Trivela
·27 de novembro de 2022
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·27 de novembro de 2022
A Croácia foi vice-campeã mundial com Mario Mandzukic, hoje membro da comissão técnica de Zlatko Dalic, como seu principal atacante. Embora fosse versátil e pudesse atuar pelos lados, tem algumas características de centroavante mais clássico: forte, alto, bom pelo alto. Ele se aposentou após a Copa da Rússia e não apareceu ninguém do seu nível, o que levou os croatas a confiarem em Andrej Kramaric como líder da linha ofensiva, e ele correspondeu na vitória sobre o Canadá neste domingo, justamente na partida em que não atuou como camisa 9.
Dalic tem opções para armar seu ataque. Contra Marrocos, usou Nikola Vlasic, mais um meia-armador, pelo lado, e Kramaric ficou muito preso dentro da área. Não funcionou. Para enfrentar o Canadá, Marco Livaja atuou pelo meio da linha ofensiva, e liberou Kramaric para se movimentar, como ele prefere fazer. Funcionou bem melhor: marcou duas vezes, teve um gol anulado, perdeu uma chance clara de frente para Milan Borjan e foi um dos melhores em campo.
Formado pelo Dínamo Zagreb e destaque do Rijeka, Kramaric foi contratado pelo Leicester em 2014/15 e deu uma mãozinha para evitar o rebaixamento naquela temporada. Aliás, marcou o último gol da campanha, na goleada por 5 a 1 sobre o QPR. Na temporada seguinte, participou de apenas dois jogos do título inglês – 12 minutos contra o Arsenal, na sétima rodada, 10 diante do Liverpool na 18ª – antes de ser emprestado ao Hoffenheim. Não ganhou medalha de campeão da Premier League porque precisaria ter feito pelo menos cinco partidas.
Quem acompanha a Bundesliga o conhece muito bem porque o jogador de 31 anos é um dos destaques do Hoffenheim, com média próxima a um gol a cada duas rodadas da liga alemã (91 em 206 jogos). Fez parte do time de Julian Nagelsmann que terminou dois anos seguidos entre os quatro primeiros colocados. Em 2020/21, teve sua temporada mais artilheira, com 25 gols em 34 partidas por todas as competições.
Na seleção, estreou em 2014, após um bom fim de temporada pelo Rijeka e da Copa do Mundo do Brasil. Sua primeira grande competição foi a Eurocopa da França, apenas para ganhar experiência. Teve cinco minutos em campo, divididos em três partidas. Na Rússia, a história foi diferente. Começou jogando duas vezes na fase de grupos, como segundo atacante junto de Mandzukic e em seu lugar na terceira rodada contra a Islândia. Também foi titular nas quartas de final diante da Rússia e fez um gol no empate por 2 a 2. Deu a sua contribuição.
A aposentadoria de Mandzukic aumentou seu espaço. Outro atacante importante da Croácia, Ante Rebic não defende a seleção desde a Euro 2020. Era esperado que liderasse o ataque junto com Ivan Perisic. A dúvida era sobre o terceiro elemento e qual configuração Dalic escolheria. Atuando mais pela direita, mas próximo da área, Kramaric levou perigo pela primeira vez aos 25 minutos. Recebeu o passe de Livaja entre os defensores e mostrou habilidade para encontrar o espaço para a finalização cruzada, mas houve impedimento na jogada.
Aos 37 minutos, pela esquerda da grande área, calculou bem a corrida para não ficar em posição irregular, buscou o passe de Perisic e bateu cruzado de canhota para empatar. Bem aberto na direita, ele também ajudou a abrir espaço para a arrancada de Josip Juranovic que terminou com o gol da virada. No segundo tempo, Teve um chute de frente defendido por Milan Borjan e matou a partida com muita qualidade: matou o cruzamento de Perisic tirando Kamal Miller e completou de canhota no canto oposto de Borjan.
Dalic, o técnico responsável por levar a Croácia à final da Copa do Mundo e que conduziu um ciclo de altos e baixos enquanto tentava renovar parte da sua equipe, fez uma mudança importante para destravar a qualidade ofensiva de Kramaric e colheu os frutos. Se o jogador do Hoffenheim não é o camisa 9 dos sonhos, se nem camisa 9 ele é, seus gols serão importantes para determinar até onde a vice-campeã do mundo chegará no Catar.