Futebol Latino
·08 de março de 2022
Torcedor do Atlas faz relato assustador sobre batalha campal no México

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·08 de março de 2022
Em meio ao caos vivido no último sábado (5) onde a partidas entre Atlas e Querétaro precisou ser interrompida por conta da selvageria que tomou conta de La Corregidora, uma pequena luz de esperança se acendeu para salvar a vida de Beto Valdivia e sua esposa, estando ambos no setor de visitante do estádio ondo ocorreu a verdadeira batalha campal.
Por meio de sua rede social, Beto contou como foi o dia do acontecimento desde sua chegada ao local (algo que ele observou como sendo mais tranquilo do que em outros estádios no país que ele esteve) onde, de repente, a briga estourou e, rapidamente, transformou o ambiente em uma verdadeira guerra.
Ao ponto, inclusive, dele e de sua esposa precisarem apelar para a ideia de conseguir camisetas do Querétaro para terem maiores chances de escapar dos focos de confusão e se dirigirem ao seu automóvel para escapar com vida do ambiente absolutamente hostil.
No fim de seu testemunho, Beto chegou a dizer que roga “pelas famílias que, hoje, estão sofrendo a perda de alguém”. Apesar de oficialmente as autoridades terem apontado que não houve vítimas fatais da briga generalizada, informações extraoficiais dão conta de, pelo menos, 15 mortes.
Confira o relato de Beto Valdivia sobre a batalha campal em Atlas x Querétaro
Sobre a tragédia de Querétaro x Atlas, não posso ficar calado. Com a minha esposa, estávamos celebrando nosso aniversário e estávamos felizes porque tínhamos “um lugar muito bom”. Atrás dos bancos, sem sol e com pessoas tranquilas. De todos os jogos como visitante que eu fui, este era o mais familiar que eu tinha visto.
Mas, em questão de minutos, tudo mudou. Houve brigas em muitas partes do estádio e nenhum oficial de segurança se dignou a separá-los! Jovens, crianças, mulheres e idosos pedindo ajuda desesperadamente e, na minha cabeça, só se passavam duas coisas: entrar no gramado ou buscar apoio com alguém do Querétaro.
De uma hora pra outra, não havia mais ninguém do Atlas em volta e eu desesperadamente buscava alguém que nos ajudasse, enquanto minha esposa só queria sair dali. Começamos a subir as escadas e um fã do Querétaro nos disse: Não saíam! “Tirem as camisas!”
Um garoto do Querétaro, desesperado, tirou a camiseta dele e deu para a minha esposa enquanto, para mim, tanto fazia sair sem camiseta, mas minha esposa me implorou para que eu conseguisse uma.
Um senhor de terceira idade e seu filho de Querétaro nos aproximaram e nos disseram: “Nós tiramos”. O garoto me deu sua camisa, apesar do medo. Só posso agradecer infinitamente. Essas pessoas salvaram nossa vida. O caminho até o carro foi eterno. Vimos várias pessoas já inconscientes, deitadas no chão. Os vândalos seguiam batendo pessoas inocentes.
Rapidamente, apareceram dois assassinos de Querétaro, com armas, buscando pessoas do Atlas. Eu e minha esposa nem abaixamos a cabeça e saímos ilesos.