Papo na Colina
·14 de abril de 2025
Zico quase jogou na base do Vasco

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·14 de abril de 2025
Caçula de um casal com seis filhos, Arthur Antunes Coimbra, o Zico, sempre foi o mais protegido da família. Esse cuidado vinha especialmente do pai, Seu Antunes, português de nascimento, mas flamenguista de coração — curiosamente, com uma forte rejeição ao clube da colônia portuguesa no Brasil: o Vasco da Gama.
A paixão pelo Flamengo não era à toa. Seu Antunes carregava uma frustração pessoal que teve origem justamente por conta do Vasco. Ex-goleiro do futebol amador, ele foi tricampeão pelo Clube Municipal entre 1939 e 1941 e chegou a ser chamado para treinar no Flamengo. Porém, o chefe da época, vascaíno fanático, ameaçou demiti-lo caso aceitasse. Por medo de perder o emprego, Seu Antunes recusou a chance e indicou seu reserva, Jurandyr — que pouco depois se tornaria campeão carioca pelo Rubro-Negro.
“Meu pai teve uma decepção muito grande com o futebol. Por isso, ele mesmo ficava dividido quanto à ideia de que os filhos seguissem essa carreira”, revelou Zico.
Anos depois, já revelado como uma das maiores promessas do Flamengo, o jovem Zico quase trocou de lado. Em meio a dificuldades financeiras e falta de estrutura para manter sua rotina entre treinos e estudos, o Galinho esteve perto de aceitar uma proposta do… Vasco.
“O Flamengo não queria pagar meu almoço. Eu treinava pela manhã, estudava no Centro e precisava de uma refeição depois do treino. Por causa disso, quase saí do clube. O Célio de Souza, meu técnico, tinha ido para o Vasco e queria me levar junto. Ele levou três jogadores, e eu quase fui. Só não fui porque meu pai tinha problemas com o Vasco”, contou.
A permanência de Zico no Flamengo só foi possível graças à ação decisiva de George Helal, então dirigente e posteriormente presidente do clube. Foi ele quem, do próprio bolso, custeou as despesas do jovem jogador por mais três anos.
“Achávamos que era o clube quem estava bancando, mas era ele. Sou muito grato ao Helal por tudo isso”, disse o Galinho.
Apesar de toda a rivalidade, Zico guarda uma relação de respeito e carinho com o Vasco, especialmente por conta da amizade com Roberto Dinamite. E o destino tratou de promover um momento emblemático: no dia 25 de março de 1993, o maior ídolo da história do Flamengo vestiu a camisa do Vasco na despedida de Dinamite, em um amistoso contra o La Coruña, da Espanha, no Maracanã.
Naquela noite histórica, Zico usou a camisa 9 cruzmaltina, enquanto a 10 ficou, como não poderia deixar de ser, com Roberto. O Vasco perdeu por 2 a 0, com gols de Bebeto e Nando, mas o resultado foi mero detalhe diante da festa feita por quase 30 mil torcedores.
Zico vestiu a camisa do Vasco na despedida de Roberto Dinamite em 1993 — Foto: Reprodução
Zico atuou no primeiro tempo e foi substituído por Geovani no intervalo. Dinamite permaneceu até os 33 minutos da etapa final, quando deu lugar a Valdir Bigode. O técnico do Vasco era Joel Santana.
O Vasco foi a campo com: Carlos Germano; Pimentel, Jorge Luís, Tinho e Cássio; Luisinho, Leandro Ávila e William; Zico (Geovani), Roberto Dinamite (Valdir Bigode) e Bismark.
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