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·01 de abril de 2023

Troquem o roteirista da Bundesliga: Bayern trucida Dortmund no clássico outra vez

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Quando alguém lhe pedir uma dica de apostas para o clássico alemão entre Bayern e Borussia Dortmund, não tem erro: indique sempre uma vitória bávara. Neste sábado (1º), valendo a liderança da Bundesliga, os donos da casa levaram a melhor em Munique, pelo placar de 4 a 2, fora o baile.


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Era muito difícil esperar que, em casa e com um técnico estreante, o Bayern fosse sequer empatar com o Dortmund. Nos últimos anos, historicamente, sempre que os dois disputam títulos e vão para o duelo direto, os bávaros saem com os pontos. Na Bundesliga, desde 2018 que o confronto não vê uma vitória aurinegra. E em âmbito geral, o Dortmund não consegue superar o rival desde 2019, na Supercopa da Alemanha.

Caso para encaminhamento psicólogo

Essa história pesa demais quando os dois entram em rota de colisão. Se há mais de 10 anos a Alemanha não vê outro campeão, isso não é só mérito do Bayern, mas também uma prova de que, mesmo em anos abaixo da crítica, o gigante não tem rivais à altura. Seria o caso desse Dortmund de Edin Terzic, que ainda não havia perdido em solo alemão neste ano e vem praticando um futebol elogiável, com bons resultados. O fato do Borussia ter caído nas oitavas da Liga dos Campeões veio a calhar na missão de focar integralmente na campanha de um possível título alemão. O problema é que nesse objetivo, a parte mais difícil é vencer os dois jogos diante do Bayern.

Em outubro de 2022, o empate em 2 a 2 no clássico animou algum aurinegro. Faltava, claro, o do segundo turno, disputado hoje e pulverizado rapidamente pelo Bayern do estreante Thomas Tuchel. Aos 13 minutos, Dayot Upamecano lançou despretensiosamente uma bola para o campo de ataque e ninguém poderia esperar o que aconteceu em seguida. O goleiro Gregor Kobel foi sair da área com um chutão e protagonizou uma furada dantesca, abrindo caminho para a vitória dos mandantes na Allianz Arena.

O lance, isoladamente, nos ajuda a entender que não é na bola que o Dortmund anda pecando nesses jogos cruciais. O psicológico responde às questões sobre a real capacidade desse time, não só hoje, mas há alguns bons anos, em fases agudas da temporada. O Bayern soube capitalizar em cima da falha e fez seu jogo sem esforço. Povoou o campo de ataque, induziu o adversário a cometer novos erros e não titubeou quando chegou ao gol.

Foi assim que saiu o segundo tento, de Thomas Müller. Bola na área em escanteio, Matthijs De Ligt cabeceou e Müller desviou de virilha, aos 18. Aos 23, com pressão alta, o Bayern roubou a bola na lateral e se organizou para o golpe. Leroy Sané carregou até o bico da área e chutou. Kobel rebateu mal para a frente e viu Müller pegar a sobra, praticamente decidindo o confronto.

Inexistente na defesa, o Dortmund se apavorou e concedeu, até o fim do jogo, 16 oportunidades para que o rival chutasse. Dessas chances, nove foram na direção do gol de Kobel, que saiu de campo com seis defesas, mas com a confiança estraçalhada. Uma aula de como não disputar um clássico, dando espaços, errando passes no campo de defesa e permitindo infiltrações por todos os lados. Mais uma vez, reforçando a ideia: em pé de igualdade ou com o mínimo de equilíbrio, ninguém entra em um clássico para tomar três gols em 20 e poucos minutos. O Dortmund precisa olhar com mais atenção para o preparo mental de seus atletas em partidas como essa.

Na segunda etapa, o massacre continuou, já que o Bayern não queria pisar no freio. E as redes de Kobel foram balançadas mais algumas vezes. Para a “sorte” do suíço, dois deles foram anulados por impedimento de ataque, incluindo o que seria uma obra de arte de Eric Choupo-Moting, que recebeu na área com liberdade, matou no peito e emendou um voleio. Tudo para ver o bandeirinha assinalando a irregularidade no lance.

O quarto gol veio dos pés de Kingsley Coman, com assistência de Sané, aos quatro minutos da etapa final. O time de Tuchel bem que mereceu uma goleada mais categórica, porque mostrou muita intensidade e apetite. Do lado de Terzic, as saídas de três protagonistas mudaram um pouco o espírito dos que estavam em campo. Marco Reus, Julian Brandt e Sebastien Haller não fizeram nada de relevante e viram seus substitutos pelo menos incomodarem a defesa bávara. De tanto incomodar, saíram dois gols que podem até não ter alterado em nada a narrativa do jogo, mas mostram algum resquício de alma para o resto da temporada.

De pênalti: Emre Can diminuiu no minuto 72′. Já nos acréscimos, Donyell Malen, que entrou na vaga de Haller, fez o segundo com um toque no canto, quase saindo pela meta de Yann Sommer. O arqueiro, que ocupa a vaga de Manuel Neuer, lesionado, só constou na escalação e apareceu muito pouco ao longo dos 90 minutos.

Enfim, urge uma mudança na equipe de roteiristas da Bundesliga. Todo ano é a mesma história, sem reviravolta, de fazer parecer que o Dortmund pode ser campeão, mas se frustra quando enfrenta seu nêmesis na hora H. Vamos elaborar outra trama, pessoal, porque essa já está bastante desgastada.

O Bayern lidera com 55 pontos, dois a mais do que o Dortmund, restando oito rodadas para o fim. A margem é reversível em uma jornada e, veja pelo lado bom, amigo aurinegro: já se foram os dois jogos contra os bávaros. Um fim diferente das últimas 10 edições da Bundesliga não está descartado, até porque a equipe de Tuchel também está focada na Liga dos Campeões, tendo o Manchester City pela frente. Qual Bayern entrará jogando nas últimas oito partidas? O oscilante grupo que marcou o fim da fase com Julian Nagelsmann ou algo novo e impiedoso sob a batuta de Tuchel?

Ao Dortmund, resta erguer a cabeça e tentar se recuperar no percurso que falta, sem deixar a peteca cair depois da surra sofrida. São oito decisões pela frente que precisam ser encaradas com mais seriedade e coragem.

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