Turco fala pela primeira vez após saída, cita “clima hostil” e enxerga demissão “gerada pelas redes sociais” | OneFootball

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·16 de agosto de 2022

Turco fala pela primeira vez após saída, cita “clima hostil” e enxerga demissão “gerada pelas redes sociais”

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Por: Hugo Fralodeo

Em entrevista à ESPN Argentina, o treinador Antonio Mohamed falou pela primeira vez após sua saída do Atlético. Turco abriu o jogo, deu sua versão dos fatos e revelou o que, para ele, foi o grande motivo de sua demissão.


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Começando por elogiar o nível do clube, Turco disse respeitar a decisão do Atlético, mas apontou as redes sociais como a principal fator que teria levado a sua demissão, citando que, em sua visão, a torcida, que já queria a volta de Cuca, sempre culpava a comissão técnica pelos maus resultados e não analisava o rendimento do elenco:

“É um clube de primeiro nível, como os mexicanos e os europeus. Como aqui na Argentina alguns clubes estão se colocando também nesse nível com o prédio, com o almoço, o café da manhã. A verdade é que a gente do clube se portou 1000%.  Não 100%. Foi 1000%. Queria agradecer isso. Porque eles vieram à minha casa na semana que fomos embora, fizemos uma comida e vieram à minha casa se despedir. Foi muito lindo, muito emocionante.”

“As decisões tomam os donos. E quando se tomam essas decisões temos que respeitá-las. Nós acreditamos também que foi muito gerado pelas redes sociais, porque queriam outro treinador, queriam a volta do Cuca. Quando o time jogava mal, sempre a culpa era nossa. Nesse caso, nunca se levava em conta o rendimento dos jogadores. Sabíamos que ia ser assim, que ia ser uma etapa difícil, um momento de transição quando a equipe jogava mal”

Mohamed tentou justificar a queda de rendimento nos últimos jogos de sua gestão, disse que a troca por Cuca não deu certo e falou em “clima hostil” depois da eliminação da Copa do Brasil:

“Depois de perder no Maracanã, começou um clima hostil contra a comissão técnica. Jogamos contra o Botafogo, vencemos fora de casa, e jogamos muito mal. Depois empatamos com o Coritiba (Cuiabá). Chegamos na concentração pela madrugada. Me levantei na manhã, estava o presidente com o diretor de futebol. E a decisão estava tomada. Eu vi que estava a possibilidade de voltar Cuca. Elegeram que com ele poderiam jogar melhor e ganhar o que sobrava. Estávamos a poucos pontos do Palmeiras no Brasileiro, e tinha os confrontos na Libertadores. Acho que confiaram nessa decisão. Acho que essa decisão não saiu muito bem.”

Turco ainda julgou o elenco tendo sido enfraquecido em relação à 2021, citou os problemas com lesão, mas disse acreditar em melhora com a entrada dos reforços e a recuperação dos atletas lesionados:

“Venderam muitos jogadores. A ‘segunda linha’ da equipe ficou muito defasada. Além disso, Vargas, Zaracho e Keno ficaram um bom tempo fora por lesão. Contra o Emelec, precisamos acionar garotos. Agora, o clube se reforçou e teve a volta destes atletas, assim, sem dúvidas, vai começar a andar”.

Por fim Mohamed diz ter gostado da experiência, reforçou o agradecimento aos funcionários do clube, mas descartou voltar a trabalhar no país, citando e crivando a forma como o futebol brasileiro demite seus treinadores:

“Se você está a cinco pontos da liderança, se espera. Na Espanha, se o Real Madrid está a cinco pontos, se diz que falta um montão. Aqui está a cinco pontos e é como se fosse um fiasco. Então, toda essa pressão cai em cima do treinador. Toda semana trocam dois treinadores. Toda semana! Esta semana caiu o do Ceará. E fez uma boa série contra o São Paulo na Copa Sul-Americana.”

“Brasil, não! Nunca digo que não, mas é um furacão. É demais! É demais. Muito! Já aprendi, gostei, mas devo agradecer publicamente a todos os funcionários que trabalham no clube. São incríveis, incríveis. Espetacular a gente que trabalha no clube. Todos os cozinheiros, Éder, Lucas, o professor Cristiano. Quando fomos assinar contrato, uma das condições é que ele  ficasse. É um fenômeno o cara. Enfim, (agradecer) todo mundo que trabalha no clube”.

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