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·27 de novembro de 2020

Teu passado é uma bandeira, Corinthians! – Especial torcedor

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  1. Colaboração de Tatiane Vidal

Até a década de 1980, a pirâmide etária brasileira tinha a base mais ampla e o topo mais estreito, ou seja, havia mais jovens que idosos no país. Segundo o IBGE, até 2060 será o contrário, teremos mais idosos que jovens no país. A tendência é que se estabilize o crescimento e que ocorra aumento de expectativa de vida.

Um País hoje adulto, está às vésperas de se tornar um país idoso.


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Existem inúmeros pesquisadores estudando e tentando monitorar isso, e com a pandemia acontecendo estamos vendo como é inevitável que esses debates aconteçam em larga escala. É preciso um cuidado maior e melhor com os nossos “velhinhos”, uma aceitação plena deles como parte da sociedade, é preciso parar de ignorar e esquecê-los em asilos e em quartos escuros da casa.

Mas o que isso tem a ver com nosso amado Corinthians? Com o nosso querido futebol?Simples. Nós fazemos o mesmo com nosso passado. Somos a torcida intensa e apaixonada que ama de paixão o time, mas temos um grande defeito de esquecer e desdenhar quem passou por nossa história. Título de 90? Amamos. Quem fez parte dele? Neto e alguns. Quarto centenário? Amamos. Mas quem era o lateral? Bem, isso não importa muito né?!

Claro, você vai dizer que sabe de cor o time campeão de 2012. Time campeão de 2005. Vai ter algum corintiano com uma ótima memória que vai lembrar do time de 1993 e escalar os reservas de 1999. Mas de forma geral, você não acha que as diretorias usaram de artimanha para subtrair da memória emocional da Fiel a gratidão a alguns ídolos do passado?

Vendemos muitos deles a preço de banana e alguns saíram muitas vezes pelas portas dos fundos. Histórias mal contadas. Relação desgastada. Processos milionários. Afastamentos conturbados. E mesmo com grandes feitos vestindo a nossa camisa enquanto jogador, muitos desses são sumariamente ignorados, lembrados a muito custo e a contragosto pela diretoria. E isso foi e é muitas vezes encarado como uma qualidade da Fiel: amar jogador enquanto defende o clube. Presente é o que importa. “Teu presente, uma lição”.

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Mas e quanto ao “Teu passado é uma bandeira”, onde o Corinthians vive isso? Bandeira é o símbolo visual representativo de um povo, é onde os aliados olhavam na guerra para saber quem eram os seus, e quem não era. É um pedaço de pano cheio de significado e pertencimento. “Você não está só”.

Existe história e vivência por trás de cada bandeira. Ver a sua bandeira tremular é saber que existem raízes quando você está a voar. E nosso hino diz que nossa bandeira é nosso passado. Nossa bandeira é cinco operários debaixo de um lampião, são homens saindo de madrugada para participar da primeira partida 10 dias depois da fundação, é o Gol do Luigi Fabbi, são os trancos e barrancos durante anos, é a torcida que só cresce, é cada jogador e funcionário que fez parte. É cada título. Cada vitória. Cada derrota, sim, as derrotas que criaram casca e vigor no clube. E isso não pode ser ignorado porque a diretoria não conseguiu acordo melhor, porque diretoria não assumiu contratos, ou porque jogador não quer mais.

Teu passado é uma bandeira. Pronto. Não devemos fingir que não existiu. Apagar. Relegar ao ostracismo. Não escondemos nem nossa queda em 2007, porque devemos aceitar esconder jogadores que nos deram títulos importantes, pela forma que eles não acordaram com diretoria?

Não podemos deixar que nosso país ”promova a devastação dos velhos” como bem disse o Lima Duarte esse ano ao falar sobre a triste noticia da morte de um amigo, e nem devemos permitir que diretoria promova a devastação de nossa história.

O Brasil precisa olhar seus idosos. Corinthians precisa aprender a ter memória.

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