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OneFootball·25 de maio de 2023
🇩🇪 Trauma? Kahn revela como lida com falha na final da Copa de 2002

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OneFootball·25 de maio de 2023
Há quase 21 anos, o Brasil conquistava o seu quinto título de Copa do Mundo na história ao bater a Alemanha na final disputada em Yokohama, no Japão.
Pelo lado brasileiro, o rótulo de herói foi para Ronaldo, autor de dois gols na vitória por 2 x 0.
O ex-goleiro Oliver Kahn, por outro lado, saiu marcado pela falha que resultou no primeiro gol da partida.
Mas a palavra ‘vilão’ não está no vocabulário do alemão para descrever o que ele viveu naquele dia.
Em entrevista a jornalistas da América Latina às vésperas do último Der Klassiker da Bundesliga, Kahn, que atualmente é o CEO do Bayern de Munique, entende aquele lance nada mais é do que parte da vida de um goleiro.
“Se eu olho pra trás para a Copa do Mundo de 2002, acho que eu joguei no meu nível mais alto da minha carreira, mas é coisa do destino de um goleiro. Você comete um erro e ele pode ser o decisivo em um jogo, mas esse é o desafio e eu sempre amei esse desafio. Ser o herói ou o oposto. E apenas segundos separam um do outro”, explicou o ex-jogador durante a entrevista na sede do Bayern, na Säbener Strasse.
A bola que ele soltou nos pés de Ronaldo está longe de ser um trauma para Kahn, que trata o erro na final da Copa do Mundo como um caso superado e não sente que carrega sozinho a responsabilidade pela derrota.
Ele garante inclusive que guarda apenas boas memórias daquela competição, na qual a Alemanha não chegou como favorita e alcançou a decisão guiada também por grandes defesas de Kahn.
Sim, perdemos a final por 2 x 0 contra o Brasil e lembro que cometi o erro antes do 1 x 0 do Ronaldo. Mas eu não sinto nenhuma emoção ruim sobre isso, porque você não está sozinho em campo. Existem outros dez jogadores em campo e se você comete um erro há outros jogadores que podem marcar gols, por exemplo. Poderia acontecer de nós vencermos por 4 x 2, mas não era pra acontecer naquele dia
Foto: PATRICK HERTZOG/AFP via Getty Images
As ótimas atuações até a decisão garantiram a Kahn o prêmio de melhor jogador da Copa do Mundo de 2002, numa votação realizada antes da final em Yokohama.
“Seria ótimo ser também campeão da Copa, mas acredite em mim: eu vivo muito bem sem vencer esse título”, destaca.
Confira abaixo a explicação dele sobre as memórias da competição disputada na Ásia.
Atualmente, a rotina de Kahn ainda é voltada ao futebol, mas afastada dos gramados. Aposentado como jogador desde 2008, ele se tornou CEO do Bayern no começo de 2021.
O clube bávaro já tinha sido a casa dele como goleiro de 1994 até o fim da carreira. Agora, as tarefas são bem mais diversas do que aquelas de dentro das quatro linhas.
“Como goleiro você pode se concentrar em uma coisa: ser goleiro. Sendo CEO do Bayern você tem muitas atividades, muitos objetivos. Claro que o essencial no Bayern é o lado esportivo. O meu trabalho aqui é garantir o sucesso esportivo, mas por outro lado, meu trabalho também é garantir que a gente tenha sucesso em nosso negócio ao redor do lado esportivo”, comparou o dirigente.
Uma das atuais preocupações dele é sobre como manter o time competitivo no cenário europeu em meio a tantos clubes, especialmente na Premier League, que são comprados e recebem uma grande injeção de dinheiro.
Cumprindo uma regra que abrange os clubes da Bundesliga de forma geral, o Bayern não é controlado por um investidor externo.
Esse fator faz Kahn inclusive colocar o Bayern em uma prateleira diferente entre os clubes da Europa.
Confira abaixo a explicação do dirigente:
Foto destaque: Andreas Schaad/Bundesliga/Bundesliga Collection via Getty Images