Um empate com o México levou a Itália, terceira de seu grupo, ao mata-mata da Copa de 1994 | OneFootball

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Calciopédia

·28 de junho de 2024

Um empate com o México levou a Itália, terceira de seu grupo, ao mata-mata da Copa de 1994

Imagem do artigo:Um empate com o México levou a Itália, terceira de seu grupo, ao mata-mata da Copa de 1994

A Itália não teve vida fácil na Copa do Mundo de 1994. Nem mesmo contra o México, num dos jogos em que menos sofreu na competição, a Nazionale deixou de flertar com o drama. Os azzurri tiveram uma preparação atribulada para esta partida, sofreram um gol ligeiramente fortuito e, por causa disso, viram escapar a liderança do Grupo E, que estava sendo encaminhada. Não só: o resultado fez a seleção italiana se classificar às oitavas de final apenas como a quarta melhor terceira colocada.

Nas duas primeiras rodadas do Mundial, a Itália foi derrotada pela Irlanda e venceu a Noruega, enquanto o México obteve os resultados inversos – perdeu para os nórdicos e superou o Eire. Assim, as quatro seleções chegavam à última jornada com 3 pontos obtidos e zeradas no saldo, de modo que qualquer desfecho seria possível na chave. Em caso de empates nos dois jogos, tudo dependeria da quantidade de gols marcados. Àquela altura, mexicanos e irlandeses tinham feito dois; italianos e noruegueses, um.


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Contra a Noruega, a Itália teve vários contratempos. Um deles, pelo menos, parecia contornado às vésperas do duelo com o México. Dono da Bola de Ouro e do prêmio de melhor do mundo da Fifa, Roberto Baggio havia ficado decepcionado com o técnico Arrigo Sacchi por ter sido o escolhido para deixar o campo devido à precoce expulsão do goleiro Gianluca Pagliuca, aos 21 minutos, mas declarou, posteriormente, que não tinha qualquer problema com o treinador. O comandante, porém, precisaria remodelar toda a sua defesa.

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Contra o México, Sacchi teve que lidar com vários desfalques na defesa, setor mais sólido da seleção italiana (Allsport)

Uma das certezas da Itália de 1994 era a sua retaguarda. Parecia um setor sem indefinições, já que a linha de quatro homens era integralmente composta por jogadores que Sacchi comandou no Milan durante quatro anos – além de Pagliuca, então na Inter. Contra o México, porém, o técnico não teria o arqueiro, suspenso por duas partidas (nas quais foi substituído por Luca Marchegiani) e pelo menos dois de seus pupilos.

Desfalcariam a Itália o lateral-direito Mauro Tassotti, que sofrera contratura muscular e já fora baixa contra a Noruega, e Franco Baresi, que rompeu o menisco na segunda rodada e nem tinha mais previsão de atuar na Copa – voltaria, contudo, na final com o Brasil. Paolo Maldini, com entorse no tornozelo, também era dúvida, mas acabou atuando ao lado de Alessandro Costacurta, outro pilar rossonero. Terminaram por compor a defesa azzurra Antonio Benarrivo e Luigi Apolloni, do Parma.

Em entrevista coletiva anterior à partida, Sacchi demonstrou preocupação com o fato de o México ter sido muito mais agressivo e eficiente contra a Irlanda do que a Itália ante o mesmo adversário – principalmente nas retomadas de posse de bola. A angústia do treinador fazia sentido e, no fim das contas, a postura dos mexicanos resultou num primeiro tempo muito truncado em Washington, D.C: empurrados por numerosa torcida na capital dos Estados Unidos, os tricolores dificultavam o trabalho ofensivo dos europeus, bloqueavam linhas de passes e desarmavam com rispidez.

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Itália e México fizeram um primeiro tempo muito truncado na capital dos Estados Unidos (Allsport)

Nesse sentido, os azzurri pouco levaram perigo ao baixinho e folclórico goleiro Jorge Campos em toda a etapa inicial. No comecinho do jogo, Robi Baggio chutou à direita da baliza tricolor; na casa dos 27 minutos, Giuseppe Signori tentou uma meia-bicicleta encaixada pelo arqueiro; e, já perto do intervalo, Demetrio Albertini deixou Nicola Berti na cara do gol. Entretanto, o meia da Inter chegou sem gás e, ao invés de tentar driblar o camisa 1 adversário, finalizou em cima dele.

O México, por sua vez, ameaçou fortemente aos 41, com uma bomba de Alberto García Aspe, que Marchegiani colocou para escanteio. E Luís Roberto Alves, o Zague, filho do atacante brasileiro de mesmo apelido, chegou a causar um gol contra de Costacurta. Porém, o lance acabou invalidado por impedimento evidente do próprio camisa 11 tricolor.

Sacchi voltou do intervalo com uma alteração precisa: Pierluigi Casiraghi, sumido na partida, deu lugar a seu pupilo Daniele Massaro. E, num de seus primeiros toques na pelota, o versátil atacante do Milan balançou o barbante, aproveitando lançamento preciso de Albertini, seu companheiro rossonero. O camisa 19 se infiltrou entre os zagueiros, matou a bola açucarada no peito e finalizou de direita, superando Campos. Na sequência, Dino Baggio reclamou de pênalti por entrada do defensor Juan de Dios Ramírez, mas o árbitro argentino Francisco Omar Lamolina nada assinalou.

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A Itália bem que tentou conquistar a vitória contra o México, mas terminou na terceira posição do grupo (Allsport)

O erro do apitador sul-americano custou caro à Itália. Aos 57 minutos, Carlos Hermosillo recebeu na meia-lua e ajeitou para o volante Marcelino Bernal finalizar cruzado e superar Marchegiani, que até caiu na bola e nada pode fazer. Por pouco tempo, os azzurri lideraram o Grupo E. Naquele momento, tornavam à terceira colocação, já que tinham marcado menos gols do que o México e haviam perdido para a Irlanda, que empatava com a Noruega.

A Itália ainda não tinha certeza absoluta de que os 4 pontos seriam suficientes para se classificar às oitavas de final, mas as chances de bastarem eram grandes. A única possibilidade de eliminação, naquele momento, seria uma goleada de Camarões sobre a Rússia, naquele mesmo dia – e o que ocorreu foi exatamente o inverso, com direito a cinco de Oleg Salenko. Os azzurri, porém, queriam evitar um adversário mais complicado, como a Argentina, e se mantiveram no ataque. As oportunidades criadas por Robi Baggio, Signori, Massaro e Berti, contudo, foram inócuas e o placar não se alterou.

Com as duas igualdades, o Grupo E terminou com quatro seleções empatadas em quatro pontos e saldo zero. Nos critérios de desempate, a Noruega, que marcou apenas um gol, foi a eliminada, enquanto o México liderou e a Irlanda foi segunda colocada. Terceira, a Itália tinha tudo para encarar a Argentina, que era a favorita para ficar em primeiro da chave D, decidida no dia 30 de junho, 48 horas depois. Não foi o que ocorreu: a estreante Nigéria surpreendeu e ficou na frente. Vida mais fácil para os azzurri? Negativo: as Super Águias obrigariam a Nazionale a suar e seriam seu adversário mais duro até a decisão da Copa de 1994.

Itália 1-1 México

Itália: Marchegiani; Benarrivo, Apolloni, Costacurta, Maldini; Berti, Albertini, D. Baggio (Donadoni), Signori; R. Baggio, Casiraghi (Massaro). Técnico: Arrigo Sacchi. México: Campos; Suárez, Ambriz, Ramírez; Rodríguez, Bernal, Del Olmo, García Aspe; García (Chávez); Hermosillo, Zague. Técnico: Miguel Mejía Barón. Gols: Massaro (48′); Bernal (57′) Árbitro: Francisco Omar Lamolina (Argentina) Local e data: estádio Memorial Robert F. Kennedy, Washington, D.C. (Estados Unidos), em 28 de junho de 1994

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