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·12 de junho de 2019
Wendie Renard: quem é a zagueira da França na Copa comparada a Van Dijk

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·12 de junho de 2019
O gol da vitória pode sair de diversas formas. Alguns são resultado de jogadas ousadas, outros são de contra-ataque e até de defensores que conseguem fazer a diferença na frente.
O último é o caso do jogo de abertura da Copa do Mundo Feminina de 2019. A França, país-sede da competição, conseguiu um empolgante 4 a 0 sobre a Coreia do Sul, e a colaboração de Wendie Renard foi importante com dois gols de cabeça.
Com o seu prêmio de Melhor Jogadora da Partida, Renard demonstrou alegria por seus dois tentos: "Eu nunca marquei um gol na Copa do Mundo. Isso é muito bom falando pessoalmente".
Mas, além disso, seu senso de liderança se sobressaiu na fala: "Os dois gols foram importantes coletivamente, pois vieram pouco antes do intervalo, o que ajudou na confiança".
A diferença entre esse tipo de jogadora e outras que definem partidas, é que as primeiras normalmente colaboram na conquista de títulos também.
Não apenas Renard, mas também a meio-campista Elise Bussaglia definiu como "uma arma letal" para a França, apesar dela exercer seu comando na defesa, ajudando a organizar o time.
Ela é a representação da postura e tranquilidade, uma atleta que se sobressai tecnicamente e consegue ser ágil, mesmo com força. Não é surpresa para ninguém ver as pessoas que a assistem pela primeira vez comparando-a com o defensor do Liverpool, Virgil van Dijk.
Enquanto muitos dizem que ela seria 'a van Dijk do futebol feminino', é ele quem deveria ser chamado de 'o Renard holandês'. Uma dupla de zaga formada pelos dois certamente seria de encher os olhos.
Mas, ao contrário de van Dijk, Renard já possui a parceira perfeita na defesa, graças à Griedge Mbock Bathy.
"As pessoas que conhecem o futebol feminino e acompanham, sabem que a França possui uma das melhores duplas de zaga do mundo. É impossível para mim superá-las", disse Julie Debever, reserva das duas, em entrevista nessa semana.
Desde a formação da dupla em 2015, quando Mbock Bathy trocou o Guingamp pelo Lyon em 2015, elas ganharam tudo. Foram quatro Champions League, quatro Division 1 (o equivalente à Ligue 1 Feminina) e três das últimas quatro edições da Copa da França.
Renard, no entanto, tem feito a mesma coisa, ou seja, vencer, muito antes da chegada de Griedge. Desde 2006, quando chegou ao time principal com 16 anos, ela já acumulou 27 títulos. Além dos já citados, também colocou na sua galeria pessoal o Torneio de Clubes Femininos de 2012 e a Copa Valais Feminina em 2014.
Ou seja, é quase um insulto comparar a francesa com um jogador que tem apenas dois títulos do Campeonato Escocês, uma Copa da Liga Escocesa e uma Champions League no currículo.
“Temos uma vantagem com ela do nosso lado e não há como negar isso", disse Bussaglia. "Não apenas pelo fato dela ser alta, mas por saber se antecipar aos lances e nem todas possuem esse atributo. Às vezes eu estou na defesa contra ela e é complicado jogar", emendou Debever.
Mas Bussaglia destaca que a França não se resume a isso. "Temos outras táticas e usamos elas durante os jogos".
Os escanteios curtos foram constantes na vitória sobre a Coreia do Sul, prinicpalmente quando o destino era a cabeça de Renard.
Foi apenas uma maneira diferente da seleção francesa mostrar o quanto são evoluídas tecnica e taticamente, algo que a zaga tem participação fundamental.
"Ela tem um potencial excepcional e é uma grande competidora", revelou Reynald Pedros, técnico do Lyon sobre sua capitã na última temporada. "Ela é uma das melhores do mundo na posição e pode evoluir mais ainda".
Um ano depois, ele parece estar certo e, se as comandadas de Corinne Diacre conseguirem fazer uma boa atuação novamente contra a Noruega, é possível que ela seja o destaque.
Então esqueça essa conversa de 'van Dijk do futebol feminino' e, na próxima vez que for elogiar o jogador do Liverpool, chame-o de 'Renard do futebol masculino'.