Torcida. Consultei o dicionário, e a definição diz: ato ou efeito de torcer. | OneFootball

Foto: Pedro Souza Por: Ana Paula Rodrigues

Torcida. Consultei o dicionário, e a definição diz: ato ou efeito de torcer.

Achei meio vago. Pesquisei mais. “O que é ser um torcedor?” Google – Pesquisar. “Os torcedores são indivíduos que se auto identificam como simpatizantes, espectadores ou incentivadores de algum esporte independente da forma que esta pessoa exercite tal identificação.”

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Vago de novo. Queria um exemplo vivo.

Olhei pro lado. Vi um Galinho de madeira que ganhei de presente de um amigo e que guardo carinhosamente sobre a minha prateleira.

Imediatamente lembrei do meu pai e dos os meus tios.

O mais velho tem mais de 60 anos de Galo. Meu pai, tem 50. Eles viram coisas, que, se fosse eu vendo o meu time passar, teria desistido do futebol há muito tempo.

E então, eu entendi o significado. Torcida: Ato ou efeito de ser atleticano.

O que está acontecendo com a torcida do Atlético? A síndrome na qual o Rica Perrone nos alertou, está nos abraçando? Viver de títulos? Precisar de um pedaço de metal pra ser feliz? Pra apoiar o Galo?

O ano era 2006, Galo x Vila Nova-GO pela série B do campeonato brasileiro.

Não precisávamos de mais nada pra abrir um sorriso no rosto ao acordar sabendo que veríamos o Galo jogar naquele dia.

Por anos ganhamos apenas o campeonato mineiro. Fomos rebaixamos em meio a um Mineirão lotado. E ao apito final, a torcida aplaudiu o time e cantou o hino. Uma das cenas mais marcantes da história do futebol brasileiro, e não tenho dúvidas de que foi ali que me apaixonei por esse clube. O primeiro ‘gatilho de amor’. O primeiro insight: ‘Que torcida f*da.’

Onde está? Onde estão aquelas pessoas? Eu sei, muitas já se foram. Mas elas deixaram seu legado sobre o que é torcer e ser Galo. Não pode ter sido esquecido! Tem que estar aí dentro de você.

Vamos, procure! Encontre de volta. Não vamos permitir deixar escorrer pelas mãos por causa de metal e madeira. ENCONTRE.

Perdemos uma final no domingo passado, que ainda dói. E vai sangrar por muito tempo. Mas o Galo não se resume a isso. A torcida do Galo nunca precisou de títulos pra amar esse clube.

Amor incondicional, que ultimamente, tem se tornado condicional por parte da torcida.

Não somos assim. Não foi isso que nos ensinaram.

Nos ensinaram a aplaudir o time mesmo com ele sendo rebaixado após o apito final.

Nos ensinaram a gritar e acreditar com o 2×0 contra (diversas vezes).

Nos ensinaram a torcer e acreditar que é possível aos 47 do segundo tempo com a bola na marca da cal.

Nós somos isso. Nós somos o Galo. Não somos taça. Não somo medalhas. Não vivemos de títulos. NÓS SOMOS O GALO E VIVEMOS DELE!

Portanto, procure. Peço que procure aí dentro de você essa coisa esquisita que eu não sei explicar, mas que você sabe o que é.

Está aí dentro. Que seu pai te ensinou. Que seu tio te mostrou. Que sua mãe, irmão te apresentou.

Está aí com você. Encontre e vista-se disso. Porque vamos precisar mais do que nunca nesse dia 30 próximo.

PARE de desacreditar. PARE de jogar a toalha. Nós estamos em uma final de Copa Libertadores e o sentimento que deveria ser de ORGULHO, tem se transformado em descrença. Melancolia. Gente jogando a toalha.

Nós perdemos um título sim. Mas não perdemos o Galo.

Nós vamos lutar. Somos feitos disso. De luta. De dor. De acreditar. De torcer contra o vento.

Encontre. Apenas encontre.

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