Jogada10
·15 de junho de 2025
Textor avança com IPO da Eagle em meio a impasse com a UEFA

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·15 de junho de 2025
Segundo reportagem do The Guardian, John Textor, empresário norte-americano e proprietário da holding Eagle Football — grupo que controla Botafogo, Lyon e Crystal Palace — registrou a empresa para uma oferta pública inicial (IPO) nos Estados Unidos. A medida visa abrir o capital da holding, que opera um modelo de multipropriedade de clubes, e convida investidores institucionais a comprar ações. No entanto, nem os valores nem a quantidade de ações foram revelados.
A Eagle Football vive no prejuízo há anos em razão dos altos investimentos no Lyon. Textor havia anunciado planos para o IPO em novembro de 2024, com uma avaliação de mercado de US$ 2 bilhões (R$ 10,7 bilhões), o que representaria a primeira abertura de capital de um grupo multiclubes no futebol. A decisão de avançar com a listagem agora chama atenção, já que ele também está envolvido em negociações para vender sua participação no Crystal Palace.
Um dos motivos para a possível venda é a incerteza quanto à participação do Crystal Palace na próxima edição da Liga Europa. O clube inglês e o Lyon, ambos do grupo Eagle, se classificaram para o torneio europeu, mas as regras da UEFA proíbem que duas equipes sob o mesmo controle participem da mesma competição. Textor tentou transferir suas ações do Palace para um fundo cego, mas perdeu o prazo estabelecido pela UEFA, o que aumentou a pressão por uma solução.
Ainda de acordo com o The Guardian, o dono do New York Jets (franquia da NFL), Woody Johnson, ofereceu 190 milhões de libras esterlinas (R$ 1,3 bilhão) para comprar a participação de Textor no Palace — proposta que teria o apoio do presidente do clube, Steve Parish. Há também uma oferta de um consórcio liderado pelo jogador da NBA Jimmy Butler e a empresa Sportsbank. Textor, no entanto, ainda prefere vender suas ações aos sócios Josh Harris e David Blitzer. Ambos já detêm 18% do clube cada um, embora as negociações estejam travadas há meses.
Textor investiu aproximadamente 180 milhões de libras esterlinas (R$ 1,2 bilhão) no Crystal Palace desde que adquiriu uma participação inicial de 40% há quatro anos. Tais recursos foram usados em obras no centro de treinamento e em contratações. Por isso, resiste em vender sua parte com prejuízo. Enquanto isso, o clube britânico acredita que conseguirá a liberação da UEFA para disputar a Liga Europa. O argumento é que Textor não exerce “influência decisiva” sobre o clube. Caso contrário, o Palace deve recorrer ao Tribunal Arbitral do Esporte.
A situação é delicada, especialmente após o caso do Drogheda United, da Irlanda, expulso da Conference League pela UEFA por conta de problemas com multipropriedade. O clube pertence ao grupo americano Trivela, que também controla o Silkeborg, da Dinamarca — que teve prioridade na competição por melhor desempenho doméstico. Esse precedente aumenta a preocupação no Crystal Palace quanto ao futuro na competição europeia e reforça os desafios do modelo multiclubes de Textor.