Um clube da terceirona argentina contratou o capitão da seleção de Bangladesh e promete enlouquecer ainda mais os torcedores bengalis | OneFootball

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·27 de fevereiro de 2023

Um clube da terceirona argentina contratou o capitão da seleção de Bangladesh e promete enlouquecer ainda mais os torcedores bengalis

Imagem do artigo:Um clube da terceirona argentina contratou o capitão da seleção de Bangladesh e promete enlouquecer ainda mais os torcedores bengalis

A febre de bola vivida pela população de Bangladesh se evidencia a cada Copa do Mundo. A rivalidade entre Argentina e Brasil é maior no país asiático do que em qualquer outro canto do mundo. Já o tricampeonato mundial da Albiceleste permitiu que os bengalis extravasassem, com uma imensa festa nas ruas do país. A ligação se fortaleceu tanto que, no meio do ano, a federação argentina deve mandar uma partida da seleção principal em Bangladesh. Enquanto isso não acontece, os bengalis podem se orgulhar de contar com um jogador de sua equipe nacional no futebol argentino. O Sol de Mayo, clube da terceira divisão do Argentinão, contratou Jamal Bhuyan – ninguém menos que o capitão da seleção asiática.

O negócio do Sol de Mayo, obviamente, é um grande golpe de marketing. A equipe possui uma relevância mínima, localizada em Viedma, cidade de 62 mil habitantes localizada ao norte da Patagônia. O grande feito do clube foi ter eliminado o Rosario Central da Copa Argentina em 2019. Apesar dessa pequenez, os albicelestes contam com um campeão do mundo em seus corredores atualmente: Luis Islas, goleiro da Argentina em duas Copas e reserva no título de 1986, é o treinador do Sol de Mayo. O elenco atual também mistura nacionalidades e inclui dois jogadores russos, um sérvio e um brasileiro.


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Jamal Bhuyan tem 32 anos e construiu uma carreira de razoável relevância dentro do contexto de Bangladesh. O volante é filho de imigrantes que se mudaram para a Dinamarca e nasceu em Copenhague. Chegou a passar pela base do Brondby e do Copenhague, embora sua vida quase tenha sido interrompida por uma briga de gangues: no meio do fogo cruzado enquanto voltava da escola, o adolescente foi atingido por quatro balas perdidas e precisou passar por 12 cirurgias para sobreviver. Apesar de tudo, ele ainda conseguiu se tornar jogador profissional e desenvolveu sua carreira em clubes menores das divisões de acesso do Campeonato Dinamarquês. Já a partir de 2014, o meio-campista passou a rodar por diferentes clubes do Campeonato Bengali e também jogou no Campeonato Indiano.

Pela seleção, Bhuyan é convocado desde 2013. Foi o primeiro jogador em atividade no exterior a vestir a camisa de Bangladesh e teve muita importância em boas campanhas do país nas competições do sul asiático. Capitaneou o time nos Jogos Asiáticos de 2018 e recebeu prêmios individuais em competições menores. De tão famoso entre os bengalis, o volante chegou a participar de transmissões internacionais de La Liga. Sem dúvidas, é uma estrela local, que quebra barreiras mesmo se transferindo à terceirona argentina.

Bhuyan deverá desembarcar na Argentina dentro de alguns dias. Além de pintar no Torneio Federal A do Campeonato Argentino, o meio-campista também terá a chance de disputar a Copa Argentina. Os albicelestes vão encarar o Lanús nos 32-avos de final. Além disso, o anúncio do Sol de Mayo acontece num contexto político até maior. Nesta segunda, o governo da Argentina oficializou que reabrirá sua embaixada em Dhaka, capital de Bangladesh, para estreitar mais os laços com o país que ama tanto sua seleção.

A empreitada de Bhuyan é um grande tiro no escuro. Mas, pelo fanatismo em Bangladesh sobre o futebol argentino, dá para imaginar que o interesse pela aventura de Bhuyan será grande. O Sol de Mayo ainda caprichou no vídeo de apresentação, destacando essa paixão. Ver o capitão de Bangladesh vestindo uma camisa albiceleste, mesmo que de um modesto clube, já valerá demais.

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