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Luiz Signor·25 de maio de 2020
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Luiz Signor·25 de maio de 2020
A convulsão sofrida por Ronaldo antes da decisão da Copa do Mundo de 1998 foi um duro golpe para toda a Seleção Brasileira. Em campo, o Brasil não teve a atuação esperada e ainda encontrou uma França irretocável.
Presente naquele Mundial, Zé Roberto falou com exclusividade ao Onefootball sobre o tamanho do abalo que a convulsão do Fenômeno causou em todo o grupo.
Após o episódio, a tendência era que Edmundo fosse o seu substituto, formando a dupla de ataque com Bebeto. Mas o então atacante do Vasco voltou para o banco. Ronaldo seria o titular, algo que impactou ainda mais os jogadores.
Na visão de Zé, que defendia o Bayer Leverkusen na época, o desfecho da final poderia ter sido outro com Edmundo entre os 11 desde o início.
“Eu acredito que sim. Porque o Ronaldo era o cara do time, o melhor do mundo. Quando ele tem a convulsão e todos o veem naquele estado de choque e, quando ele volta, volta falando que queria jogar, todo mundo se espantou”, disse, para completar:
“Quando ele entra para jogar é notório (que não estava bem), ainda mais quando ele toma aquela trombada com Barthez, todo mundo ficou apreensivo.
O ambiente festivo antes das partidas não se repetiu momentos antes de a rola rolar no Stade de France. O clima não era agradável após a convulsão sofrida pelo então destaque do Mundial.
“O choque que o elenco teve não foi nem tanto por ele ter falado no vestiário que queria jogar, mas veio desde a concentração. Quando a gente terminou o café e foi para a preleção, depois para o ônibus e, depois, para o estádio, parecia que estávamos participando de um velório”, disse Zé.
A Seleção sempre ia para o estádio batucando, cantando, e naquele dia era um silêncio que parecia que alguém tinha morrido”, completou.
A decisão tomada pro Zagallo de escalar Ronaldo, antes descartado, foi destacada pelo ex-jogador de Bayern de Munique, Santos, Grêmio e Palmeiras:
“Então quando a gente chega no estádio e o Zagallo diz que troca o Edmundo pelo Ronaldo para gente foi um espanto. Tanto que o susto maior foi dentro de campo”.
Edmundo atravessava grande momento na carreira. Em 1997, ele tinha sido o grande destaque do Vasco na conquista do Brasileirão. Mas a França de Zidane fazia uma grande Copa. E confirmou tal condição contra o então campeão mundial.
“Se tivesse acontecido o contrário não sei se teríamos condições de ganhar, porque a Seleção da França era uma seleção muito forte, já tinha o Zidane que era um dos melhores do mundo”, disse o ex-meia.
“Não jogar com o Ronaldo ia fazer muita diferença dentro de campo, não desrespeitando o Edmundo, que também era um grande jogador e, com certeza, ia ajudar”, completou.
Zé Roberto encerrou elogiando mais uma vez a seleção que ainda tinha Deschamps e Thuram em grande fase:
“Acho que foi uma tarde infeliz da Seleção Brasileira e memorável para a Seleção da França, que naquele dia fez o melhor jogo deles na Copa”
Foto: Alexander Hassenstein/Bongarts/Getty Images