Assumiu relação com jogadora e acabou despedido: o relato do ex-treinador do Leicester | OneFootball

Assumiu relação com jogadora e acabou despedido: o relato do ex-treinador do Leicester | OneFootball

Icon: Zerozero

Zerozero

·11 May 2024

Assumiu relação com jogadora e acabou despedido: o relato do ex-treinador do Leicester

Article image:Assumiu relação com jogadora e acabou despedido: o relato do ex-treinador do Leicester

Willie Kirk, técnico de 45 anos, concedeu esta sexta-feira uma entrevista ao Daily Mail onde falou, pela primeira vez, sobre a situação que originou a sua saída do comando técnico da equipa feminina do Leicester, em março passado.

O técnico escocês, que estava no cargo desde 2022/23, revelou agora toda a história que o levou a assumir um relacionamento amoroso com uma das suas jogadoras. Após meses de uma relação secreta, que ainda dura, o técnico acabou despedido quando foi confrontado por dirigentes do clube.


OneFootball Videos


«Antes de mais quero dizer que eu e a minha mulher separámo-nos há mais de um ano. As pessoas devem estar a pensar 'ele é um mau treinador, um mau marido, um mau ser humano'», começou por dizer, explicando a evolução da sua relação com a jogadora.

«Uma das jogadoras contactou-me, dando conta dos sentimentos que tinha por mim. Disse-lhe que era ridículo e não dei azo a que a situação avançasse mais», explicou, assegurando que rejeitou qualquer avanço nos meses seguintes, relembrando também a jogadora do código de conduta do clube.

«Fui tratado como um criminoso»

Porém, o cenário mudou quando a jogadora em causa se lesionou e deixou de estar nas opções da equipa:

«Isso acabou por mudar as coisas. Ela passou a fazer tratamento fora do centro de treinos. Pelo Natal aceitei encontrar-me com ela, estava lesionada, isso não ia afetar o meu trabalho, pois não podia convocá-la. Claro que era uma justificação para mim mesmo, sabia que não estava certo. Depois do Natal começámos a encontrar-nos uma vez por semana, na minha casa ou em casa dela», revelou, tendo consciência de que não o correto.

«Chegávamos e partíamos às escondidas, porque claramente sabíamos que não era certo o que estávamos a fazer», acrescentou.

Em fevereiro, durante uma pausa de seleções, ambos viajaram para Itália: «Fomos e viemos em voos diferentes. Quando voltámos, percebemos que as coisas já tinham ido longe de mais, que tínhamos de acabar pelo menos até ao final da época e um de nós tinha de deixar o clube. O risco que estávamos a correr era demasiado grande».

Porém, a situação foi descoberta e o treinador despedido de imediato: «Retiraram-me de uma reunião dizendo que tinha havido uma queixa contra mim e que um advogado ia entrar em contacto comigo. Passaram-se 10 dias, estávamos a preparar um jogo da Taça de Inglaterra com o Liverpool. Uns 15 minutos antes do último treino, chamaram-me ao gabinete da diretora do futebol feminino, onde também estava um advogado do clube. 'Tens uma relação amorosa com uma jogadora?' A partir do momento em que admiti fui tratado como um criminoso.», admitiu.

«Isto não foi um treinador a exercer o seu poder»

Por fim, e assumindo que a relação ainda se mantém, Kirk assumiu responsabilidades pelas suas ações, mas lamentou não ter tido oportunidade de se explicar às suas jogadoras.

«Sinto que o clube podia ter lidado com a situação de outra forma, houve falta de consistência comparativamente a outras situações. A culpa foi minha, não devia ter deixado as coisas avançarem [...]. Mas a forma como tudo se desenrolou depois criou incertezas, rumores e contra-rumores», afirmou.

«Penso que devia ter falado com o staff e as jogadoras, para me explicar, para pedir desculpas e mostrar o meu lado da história. Essa conversa não me teria segurado, mas nunca se sabe. Tem sido frustrante e penso que alguma da frustração se transformou em ódio. Odiei o clube. Tenho momentos em que me arrependo da relação, embora ela ainda continue. Isto não foi um treinador a exercer o seu poder e a dizer 'anda para a cama comigo para assim integrares o onze'. Tenho carregado este ódio, que é errado, mas é decorrente da frustração de não me terem dado a oportunidade de falar», finalizou, assegurando que não cometeu nenhum crime.

«Não sou um criminoso, não cometi nenhum crime. Coloquei em risco o ambiente da equipa e claro que isso é grave. Mas o clube também já cometeu erros no passado. Agora fui eu quem cometeu um erro e não querem nada comigo», finalizou.

A equipa feminina do Leicester, recorde-se, ocupa o 10º posto da tabela no principal escalão do futebol feminino inglês.

View publisher imprint