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·21 de maio de 2024

Um dos massagistas do Tetra, Luizão comemora 80 anos

Imagem do artigo:Um dos massagistas do Tetra, Luizão comemora 80 anos

Nesta terça-feira (21), o massagista Luizão completa 80 anos de uma rica história no futebol. Com passagem por grandes clubes do Brasil e seleções, a experiência mais marcante de sua carreira foi a conquista do Tetra com a Seleção Brasileira em 1994. Seu trabalho foi fundamental para que a Amarelinha comandada por Parreira se sagrasse campeã.

Luizão chegou rapidamente à elite do futebol brasileiro. Em 1976 estagiou no Olaria, onde desenvolveu um trabalho com divisões infantis e categorias de base até alcançar a equipe profissional. Em 1977, conheceu o Baixinho ainda baixinho: Romário, à época com 11 anos. Foi o começo de uma relação que dura há quase meio século. No ano seguinte, passou a trabalhar no Madureira e Rio Branco-ES, antes de rumar para as categorias de base do Flamengo, que tinha Hélio dos Anjos, Mozer e Leandro no elenco.


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Em seguida, foi convidado pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para ser um dos massagistas da delegação brasileira nos Jogos Pan-Americanos de 1979, na cidade de San Juan, em Porto Rico. Em meio a notáveis atletas do Brasil, como João do Pulo, ele teve seu primeiro contato com o massagista Nocaute Jack, que posteriormente o chamou para a Seleção Brasileira.

"Eu sou muito grato ao Nocaute Jack. Foi um bom início, eu acho a minha carreira um pouco meteórica. De 1976 a 1979, eu já estava no Pan-Americano e logo depois eu fui convidado para as Olimpíadas de Moscou, em 1980", explicou.

A equipe de futebol do Kuwait também esteve presente na Rússia. Assim, Luizão, que já havia sido contratado pelo Fluminense, foi indicado pelo técnico Américo Faria, por quem carrega uma grande gratidão, a Carlos Alberto Parreira, que comandava a seleção asiática. Contratado inicialmente por seis meses, o período se tornou dois anos e culminou na participação da Copa do Mundo de 1982.

Um detalhe curioso é que Luizão e Parreira, ambos cariocas, já se conheciam de Padre Miguel, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro. Lá, Luizão tinha o apelido de "Cuzcuz", doce que ele e sua família vendiam.

Após o Mundial na Espanha, Zagallo convidou Luizão para integrar a comissão técnica da Arábia Saudita. O massagista, depois, se transferiu para a seleção dos Emirados Árabes Unidos. Hoje, ele confessa que não imaginava que acumularia tamanha experiência no futebol asiático: "Era uma incógnita para todos. Assim como os garotos vão fazer teste no clube, ninguém sabe se ele vai (vingar). Ele vai fazer um teste, como foi o meu caso, eu fui fazer um estágio".

A trajetória pelas equipes e a experiência em grandes competições, além de seu talento, o levaram para compor a delegação brasileira na Copa do Mundo de 1994. Nos Estados Unidos, foi um dos responsáveis pela recuperação e prevenção de lesões dos Heróis do Tetra, entre eles, estava Romário - que conhecia desde seus tempos de Olaria -, ao lado de Parreira, seu comandante de outras seleções, e de Nocaute Jack, que o indicou para sua primeira vez com a Amarelinha.

Luizão (embaixo à esquerda), antes de partida do São Paulo em 2000 Créditos: Gazeta Press

No mesmo ano em que Luizão celebra 80 anos, a conquista do Tetra chega a 30 anos, e o massagista lamenta o falecimento de companheiros que ajudaram a erguer o Brasil ao topo do futebol mundial naquela e em outra edições: "Infelizmente, alguns que trabalharam comigo já se foram, como Nocaute Jack, Mário Américo (massagista) e Zagallo".

Desde então, Luizão passou por Vasco, São Paulo, ABC, Al-Nassr (SAU), Goytacaz-RJ, Petropólis-RJ, Serrano-RJ. Em 2024, trabalhou com o Boavista durante a Série A1 do Campeonato Carioca e, convidado por Romário, faz parte do departamento médico do America-RJ, que busca o retorno à elite do futebol do Rio de Janeiro. Ele se diz "envaidecido" pela oportunidade.

"É uma coisa muito difícil, no meu ponto de vista, um profissional com 80 anos ser contratado por uma equipe que está almejando chegar ao topo do futebol brasileiro. Estou colaborando para isso, é uma coisa que me envaidece, que me deixa grandalhão e me emociona", celebra Luizão, orgulhoso de si.

Além do futebol, Luizão tem outras paixões: as duas filhas, Larissa e Fúlvia, e os três netos, Rafael, Arthur e Maria.

A CBF parabeniza e agradece Luizão por sua contribuição para a Seleção Brasileira e para o futebol brasileiro.

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