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·04 de junho de 2020
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Nessa quarta-feira (3), o Futebol na Veia teve conversa exclusiva com o defensor Vitorino Hilton. O zagueiro, teve pouco destaque no futebol brasileiro, atuando na Chapecoense e Paraná Clube, saindo jovem para a Europa, e posteriormente ganhando destaque. Chegando com 27 anos, o zagueiro se mudou França, onde escreveu seu nome na galeria de ídolos do Olympique de Marseille e Montpellier.
Hilton, inciou sua carreira na base da Chapecoense, no entanto, fez poucos jogos pela equipe catarinense, que acabou vendendo o zagueiro para o Paraná Clube. No Tricolor da Vila, ficou por dois anos e ainda conquistou a Copa João Havelange – Modulo Amarelo em 2000, essa competição seria equivalente a 2ª Divisão do Campeonato Brasileiro. Em ascensão pelo ano de 2001, o jogador se transferiu, para o Servette da Suíça.
“Fiz minha base na Chapecoense e estreei como profissional lá, logo depois fui para o Paraná clube, aonde apareci mais para o Brasil, pois ganhamos a Copa João Havelange do modulo amarelo naquela época. Logo depois vim para a Suíça e depois a França.”
Jogando pelo Servette da Suíça, Hilton passou um ano como titular e depois saiu para empréstimo ao Bastia da França. Ainda em terras francesas, o zagueiro jogou no Lens, ficando quatro anos e assim chamando a atenção do grandioso Olympique de Marseille.
Com os Les Olympiens, o Xerife, atuou três anos e faturou quatro títulos, dois campeonatos franceses, uma copa e finalizando uma supercopa nacional. Chegando com grande destaque, Vitorino se mudou ao Montpellier e novamente fez história, correndo por fora, a modesta equipe francesa, ganhou a Ligue 1, deixando para trás o novo milionário PSG e equipes bastante conhecida como Lille e Lyon.
“Cheguei no Servette de Genebra e fiquei dois anos, e aí fui para a França. Joguei no Bastia onde fiquei cinco meses, e depois disso, para o Lens que joguei por quatro anos. Posteriormente o Olympique de Marseille por mais três temporadas, fui campeão francês e na sequência vim para o Montepellier”. https://twitter.com/MarcaFutbolint/status/1264923863563096065
Hilton está há 16 anos na França, ele acompanhou todo o crescimento do futebol no país, consequentemente, a sua dedicação aos treinos aumentou e comentou que com a chegada de craques como Neymar, fez as pessoas olharem com outra visão a Ligue 1.
“O futebol francês cresceu em todos os aspectos, financeiramente é uma liga bem rica, o nível do futebol melhorou bastante com a vinda de jogadores importantes. O Neymar é um exemplo, ninguém esperava ele trocar o Barcelona pelo PSG, então vemos que o futebol francês evoluiu muito.”
Em meio a diversos clubes, Vitorino, como zagueiro não teve vida fácil, disputou bola com excelentes atacantes, como: Mbappé, Neymar, Hazard, Depay. Portanto, o Xerife comentou sobre o estilo de jogo dos craques e quem foi o mais difícil de marcar durante sua carreira.
“É difícil, sempre tem aqueles atacantes rápidos, infelizmente todos os zagueiros tem dificuldade em marcar. Pessoalmente, eu acho que o Ibrahimović, foi muito legal jogar contra ele, mas foi extremante complicado de tirar a bola de seus pés, por conta também da sua altura e além disso, muito habilidoso e experiente.”
Mesmo com 42 anos, Hilton continua jogando em alto nível. O zagueiro comentou como faz para estar sempre entre os titulares e explica seus treinos para se igualar com os jovens dentro de campo.
“Sempre falam da minha idade, se nos treinamentos eu trabalho menos que os mais jovens e eu falo que faço igual a todos no treino do clube. As vezes tento fazer até mais que eles, pois o nosso corpo precisa estar em dia para jogar com os melhores. Eu digo sempre, o segredo é não deixar a maquina enferrujar.”
Com 1,80 de altura, Hilton é considerado um jogador baixo para sua posição. Ele explica como pode surpreender os atacantes, superando não só a barreira de tamanho, como também a parte física. Ainda, o craque revela seu estilo de jogo, a preocupação em nunca machucar um colega de jogo e quem ele acha que é o melhor zagueiro atualmente.
“Me espelho muito no Gamarra, ele tem 1,78, era um baita zagueiro e possuía muita impulsão. Hoje em dia eu olho pro Marquinhos e o Thiago Silva, dois jogadores da Seleção Brasileira, e eles possuem mais ou menos a minha altura, e são grandes nomes de defensores para todo mundo. Eu compenso muito na antecipação e no tempo de bola, cobrindo assim, os centímetros que me faltam para um zagueiro da atualidade.” “Eu sou um zagueiro que não gosta de fazer faltas, pois, hoje em dia, em uma bola parada pode decidir um jogo ou até um titulo, tem jogos que passo os 90 minutos sem cometer uma falta. Em 28 jogos desse ano, só levei dois cartões amarelos, o que é ótimo para um zagueiro. Da mesma forma, sobre cartões vermelhos acho que não passei de dez ao longo da carreira. O melhor zagueiro na atualidade, acredito que seja o Marquinhos, por tudo que já comentamos e ele ainda é muito jovem, tem muito a evoluir.”
O experiente zagueiro, acertou uma renovação com o Montpellier, ainda comentou sobre pós aposentadoria e que pretende trabalhar no mesmo clube. Ainda, Hilton comentou que houve apenas uma proposta para retornar ao futebol brasileiro, contudo, ele vivia o seu auge na França. Finalizando a conversa, foi perguntado ao craque se tem algum clube no Brasil que faria ele se mudar e assim encerrar a carreira por aqui.
“Eu renovei agora com o Montpellier por mais uma temporada, mas, caso eu me aposente, quero trabalhar aqui, pode ser na gerência, auxiliar técnico ou outra coisa, mas quero ficar. Se tivesse um clube pra sair daqui, seria o Flamengo, sou flamenguista desde garoto e somente ele iria me fazer sair daqui. Poderia ajudar a equipe, quem sabe disputar uma Libertadores e assim encerraria minha carreira mais feliz por realizar um sonho de criança.” https://twitter.com/Ligue1_ESP/status/1263953030489104384
Foto Destaque: Reprodução / Twitter Oficial da Ligue 1 em Português