Zerozero
·29. Januar 2025
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Teremos sempre Paris Turim. A cidade italiana tem um ar que faz bem ao Benfica. Uma década depois do mítico apuramento para a final da Liga Europa, os encarnados voltaram ao anfiteatro da Juventus para festejar uma qualificação, esta para o play-off da Liga dos Campeões. 0-2, golos do renascido Vangelis Pavlidis e de Orkun Kökçü.
As dúvidas que pairam no ar que se respira na Luz por estes dias não acompanharam a armada benfiquista no relvado do Juventus Stadium. O Benfica entrou forte no jogo e rapidamente criou um par de chances para abrir o marcador. Vangelis Pavlidis chegou um segundo atrasado ao cruzamento de Ángel Di María e Andreas Schjelderup perdeu depois demasiado tempo e viu a porta fechar-se.
A vecchia signora teve capacidade de resposta nos minutos inaugurais pelos pés de Francisco Conceição, agarrado à inquietude que lhe é caraterística e que contagiou os adeptos da casa em todas as posses de bola. Um contraste com os assobios vindos do setor destinado aos adeptos portugueses ao jovem que em tempos foi rival.
O gás de Conceição começou a desaparecer, também por conta do forte policiamento feito pelos jogadores encarnados, e a Juve tornou-se incapaz de encontrar uma forma de sair. Não que a pressão do Benfica tivesse estado sempre muito forte, até porque não foram virgens os casos onde os atletas da casa cometeram uma série de erros que permitiram às águias sair com perigo.
Aposta de Bruno Lage à esquerda para colmatar a ausência de Álvaro Carreras, Alexander Bah deu provas ao treinador de que pode ser uma opção válida naquele flanco quando necessário. Apesar das limitações com o pé esquerdo, deu bem conta do duelo com Francisco Conceição e não se inibiu de aparecer no ataque. Foi assim, pouco depois do quarto de hora, que teve papel fundamental no golo: o dinamarquês rompeu por dentro, matou no pé uma bola difícil e ofereceu o brinde a Pavlidis.
Mérito seja dado ao tridente de meio-campo do Benfica. Cada um com a sua função e cada um a cumpri-la com mestria. Fredrik Aursnes, sempre ao lado de Pavlidis na fase defensiva, o responsável por orientar e ativar a pressão do Benfica. Florentino Luís com um trabalho incansável nos equilíbrios, nas coberturas aos espaços que sobraram nas costas da linha mais avançada. Orkun Kökçü como refúgio de uma equipa que sabe poder contar sempre com a qualidade de passe e visão de jogo para progredir. E muitas vezes progrediu o Benfica por fora da pressão - se lhe podemos sequer chamar assim - da Juve.
Da mesma forma que um carro não anda sem combustível (hoje em dia já não é bem assim, sabemos), uma equipa de futebol não sobrevive sem um meio-campo funcional. Bruno Lage tem todas as razões para estar satisfeito com a harmonia do miolo benfiquista. A primeira parte foi um recital lisboeta, de tal forma que o jogo podia muito bem ter ficado praticamente resolvido, tivessem as águias outra afinação na hora de rematar. Os tifosi, exigentes, não se coibiram de uma assobiadela monumental aos bianconeri.
Um jogo que podia ter ficado muito bem encaminhado, senão resolvido, na primeira metade, abriu por completo nos segundos 45 minutos. O Benfica voltou a não conseguir encontrar a consistência exibicional e o crescimento da Juventus empurrou os encarnados para trás. Um pouco como havia sucedido na receção ao Barcelona.
O momento dos transalpinos, no entanto, está longe de ser igual ao dos catalães e a falta de arte no ataque bianconeri foi amiga dos encarnados, que sobreviveram ao pior momento no encontro e foram tratar de matar a partida numa das saídas para o ataque que tiveram princípio, meio e fim.
Pavlidis deu o apoio frontal e, mais do que isso, teve a capacidade de encontrar Aursnes de primeira. Esse movimento, aliado à inteligência do norueguês em dar um toque subtil de calcanhar, fez toda a diferença, isto porque Leandro Barreiro ficou com uma avenida para percorrer pela direita, antes de dar novamente a Pavlidis e o grego fazer o passe para Orkun Kökçü, libertado pela finta de corpo de Kerem Aktürkoğlu, finalizar.
Uma segunda parte difícil ganhou nova cor para a equipa benfiquista. Turim, cidade que tem sido tão generosa com o Benfica, assim voltou a ser. Na primeira edição da nova Champions, os lisboetas seguem para o play-off.
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