagem de testemunho, Fernando Meira preferiu Di María a Pavlidis, mas não deixou cair o grego deste curto leque. No entanto e tal como era de esperar, Gyökeres foi um nome que se manteve à tona durante a conversa.

«Acho que o Di María vai ser o principal desbloqueador do jogo, porque tem essa mesma capacidade. É um jogador que, principalmente quando joga em casa, tem essa tendência para desequilibrar. Pavlidis é um avançado que começou muito bem a pré-época, teve uma fase duvidosa, de falta de confiança e está agora numa forma completamente diferente, muito mais motivado», constatou, previamente, ao comentário sobre o sueco.

«O Sporting tem em Gyökeres a sua principal arma. Muitas vezes, a sua individualidade consegue resolver muita coisa sozinho. Do lado de Sporting é claramente o homem que pode decidir o jogo», acrescentou.

Título?: «Acredito que se vai decidir no sábado»

Crenças bem cimentadas em redor de jogadores habituados à pressão das grandes decisões, a questão do título ficar entregue este sábado foi também lançada a Tonel e Fernando Meira.

«Eu acredito que se vai decidir sábado. Tenho essa convicção... agora, não sabemos», afiançou Tonel.

«O Benfica sabe perfeitamente que o estádio vai ser o fator diferenciador: pode intimidar o Sporting e ajudar o Benfica. Para isso é preciso entrega e confiança total, de princípio ao fim, de forma ao Benfica conseguir vencer e, fundamentalmente, perceber que é importante vencer. Ou seja, com dois golos pode ser campeão, mas o importante é vencer e não perder ou empatar, se não fica claramente dependente do Sporting», afiançou Meira.

Quem é preferível anular: Pavlidis ou Gyökeres?

Equacionado o cenário de defrontar um dos dois pontas de lança de águias e leões, Tonel voltou a fazer recair a sua escolha no jogador nórdico. Já Fernando Meira complementou a opção do seu homólogo leonino com as caraterísticas muito particulares que o melhor marcador da Liga Portugal Betclic possui.

«Depende das caraterísticas do central, mas acho que preferia marcar o Pavlidis. O Gyökeres é muito forte e depois é muito rápido com a bola no pé. Portanto, isso torna as coisas mais difíceis. Se por um lado, não queres que ele receba a bola, antecipar fica difícil, mas depois se te encostas muito a ele na altura em que ele está a receber, ele é forte, roda com os braços, com aquele corpo todo e coloca na frente e são poucos os centrais que têm velocidade para o acompanhar. Fica mais difícil de marcar o Gyökeres», expandiu Tonel.

«É importante não jogares colado a ele. Por vezes, há aquela tentação do central querer antecipar ou especular que consegue antecipar. Por muito forte fisicamente que tu achas que és, pensas que se encostares nele vais conseguir dominar a tua vontade... O Gyökeres é muito forte ao encostar no adversário, roda sobre a direita ou esquerda e é muito explosivo. Qualquer defesa deve senti-lo, mas senti-lo com a mão e não com o corpo, com os pés paralelos, mas sim numa posição lateral, de forma a que ele receba para um lado ou para o outro», enumerou Meira.

«Não é um jogador tecnicamente evoluído. É sim um tanque de força, explosão e potência. Tens de esperar que ele rode para estar numa posição que possas proteger a profundidade e jogar sempre pelo seguro no que diz respeito à antecipação, sempre que tens a certeza que vais ganhar o lance e sair antecipado. Não te podes distrair ou relaxar um segundo porque é o suficiente», concluiu.

A melhor forma de lidar com os nervos de um jogo grande

Sobre a forma de lidar com os nervos inerentes à importância do encontro, as respostas não foram iguais, mas convergiram no mesmo sentido. Afinal de contas, o apito inicial é o melhor remédio para os sintomas de ansiedade que os jogadores possam acusar. O ritmo, as disputas e a competição em si diluem estas sensações e ajudam os atletas a encontrar o foco total no que mais importa.

«Depende de cada um, mas acaba já no aquecimento. A importância do jogo é tanta que, mesmo o Estádio da Luz cheio e com aquela energia toda vinda de fora, mas quando começa o jogo, o jogador concentra-se no jogo, foca-se no jogo. Sabe que é ali que se vai decidir à partida tudo. Acredito que quem sair na frente naquele jogo, independentemente, de não ser campeão naquele jogo, mas quem sair na frente, apesar das dificuldades do jogo a seguir - Sporting em casa com o Vitória SC e o Benfica em Braga -, mas quem sair na frente se não for campeão naquele dia, eu acredito que vai ser campeão na jornada a seguir», considerou Tonel.

«Quem diz que não existe nervosismo neste tipo de jogos, está a mentir. A ansiedade estará sempre lá presente. Claro que quando a bola começa a rolar tudo fica mais fácil porque te envolves rapidamente no jogo, mas é impossível que tu não sentas a adrenalina de um jogo com esta dimensão e importância. Quer os jogadores do Benfica, quer os do Sporting, quando chegarem ao estádio, vão sentir o carinho e o entusiasmo dos seus adeptos. O fundamental é saberes jogar com esse entusiasmo, ser agressivo, intenso, querer ganhar todos os teus lances», vincou Fernando Meira.

View publisher imprint