Título, tabu no clássico quebrado, retomada do protagonismo e resgate da paixão; um mês de Milito no Galo | OneFootball

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·25 de abril de 2024

Título, tabu no clássico quebrado, retomada do protagonismo e resgate da paixão; um mês de Milito no Galo

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Por Hugo Fralodeo 25 abr 2024 00:13

Há exatos 30 dias, em meio à série de comemorações pelo 116º aniversário do Atlético, Gabriel Milito iniciava sua era no comando técnico do Clube, em seu primeiro dia de trabalho na Cidade do Galo. Anunciado um dia antes, o treinador argentino se deparava com o grande desafio de sua carreira, tendo “apenas” uma missão: fazer um time desacreditado e em baixa voltar a jogar futebol.


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Não seria nada fácil, uma vez que já era sabido que o tempo seria seu inimigo, sobretudo pela falta de espaço na agenda para sessões de treinado, mas, principalmente, porque seu primeiro ato na beira do campo seria em um clássico valendo taça.

Dois dias depois, em sua apresentação oficial à Massa e à imprensa, o Mariscal contou que a grandeza do Galo e a convergência de objetivos lhe fizeram aceitar a bucha. Falando um pouco mais sobre sua forma de trabalhar, o novo comandante prometeu empenho para conseguir formar uma grande equipe, que enchesse os olhos da torcida e tivesse paixão.

Estreia além do resultado

Com apenas cinco sessões de treinamento, a estreia diante do maior rival, onde o Alvinegro ainda não havia vencido um clássico, na Arena MRV, que recebia seu recorde de público, simplesmente no primeiro jogo da final do Campeonato Mineiro.

Mesmo com a grande responsabilidade e o tamanho do jogo, além de nunca ter comandando um time em uma decisão, o treinador garantiu que o peso da partida não teria tanta influência, pois ele sempre preparava e cobrava seus jogadores para vencer, independente do adversário que tivesse pelo frente.

O primeiro tempo avassalador, onde Bruno Fuchs e Hulk abriram 2 a 0, com a equipe jogando em alta rotação, dominando e deixando o rival nas cordas, foi só uma amostra do que viria. Para muitos, apesar do pé atrás pela queda no rendimento na etapa final, que acabou custando a vitória, era o prenúncio do que estava por vir.

Massa Militizada

Não havia muito tempo, a única semana cheia na Cidade do Galo em dois meses já havia terminado. Entre dois clássicos por um título, a estreia na Libertadores, com uma viagem longa, logística complicada e bastante desgaste. A dúvida e o desafio de Milito era conseguir fazer com que o time jogasse como no primeiro tempo do clássico durante os 90 minutos.

Saiu melhor do que a encomenda. Parecendo não fazer esforço algum, o Galo goleava o Caracas na capital venezuelana, abria a principal competição sul-americana de clubes em grande estilo e, de quebra, dava esperança à Massa, que já começava o processo de Militização, de que o domingo seria de comemoração.

A virada com o toque do professor

O cenário não era favorável. Em um Mineirão só com a torcida adversária, só a vitória interessava ao Atlético. Para piorar, o time saiu atrás no placar. Porém, em um rearranjo na formação, deixando apenas Jemerson como zagueiro de ofício em campo, Saravia, Hulk, Gustavo Scarpa, com seu primeiro gol com o Manto, e o coletivo viraram a parada para o Galo, jogando a taça do PentaCAMpeonato Mineiro para o alto.

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Foto: Pedro Souza / Atlético

Resgate de peças e da sintonia com a Massa

Em apenas três jogos, Milito mostrou que poderia recolocar o Atlético no caminho das vitórias, sobretudo pelo resgate do futebol de algumas peças que viriam a ser fundamentais dali para frente, algo evidenciado em Gustavo Scarpa, que enfim “estreava”, Jemerson, que passou a ser visto com outros olhos, e Guilherme Arana, que deu um vislumbre dos velhos tempos.

Como prometido, os jovens estavam tendo espaço, o banco estava tendo influência nas partidas, o time mantinha a gana pela bola e pelo protagonismo, mas, acima de tudo, a sintonia entre o campo e as arquibancadas estava de volta.

O que manda é o campo

Já nos primeiros contatos, por conta da qualidade do grupo que teria à disposição, Milito teve certeza de que seria capaz de implantar seus conceitos e fazer com que os jogadores dominassem as partidas tendo a bola.

De fato, já se via um Galo completamente novo, algo que ficou comprovado na vitória por 2 a 1 sobre o Rosario Central, na primeira partida de Libertadores disputada na Arena MRV. Vencendo um jogo duro e bastante disputado, estava evidente que se tratava de um time competitivo.

Como a vida não se resume em festivais, o primeiro momento de oscilação até trouxe alguns questionamentos, mas, apesar de dois empates, com Corinthians e Criciúma, nas duas primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro, em contextos completamente distintos, vale destacar, Milito – que a esse ponto já se destacava também nos microfones – salientou que uma coisa era analisar os resultados, outra coisa era o rendimento da equipe, que lhe deixava muito satisfeito. O treinador, porém, como sempre, seguia com o pensamento firme de que a melhora era um caminho possível.

Galo no topo, rival no chão

O Mariscal estava certo. Mesmo ainda acreditando que o time pode render ainda mais, para a torcida Alvinegra, já foi mais do que suficiente. Ainda sem vencer um clássico na casa da Massa, aos primeiros indícios de pressão, sem suar, sem fazer o menor esforço, dialogando, apontando, circulando e até “debochando”, o Atlético destruiu o Cruzeiro em um 3 a 0 categórico, em um jogo só de um tempo.

Com completo domínio e superioridade sobre o rival, já não restava mais dúvidas de que o Atlético já é de Milito e Milito já é do Atlético. Quem ainda não havia olhado para o que acontecia nas Gerais, se encantou, nem só pelo que já havia sido produzido, mas também pelo que o time mostra ser capaz.

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Foto: Pedro Souza / Atlético

Se tem elenco é para usar

Oito jogos, sete formações diferentes. No discurso seguido à risca, o sistema tático, a formação e as peças utilizadas nunca se sobreporão à ideia de jogo. A única vez que foi a campo a mesma escalação de um jogo para o outro, foi na última terça-feira (23), na vitória sobre o Peñarol, quando os mesmo 11 que iniciaram o clássico entraram em campo.

Com a reinvenção de peças, como Saravia, o crescimento de outras, algo mais claro em Gustavo Scarpa, Paulinho, Zaracho e Guilherme Arana, e as diferentes formas de utilizá-las, como no caso de Battaglia e o time “só com um zagueiro em campo”, Milito vai tentando driblar a dificuldade imposta pela falta de tempo de treino em campo, que lhe obriga a utilizar muito da conversa e dos vídeos, para dar espaço e oportunidade a quase todos e vê-los competindo.

Como resultado, do grupo de 27 jogadores de linha e quatro goleiros, o treinador utilizou 21 atletas nessas oito primeiras partidas. Excetuando o lesionado Paulo Vitor, apenas os três goleiros reservas, o zagueiro Rômulo – que tem treinado com o grupo principal e jogado com a equipe sub-20 -, o lateral-direito Vitor Gabriel, os atacantes Alan Kardec e Isaac e o meia-atacante Robert e o atacante Brahian Palacios – reforços que ainda não estrearam – ainda não tiveram oportunidade de mostrar serviço em campo.

Apenas o goleiro Everson – o único que atuou todos os minutos -, o lateral-direito Saravia e os artilheiros Hulk e Paulinho começaram todas as oito partidas entre os titulares. Guilherme Arana – que, apesar de ter entrado ainda no primeiro tempo de jogo diante do Criciúma, começou essa partida na reserva -, Alan Franco – duas vezes vindo do banco -, Igor Gomes – quatro vezes entre os 11 – e Gustavo Scarpa – titular nos últimos cinco compromissos – são os outros que atuaram em todos os jogos sob o comando do Mariscal.

Números

Com cinco vitórias e três empates, são 75% de aproveitamento dos pontos para o Atlético de Milito. Com 18 gols marcados, média superior a dois por partida, apenas no empate sem gols com o Corinthians, na estreia no Brasileirão, em São Paulo, quando jogou um tempo inteiro com um a menos, o time não foi às redes. Na partida seguinte, o empate por 1 a 1 com o Criciúma, na Arena MRV, foi a única ocasião onde a equipe marcou apenas um gol.

Nos oito gols sofridos, todos nos segundos tempos de partida, a única vez em que saiu atrás, no clássico da finalíssima do Estadual, a equipe virou o placar.

Quase sempre propondo o jogo, o time tem uma média de 61% de posse de bola. Com um aproveitamento altíssimo nos passes, o time tenta, em média, 537 passes por partida, acertando 456 (85%). Destaque para goleada sobre o Caracas, onde o Galo teve marcas expressivas, batendo os recordes de aproveitamento de passes e passes tentados, no geral e no primeiro tempo, nos últimos dez anos na Libertadores.

Sempre buscando o gol, a equipe soma 99 finalizações, uma média pouco acima de 13 chutes por jogo. Cedeu 76 finalizações – 9,5 por jogo -, é verdade, mas, enquanto um time precisa finalizar quase dez vezes para fazer um gol no Atlético, o Atlético precisa finalizar cinco vezes para marcar um gol.

O coletivo reforça o individual

Na era Milito, Gustavo Scarpa e Paulinho, artilheiros e líderes em participações em gol, somam ambos cinco gols e duas assistências nos oito jogos. Enquanto o Arqueiro foi titular em todas as partidas, o camisa 6 começou os três primeiros jogos no banco.

Hulk, que só balançou as redes nos dois clássicos da final do Mineiro, está há cinco jogos sem marcar. Por outro lado, o camisa 7 – que divide a artilharia da temporada com Paulinho, com sete gols, e lidera em participações em gol – deu quatro assistências no período e também lidera o quesito no elenco, com seis no total.

Empatado com o Incrível no número de participações em gol, seis, Guilherme Arana literalmente voa pelo lado esquerdo. São quatro assistências e dois gols para o camisa 13.

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Foto: Pedro Souza / Atlético

🕷 Guilherme Arana

Pré-Milito: 9 jogos – 1 assistência Com Milito: 8 jogos – 2 gols – 4 assistências

🛹 Gustavo Scarpa

Pré-Milito: 9 jogos Com Milito: 8 jogos (5 titular) – 5 gols – 2 assistências

🏹 Paulinho

Pré-Milito: 9 jogos – 2 gols – 1 assistência Com Milito: 8 jogos – 5 gols – 2 assistências

💪 Hulk

Pré-Milito: 8 jogos – 5 gols – 2 assistências Com Milito: 8 jogos – 2 gols – 4 assistências

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