Torcedores do Zamalek fizeram protesto bem-humorado com emoji irritado, mas presidente não achou graça | OneFootball

Os torcedores do Zamalek estão insatisfeitos com o desempenho do time e resolveram fazer um protesto bastante criativo e bem-humorado: vestidos de preto, cerca de 150 torcedores formaram um emoji irritado na arquibancada. Uma forma bastante visual e divertida, mas parece que o presidente do clube não achou a menor graça. Mortada Mansour ameaçou banir do estádio os autores da gracinha.

O protesto acontece porque o Zamalek, um dos mais tradicionais clubes do Egito, não conseguiu passar da fase de grupos da Champions League Africana. O time ficou em terceiro lugar na chave, com sete pontos, ficando atrás do Espérance, da Tunísia, que fez 11 pontos, e do Belouizdad, da Argélia, que fez 10. O time não conquista o título da Champions League Africana desde 2002. São cinco títulos continentais, enquanto o rival, Al Ahly, tem 10 – sendo o último em 2021.

A situação não é ruim apenas no torneio continental. No Campeonato Egípcio, o Zamalek também não vai bem. O time está apenas em quarto na tabela, com 36 pontos, 11 atrás do líder, Al Ahly, que ainda tem três jogos a menos. Atual campeão, o Zamalek dificilmente conseguirá manter o título e, pior ainda, está ameaçado até de ficar fora da Champions League Africana. Só os dois primeiros vão ao principal torneio continental da África e o Future tem nove pontos à frente e o Zamalek só tem mais quatro jogos até o fim da liga.

É por isso que os torcedores estão tão insatisfeitos com a equipe. Por isso que esses torcedores foram ao estádio vestidos de preto para protestos no último duelo da fase de grupos da Champions League Africana, uma vitória inútil por 4 a 3 sobre o Al-Merriekh, do Sudão. O time já estava eliminado.

Se para muitas pessoas o protesto foi bem-humorado, o presidente Mortada Mansur não achou a menor graça. “O Zamalek veste branco com listras vermelhas”, afirmou o dirigente. “Quem quer que venha nos apoiar é bem-vindo, mas não em preto. Aqueles que foram ao jogo contra o Al-Merreikh em preto não poderão comparecer ao estádio novamente”. Uma medida um tanto drástica para um protesto bastante inofensivo, não?

Bom, não se você é Mortada Mansur. Aos 70 anos, o dirigente é um dos mais controversos do futebol egípcio. Recentemente, ele passou um mês preso depois de insultar verbalmente o presidente do Al Ahly, rival ferrenho de Cairo. Não é exatamente flor que se cheire, como diz o ditado.

O grupo de torcedores organizados do Zamalek responsáveis pelos protestos, os Ultra White Knights, usou as redes sociais para explicar o protesto. “Estamos furiosos com a situação do time a com a diretoria, que não são adequados para representar o nosso grande clube”. Mais do que isso, a torcida se descreveu como “a espada e armadura” do time.

Recentemente, o Zamalek decidiu demitir o técnico português Jesualdo Ferreira (aquele mesmo, ex-Santos) pela segunda vez em dois meses. Isso mesmo: ele foi demitido em 24 de janeiro, depois de ser contratado em 8 de março de 2022, mas foi reconduzido ao cargo nove dias depois, no dia 2 de fevereiro. Ficou até 22 de março, quando foi demitido pela segunda vez. Foi o tempo de dirigir a equipe em apenas nove jogos, com cinco derrotas, além de duas vitórias e dois empates.

Segundo Mortada Mansur, o Zamalek já chegou a um acordo para um novo técnico que substituirá Jesualdo Ferreira e o anúncio será feito em alguns dias.