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·12. August 2025
Flamengo detalha salto nas receitas do Maracanã e revela planos ambiciosos para o estádio

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Na reunião realizada nesta segunda-feira (11) do Conselho Deliberativo do Flamengo, o clube apresentou um balanço detalhado das ações implementadas para otimizar a gestão do Maracanã, que resultam em um aumento significativo de receitas com o estádio, com destaque para a bilheteria.
O principal jogo do Brasileirão 2025 em termos de lucro para o Flamengo foi a 13ª rodada, contra o São Paulo, quando o clube arrecadou R$ 4.693.377,50 de bilheteria bruta e ficou com R$ 3,06 milhões líquidos, o que representa 65,3% da renda total da partida. No total, nas nove partidas como mandante no Brasileirão, o Flamengo soma R$ 19,67 milhões em renda líquida, o que já supera todo o montante arrecadado em 2024.
"O Flamengo passou a definir absolutamente tudo o que tinha lá e onde havia possibilidade de correr riscos, a gente corria riscos. Quando você é dono da sua casa, quem tem que comandar o processo é você. E o Flamengo assumiu esse papel, não abriu mão. Assumiu o risco, assumiu a responsabilidade e, com isso, conseguiu fazer uma operação bem mais eficiente. Isso que está acontecendo hoje no Maracanã é fruto disso", disse Bap na reunião.
A reunião desta segunda detalhou ainda as medidas adotadas para reduzir custos, renegociar contratos e implantar novas fontes de receita, como a revisão dos camarotes, melhorias no estacionamento e vendas antecipadas de ingressos. Também foram apresentadas as ações de infraestrutura e os planos para 2025 e os próximos anos, além da parceria com a empresa FERG para diagnóstico e aprimoramento da gestão do estádio.
O Flamengo projeta manter essa tendência de crescimento e sustentabilidade financeira, colocando o Maracanã como um ativo fundamental para a saúde econômica do clube e para a experiência dos torcedores.
O Flamengo realizou uma revisão rigorosa em todos os contratos com fornecedores do Maracanã, o que resultou em uma redução mínima de 10% nos valores pagos e, em alguns casos, economia média de até 20%, especialmente em serviços de segurança, que são dos maiores custos do estádio.
"Na questão dos fornecedores, a gente foi para cima de todo mundo. Revisamos todos os contratos. Isso não é fácil, não é apenas reduzir pelo simples fato de cortar. Você tem que negociar e conseguir qualidade para que o serviço continue adequado. Conseguimos, sim, fazer um trabalho onde tivemos uma economia real, significativa. É a gestão ativa, que faz diferença", afirmou o presidente.
Outro ponto fundamental foi o acordo com a Light para reduzir em até 30% a conta de eletricidade durante períodos de bandeira vermelha, que representam momentos de maior custo energético. Para além disso, o clube tem investido na troca da iluminação do estádio, substituindo refletores e lâmpadas internas por tecnologia LED, garantindo redução constante e sustentável no consumo de energia.
"A energia elétrica era uma das maiores despesas que a gente tinha no estádio. Fizemos uma série de acordos e investimentos que nos dão a certeza de uma conta muito menor, não só para agora, mas para os próximos anos. Isso dá sustentabilidade para o Flamengo."
O clube também ampliou a implementação da biometria no estádio para garantir segurança e controle mais eficientes, o que também reduz custos com pessoal e permite novas negociações com fornecedores da área. Com essas medidas, as despesas operacionais do Maracanã caíram de mais de R$ 965 mil por partida para uma média entre R$ 647 mil e R$ 755 mil.
Um ponto muito importante explicado na reunião é que o Maracanã está dando superávit, então não precisa mais cobrar aluguel de Flamengo e Fluminense. Já que a redução do aluguel foi apontada como possível "maquiagem" para os bons números, o que a demonstração contraria.
Na receita, o Flamengo atuou de forma estratégica para aumentar os ganhos com as áreas comerciais do estádio. A gestão dos camarotes foi um dos focos principais, com uma revisão profunda para identificar casos de múltiplas unidades com o mesmo titular, renovações não concorrenciais e inadimplência, além da realização de um leilão para 11 camarotes disponíveis, que gerou ágio médio de 70%.
"Os camarotes eram uma área que tinha muito dinheiro parado ou mal aproveitado. A gente precisou revisar tudo, até para entender quem estava usando e como. Fizemos um leilão e conseguimos vender essas unidades por valores muito superiores aos praticados antes. Isso é dinheiro novo entrando para o Flamengo."
No estacionamento, melhorias operacionais também geraram aumento de receita. O Flamengo criou um novo estacionamento no P11 com capacidade para 400 veículos e reorganizou o estacionamento P2, além de demarcar vagas específicas para idosos, gestantes e pessoas com deficiência. Também foi implantada uma área de embarque e desembarque no P9, facilitando o fluxo e melhorando a experiência do público.
"O estacionamento é uma fonte de receita que muitas vezes passa despercebida, mas que pode ser explorada de forma eficiente. Organizamos melhor tudo para que o torcedor tenha mais facilidade e o clube, mais receita."
Outra ação importante é a antecipação da venda de ingressos, que permitiu maior planejamento e garantia de lotação nos jogos. As novas regras do Maracanã Mais, que oferece lugar marcado para todos os torcedores, e a venda de ingressos VIP para turistas estrangeiros via agências de turismo também foram lançamentos que contribuíram para o aumento da receita.
A qualidade do gramado, que era um problema recorrente, foi solucionada com uma mudança no processo de manutenção, focada na prevenção e não na reparação. O Flamengo ainda mantém dois gramados reservas em Saquarema para garantir sempre a melhor condição do campo.
"O gramado em 2025 não é problema. A gente fez questão de investir tempo e dinheiro para que o campo esteja sempre em ótimas condições. Sabemos que isso é fundamental para o espetáculo e para a segurança dos jogadores."
Além do gramado, o clube criou um estúdio para a Flamengo TV, beneficiando o público que acompanha o time pela televisão e digital. Outro destaque foi a inauguração do Maracanã Club, um espaço premium para proprietários de cadeiras cativas no quarto andar do estádio, que também é uma fonte importante de receita.
"Melhoramos a infraestrutura pensando no torcedor e na sustentabilidade financeira. O Maracanã Club é um espaço que agrega valor e gera receita para o Flamengo, com conforto e exclusividade para os sócios."
Há também planos envolvendo as arquibancadas do estádio. O Flamengo estuda a retirada de algumas cadeiras dos setores Norte e Sul, além de uma rede de segurança no setor visitante. A rede liberaria 4 mil lugares que ficam fechados nas partidas.
No total, a retirada das cadeiras e aproximação dos setores inferiores do medida visa alcançar até 81 mil pessoas nos jogos e aumentar a acústica do local.
Bao também destaca que o superávit do Maracanã é essencial para o Flamengo manter sua saúde financeira e pensar no projeto do estádio próprio. Foi a única menção ao estádio feita pelo presidente durante a reunião do CoDe.
Para ele, o Maracanã precisa ir além da função tradicional de receber jogos e deve gerar receitas em dias sem partidas, como eventos corporativos, venda de cadeiras cativas e naming rights, aumentando a margem operacional do clube. Isso cria uma base sólida para que o Flamengo não dependa exclusivamente dos jogos para equilibrar as contas do estádio e possa investir em novos projetos.
Além disso, Bap explica que essa autossustentabilidade do Maracanã mantém “acesa a chama” do sonho de ter uma arena própria. Sem esse equilíbrio, seria inviável planejar e executar um estádio novo, pois menos jogos no Maracanã significam menos receita e menos recursos para investir. Por isso, o clube tem buscado diversificar as fontes de receita e otimizar o potencial do estádio para garantir um futuro financeiramente saudável e promissor.
“Se o Maracanã não for autossustentável, não tem chance de você ter outro estádio em hipótese nenhuma, porque quanto menos você jogar no Maracanã, menos recursos ele tem. Por isso é fundamental que o Maracanã tenha outras receitas para além de jogos, seja para melhorar a nossa performance lá, a nossa margem operacional, seja para possibilitar que o Flamengo jamais ao longo desses 20 anos tenha que aportar dinheiro para o Maracanã.”
O Flamengo não pretende parar e já tem planos ambiciosos para os próximos meses e anos.
"Temos um compromisso claro com o futuro do Maracanã. São investimentos que visam garantir que o estádio continue sendo referência, não apenas para o futebol, mas para o entretenimento como um todo. Queremos que o torcedor tenha experiências cada vez melhores."