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·24 June 2025

Nada de bom acontece depois das duas da manhã

Article image:Nada de bom acontece depois das duas da manhã

Não é uma máxima para levar a peito, nem na sitcom que a origina nem na vida real, mas hoje foi assim que aconteceu para o FC Porto, eliminado do Mundial de Clubes sem qualquer vitória na fase de grupos. Os egípcios do Al-Ahly também vão para casa.

Nem é um desfecho surpreendente, dado tudo aquilo que sabíamos à entrada para esta jogo, mas não deixa de ser duro. Os azuis e brancos nunca estiveram a vencer, mesmo quando os outros resultados lhe favoreciam, e a infeliz exibição terá certamente levado alguns adeptos a lamentar o facto de terem perdido sono (ou festas de São João) para assistir ao jogo.


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Claro que há um outro lado da moeda, já que um 4-4 carregado em oportunidades e golaços é um tipo de espetáculo muito fácil de apreciar para o espetador neutro, pelo que talvez valha a pena ver o que a vida traz para lá das duas da manhã. Para os portistas é, ainda assim, uma madrugada de frustração.

Foram novidades, não milagres...

A entrada de Stephen Eustáquio, Danny Namaso e William Gomes no onze mostrou uma intenção de transformar este FC Porto numa equipa mais funcional. Essa intenção ficou ainda mais clara quando o jogo começou e o canadiano surgiu na sua posição mais natural de médio, num primeiro afastamento de Anselmi do seu habitual 3-4-3 em detrimento de uma declarada defesa a quatro.

Talvez promissor, mas de pouco adianta mexer a disposição das peças no xadrez quando a natureza do jogo continua a não ser compreendida... Os dragões não entraram bem, acumularam um número irrazoável de perdas de bola não forçadas e raramente tiveram o controlo do jogo, gerando, assim, dois momentos distintos de desvantagem no marcador logo na primeira parte.

Os dragões sofreram o primeiro golo logo ao 15º minuto. Tinham acabado de ter a sua grande ocasião, desperdiçada por Rodrigo Mora à boca da baliza, e o castigo surgiu segundos depois com Abou Ali a fazer o primeiro golo do Al-Ahly na competição, batendo Cláudio Ramos após passe de Fathi. O palestiniano bisaria em cima do intervalo, transformando em golo uma grande penalidade cometida por Fábio Vieira.

Entre esses dois golos houve o melhor momento dos azuis e brancos, com evidente destaque para os mais jovens. William Gomes mostrou velocidade e irreverência suficiente para resolver sozinho alguns problemas e somou remates perigosos (um deles à trave). Rodrigo Mora, mais ambientado à titularidade, fez melhor: um bom golo, então do empate, ao entrar de rompante na área e contornar o guarda-redes.

Os bons golos deram maus desfechos

Só os mais otimistas fãs deste Mundial de Clubes poderiam imaginar o que aconteceu no arranque da segunda parte deste jogo. O FC Porto marcou para empatar o jogo, depois sofreu novo golo e de seguida marcou para empatar novamente! Tudo no espaço de três alucinantes minutos.

Foi William Gomes que marcou o primeiro e mais bonito tento dessa sequência - o seu primeiro pelo clube -, com um remate de fora da área. Segundos depois, o hat-trick de Abou Ali, saída forçada pouco mais tarde, com uma potente cabeçada entre os centrais dos dragões. Para encerrar o período mais caótico do jogo, Samu Aghehowa, lançado ao intervalo, também cabeceou para golo e restabeleceu o empate.

Embora belo de testemunhar, esse trio de momentos serviu de pouco ao FC Porto, que dez minutos depois voltaria a encontrar-se em desvantagem. Golaço de fora da área do internacional tunisino Ali Ben Romdhane, a voltar a colocar o Al-Ahly na frente. A equipa portuguesa acabaria por nunca estar por cima.

Essa nova vantagem renovou o desespero azul e branco e partiu o jogo por completo. Os egípcios aperceberam-se disso e tentaram aproveitar para ampliar o marcador ainda mais, mas tudo o que conseguiram até ao final foi um festival de desperdício. Os dragões também (Samu o maior pecador), mas Pepê surpreendeu com mais um grande golo na partida e levou o marcador a um empate que não satisfez ninguém.

Tantos golos, mas nem um sorriso a seguir ao apito final. Foi o fim da linha para ambas as equipas no Mundial de Clubes.

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