Papo na Colina
·29. Mai 2025
Defensor do Vasco “desabrocha” e se torna peça importante no elenco vascaíno

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·29. Mai 2025
Contratado sem muito alarde em fevereiro de 2023, o lateral-direito Paulo Henrique é hoje um dos nomes mais importantes do elenco do Vasco da Gama. Dois anos após estrear como titular, ele vive o melhor momento da carreira — consolidado no time, entre os melhores da posição no país, e sonhando com a Seleção Brasileira. Com velocidade impressionante, regularidade defensiva e presença ofensiva, PH, como é carinhosamente chamado, virou peça-chave no time de Fernando Diniz.
Sua trajetória no clube, porém, não começou com protagonismo. Paulo Henrique precisou esperar três meses para estrear como titular, no dia 27 de maio de 2023, contra o Fortaleza, no Castelão. Coincidentemente, dois anos depois, ele balançou as redes na vitória por 3 a 0 contra o Melgar, em São Januário, pela Sul-Americana — um dos seus momentos mais simbólicos com a camisa cruzmaltina.
Paulo Henrique em ação pelo Vasco na partida contra o Melgar — Foto: Mauro Pimentel/AFP
Desde então, o camisa 96 tem mostrado uma versão cada vez mais completa em campo. Além da velocidade, característica que o acompanha desde os tempos de infância, PH também tem se destacado pelos números defensivos e pelo aumento da produtividade ofensiva.
– “Eu sempre fui meio ligeirinho quando era moleque (risos). Correndo na rua, jogando bola, brincando, sempre fui rápido assim. Com o passar do tempo, a gente vê que é uma das valências e procura aprimorar. Dia após dia eu trabalho intensamente em cima disso para melhorar as métricas, a velocidade, para evoluir nesse quesito junto com a preparação física do clube e o meu preparador particular, o Zilmar. Eu faço trabalhos específicos para isso ser sempre uma valência minha” — revelou, em entrevista ao ge, durante o Media Day do Vasco.
O gol diante do Melgar foi o terceiro marcado por ele na temporada, que já é a mais artilheira da sua carreira. O lateral celebrou o momento pessoal, sem deixar de ressaltar a importância do trabalho coletivo e a influência dos treinadores que passaram pelo clube.
– “Fico muito feliz pela temporada, pelo crescimento da equipe. Independentemente de quem esteja no comando, todo mundo que passou por aqui me ensinou bastante. O Carille, o Felipe, agora o Diniz, todos têm uma parcela no meu desenvolvimento. O coletivo está sempre acima de qualquer coisa, mas também fico muito feliz pelo individual estar aparecendo com gols, assistências e desarmes. Tudo que eu puder acrescentar, vou estar sempre muito feliz em ajudar.”
Apesar de toda a velocidade, as oportunidades demoraram a surgir para Paulo Henrique. Ele foi contratado inicialmente por empréstimo, como opção a Puma Rodríguez, então titular absoluto e jogador de seleção. Até o início de outubro de 2023, havia jogado pouco mais de 120 minutos. Mas quando teve a chance, agarrou com unhas e dentes: foi decisivo em vitórias importantes, como o gol marcado contra o Botafogo e a assistência para Serginho no duelo com o Bragantino.
– “Eu aprendi bastante em 2023, vim para cá sabendo que ia disputar vaga com um jogador de seleção, que é o Puma. Eu já vim sabendo disso, quando cheguei eu disse que respeitava muito ele, porém sabia o que eu poderia fazer e agregar. E assim foi. Quando tive a oportunidade, procurei abraçá-la e as coisas têm dado certo” — contou o lateral. Foto: Leandro Amorim/Vasco
Atualmente, Paulo Henrique soma 98 jogos com a camisa do Vasco — 95 deles oficiais. No último deles, contra o Melgar, recebeu uma homenagem simbólica da torcida, que gritou seu nome ao ser substituído justamente por Puma Rodríguez e também após o apito final.
Empolgado com o bom momento, ele não esconde o desejo de chegar à Seleção Brasileira. Para muitos, um sonho distante. Para PH, algo cada vez mais próximo.
– “É um sonho, sempre foi. Eu trabalho para ajudar a equipe e, consequentemente, se pintar oportunidade na Seleção, vai ser algo muito grandioso para mim. Não acredito que seja algo impossível, acredito que é palpável. Tenho que trabalhar dia após dia para que esse momento chegue.”
– “O Wesley, do Flamengo, foi para a Seleção agora, ele passou por um momento difícil e conseguiu chegar. Então acredito que eu também posso, claro, com os pés no chão. Não é o meu principal objetivo, mas é um dos sonhos que acredito que pode ser possível, sim. Vou ficar muito feliz se acontecer. Se não, vou continuar trabalhando para ajudar o Vasco, que é o mais importante.” + Tentam tirar Rayan, mas Vasco trava negociação com recado direto: “Por esse valor, NÃO!”
E os números ajudam a sustentar essa ambição. Desde 2024, nenhum lateral-direito tem mais desarmes que Paulo Henrique. Em 2025, são 31 desarmes em apenas oito rodadas do Campeonato Brasileiro. No ano passado, foram 72. A evolução defensiva é motivo de orgulho para o jogador, que também se diverte com comparações sobre velocidade.
– “Da mesma forma que eu procuro atacar eu procuro defender. O reconhecimento é sinal de que o trabalho está sendo bem feito.”
– “Não sei te dizer (se há alguém mais rápido). Eu vi uma estatística que o Saulo Mineiro, do Ceará, bateu uma velocidade grande. O Bruno Henrique é muito rápido, o Cebolinha também. Tem vários jogadores rápidos. Não sei se sou mais rápido que eles ou eles são mais rápidos que eu” — brincou.
Entre desarmes, arrancadas e gols, Paulo Henrique segue escrevendo sua história com a camisa cruzmaltina — de aposta desacreditada a destaque nacional. E com o sonho da Seleção como combustível, ele quer ainda mais.
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