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·01 de dezembro de 2020

Zagallo dentro e fora das quatro linhas

Imagem do artigo:Zagallo dentro e fora das quatro linhas

Um dos maiores nomes do vitorioso futebol brasileiro, Mário Jorge Lobo, mais conhecido por seu último sobrenome, Zagallo. Assim, hoje, aos 88 anos coleciona memórias de um campeão dentro e fora do gramado. Com uma coleção de títulos, ele marcou o Brasil em uma mistura de sucesso, sabedoria e talento. Somadas suas campanhas como jogador, técnico e auxiliar técnico, dessa forma ele é o maior vencedor da história das Copas do Mundo e único tetracampeão mundial, dessa maneira, foram cinco decisões em sete Copas vividas.

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Foto: Lucas Figueiredo/CBF


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Em sua carreira invejável como jogador e treinador, ele trouxe boas e únicas lembranças para qualquer amante do futebol. Assim, foi o primeiro a conquistar duas Copas do Mundo em diferentes funções. Um revolucionário, do flanco esquerdo do campo a área técnica. A coluna Nostalgia Brasileira desta semana mostra a trajetória de Zagallo, o talento que o mundo parou para ver. Afinal, quatro das estrelas bordadas em nosso escudo contaram com a participação direta dessa lenda.

Flamengo: onde tudo começou

A lenda do futebol nasceu em 9 de agosto de 1931. Apesar de ser natural de Maceió, a história de Mário Jorge Lobo Zagallo começou no Rio de Janeiro onde mudou-se ainda quando bebê. Na terra carioca teve sua primeira experiência como jogador de futebol, no América, clube em que jogou durante dois anos. Logo após, em 1950, entrou no Flamengo, fazendo parte de um dos times ‘grandes’. No Rubro-Negro, fez sucesso com a conquista do tricampeonato carioca em 1953, 1954 e 1955. Em entrevista ao Grupo Globo, o ex-jogador do tempo em que passou no time.

“Me lembra momentos de glória que eu tive lá. Fui tricampeão em 53, 54 e 55, e fui tri como técnico. Tem outros títulos que eu já não consigo nem lembrar, faz tanto tempo. Mas é gostoso ver uma equipe como está jogando o Flamengo.”

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Foto: reprodução revista Esporte Ilustrado número 927

Como técnico, treinou o Flamengo em três oportunidades, conquistando quatro vezes a Taças Guanabara, uma edição da Copa dos Campeões e duas Campeonatos Cariocas. Em 2001, no inesquecível gol de falta de Petkovic aos 43 minutos, Zagallo era o técnico da equipe e se emocionou com o título. A atuação do craque chamou atenção de Vicente Feola, nada mais nada menos que o treinador da Seleção Brasileira.

Zagallo ‘O rei das Copas’

Pelo seu bom e ágil desempenho no campo, o jovem era considerado moderno para seu tempo por auxiliar na recomposição defensiva do meio-campo. Por ser incansável, ajudar na defesa e chegar com perigo ao gol do adversário, quando novo, Zagallo ganhou o apelido de ‘Formiguinha’. Ocupando a posição de ponta esquerda, ele foi marcado como um dos principais ajudantes do sistema defensivo, aquele que cobria lateral, que era um refugo para os rápidos contra-ataques.

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Foto: reprodução/globoesporte.globo.com

Em 1958 foi reserva durante a preparação para o Mundial, mas virou titular após lesão de Pepe. Mas se a escalação de Zagallo foi uma decepção para os fãs do ponta santista, ela assegurou liberdade a Pelé e Didi no ataque. Na final desta Copa, o atleta marcou seu primeiro gol na competição. Nesse ano, o Brasil goleou a Suécia por 5 x 2, o que rendeu o primeiro título mundial da nossa pátria. Daí para frente, o ídolo fez história vestindo a camisa da Seleção Canarinho.

Mais tarde na Copa sediada no Chile em 1962, o atleta seguia em alta sob os comandos do técnico Aymoré Moreira. Zagallo fez um gol naquele mundial, o primeiro marcado pela Seleção Brasileira na disputa. O jogo rendeu a vitória por 2 x 0 sobre o México. Em entrevista ao programa Esporte Espetacular, o craque contou emocionado.

“Quando se fala em Brasil, eu fico arrepiado. Porque falar em Brasil é vibração, eu sou de vibrar, sou da raça. Esse é o meu Brasil, são as minhas Copas e eu falo com muito orgulho.”

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Foto: divulgação/CBF

Quando Zagallo deixou de jogar pela Seleção

Novamente, a atuação do dele foi fundamental taticamente para que o Brasil saísse de novo campeão levando 3 x 1 para cima da Thecoslovaquia na final. O jogador atuou pela Seleção até 1964 e deixou os campos em 1966. Apesar do fim da carreira como jogador, Zagallo não abandonou o futebol e foi brilhar do outro lado das quatro linhas. Quatro anos depois de ter deixado os campos, o craque foi chamado para ser técnico da Seleção no lugar de João Saldanha, apenas três meses antes da Copa do México começar.

Zagallo: orgulho do Botafogo

Quando voltou campeão da Copa sediada na Suécia, foi para o Botafogo-RJ. Em General Severiano, já chegou respeitado pelo novo jeito de jogar na ponta-esquerda, marcando no meio campo. Ele era a peça que faltava. Cobrindo os avanços de Nílton Santos e abrindo espaços para Didi marcar gols, foi um dos grandes artífices das campanhas que deram ao alvinegro o bi carioca de 1961 e 1962. Ele pendurou as chuteiras em 1965, aos 34 anos.

A partir de então, passou a ser o treinador do time. O ponta-esquerda eficiente deu lugar ao treinador estudioso e estrategista, que contribuiu para a modernização do futebol brasileiro e conquistou diversos títulos com o time. Sua carreira como técnico no Botafogo no juvenil em 1966. Mais tarde, conquistou o bicampeonato carioca em 1967 e 1968 e a Taça Brasil de 1968.

‘Rei das copas’ fora dos campos

Como treinador da Seleção Brasileira, em 1970, aos 38 anos, ele comandou um time grandioso e histórico que trouxe para o Brasil o tricampeonato mundial. Em um dos clássicos mais memoráveis do futebol, o Brasil levou o título batendo a Itália na final por 4 x 1. O time daquele ano foi considerada um dos melhores de todos os tempos, um verdadeiro esquadrão que atropelou todos os seus adversários durante a campanha invicta no Mundial.

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Foto: Sebastião Marinho/VEJA

Além disso, o craque também esteve em 1974, ano em que o Brasil ficou em quarto lugar. Na ocasião, a equipe fez grandes jogos, mas foi eliminada quando estava a um passo da final, perdendo para a Holanda por 2 x 0 no último duelo da segunda fase. A seleção também acabou derrotada na disputa pelo duelo do terceiro lugar, levando a pior diante da Polônia, por 1 x 0.

Trajetória como auxiliar técnico

Zagallo e a Seleção Brasileira voltaram a se encontrar em 1991 quando ele assumiu o posto de auxiliar técnico de Parreira. Em 1994, a dupla encerrou a seca de 24 anos sem conquistar um mundial. Nesse ano, a Seleção Canarinho conquistou seu quarto título. Em resumo, as quatro primeiras conquistas mundiais da maior seleção do mundo tiveram participação direta do lendário jogador e técnico.

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Foto: Shaun Botterill/Allsport/Getty Images

Em 1998, com experiência de sobra e apelidado como ‘Velho Lobo’, Zagallo ainda era o treinador da Seleção e chegou novamente a final, sendo o vice contra a França. Por fim, em 2006, ele voltou a ser auxiliar de Carlos Alberto Parreira em uma Copa. A França, contudo, foi vilã novamente, eliminando o Brasil nas quartas de final. Mesmo com os resultados, entretanto, uma grande história de glórias já estava escrita por Zagallo.

Outro lado do craque

Além do trabalho como jogador, técnico e auxiliar técnico, o ídolo possui curiosidades. Uma delas é navegar. Por fim, depois de aparições no Prêmio do Brasileirão e em jogo do Flamengo no Maracanã em 2019, Zagallo saiu de casa mais uma vez para passar a virada do ano 2019/2020 com a família. Aos 88 anos, o Velho Lobo mostrou-se bem e passeou de barco em Angra dos Reis, Rio de Janeiro.

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Foto: GloboEsporte.com

Zagallo tem um currículo cheio de troféus, mas o que importa mesmo é a paixão pelo futebol. Não há quem se esqueça das comemorações vigorosas do treinador e especialmente da frase “vocês vão ter que me engolir”, que virou bordão nacional.

Foto destaque: Reprodução/Agência Estado

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