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·17 de abril de 2024

Teixeira admite erro em volta de Kleiton Lima ao Santos e promete ir afundo em investigações

Imagem do artigo:Teixeira admite erro em volta de Kleiton Lima ao Santos e promete ir afundo em investigações

Marcelo Teixeira se pronunciou nesta quarta-feira sobre a polêmica passagem de Kleiton Lima pelo futebol feminino do clube. O presidente admitiu que errou ao trazê-lo de volta e prometeu ir afundo nas investigações. O técnico foi acusado por 19 atletas de assédio moral e sexual.

“Esse foi um fato ocorrido no ano passado. O Santos errou ao trazer o profissional, o clube assumiu uma responsabilidade. Se nós tivermos a necessidade de uma decisão imediata, que foi tomada em comum acordo, principalmente na preservação do profissional e da sua família. O futebol feminino é um dos pilares da minha gestão, o que foi feito no Santos nos últimos anos é inadmissível, pensando no que o Santos já fez. O Santos é pioneiro, trouxe Marta e Cristiane do exterior. O Santos está ao lado de qualquer campanha contra discriminação, preconceito, seja no futebol feminino ou masculino. O Santos é exemplo, referência no futebol nacional. Sempre foi e continuará sendo”, disse o mandatário.


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“Vamos sempre aceitar e respeitar as decisões dos profissionais das áreas. Não quero responsabilizar ninguém, nem o Gallo, nem a Thaís. O responsável é sempre o presidente, eu sou responsável. A minha decisão foi diante dos profissionais que estão sempre me aconselhando, recomendando. Não apenas eles, mas o departamento jurídico. Hoje, após cinco dias da atuação dele, o acordo não terminará aqui pelo Santos. O Santos agora vai assumir esse protagonismo, vamos afundo, queremos definitivamente ver o que houve para adotar as medidas em relação a todos os envolvidos. As meninas, as atletas, a psicóloga, todos que estavam envolvidos. Antes eu não estava, mas agora eu estou e vou assumir essa responsabilidade. Pelo o que eu, Marcelo Teixeira, represento ao futebol feminino, eu vou afundo. Pedi ao presidente da FPF, Reinaldo Carneiro, que ele contribua na área esportiva, para que tome a iniciativa de criar um processo interno e ouvir as partes, já que na Polícia não temos nenhuma solução desse processo ainda”, completou.

Marcelo Teixeira ainda pediu para que as denúncias deixem de ser anônimas e voltou a destacar que o fim do contrato de Kleiton Lima com o Santos não significa que as investigações serão encerradas.

“Não queremos acobertar o treinador nem fazer nada contrário às jogadores, queremos seguir sendo exemplo. Não vamos nos contentar com denúncias anônimas, vamos nos contentar com as denúncias sendo feitos de maneira corajosa. Para que a gente moralize e tenha no futebol feminino um meio salutar. O futebol feminino não precisa de protestos, precisa de apoio, de investimento, aproveitar essas oportunidades de talentos que temos pelo Brasil. E o Santos continuará trabalhando para isso, adotando essas medidas. A medida não vai parar no término do contrato com o jogador, para que essas ações terminem em responsabilidades de todos que devem assumi-las, sem ficar jogando aqui ou acolá, para que a gente entenda o que está acontecendo. Tem que ir até as últimas consequências, para que se preserve todos os envolvidos”, comentou.

Kleiton Lima foi demitido das Sereias da Vila em setembro do ano passado, época em que as acusações vieram à tona. Agora, o seu retorno ao Santos gerou bastante repercussão e sua segunda passagem se encerra com apenas um jogo disputado.

O treinador solicitou afastamento do cargo na segunda-feira. Em nota, ele afirmou que “o pedido foi feito para preservar sua integridade, de sua esposa e filhos,  já que nos últimos tempos, todos receberam ataques cruéis através das redes sociais”.

“O treinador veio, colocou o cargo à disposição, a diretoria aceitou a saída. Ali começou um procedimento interno e uma investigação policial. Quando chegamos, não tínhamos conhecimento do que foi feito aqui e no âmbito policial. Quando vieram os pareceres que não se apurou nada de quem participou da época, os departamentos jurídicos, os responsáveis pelo futebol feminino e profissional, todos que estavam relacionados ao processo. Lá, estavam as cartas anônimas, que poderiam ser feitas por uma, duas ou dez pessoas, porque são anônimas, não há registros dos autores dessas cartas. Quando foi feita a decisão do retorno do profissional, foi baseado nisso”, contou Teixeira,

“Não temos nenhuma prova envolvendo a parte interna como também não temos nenhuma comprovação da parte externa. Porém, o próprio profissional, como também o Santos, entenderam que não era o momento do profissional continuar à frente do clube. No ano passado, todas as atletas que estavam foram ouvidas, acredito que sim. Isso não pertence ao processo da diretoria atual, existe do processo anterior, não tive acesso a isso. O elenco atual não é o mesmo, grande parte das meninas que estão aqui, não estavam no ano passado. O trabalho da diretoria não envolve um processo do ano passado, envolvendo o Kleiton Lima. O nosso projeto não é apoiar isso, ao contrário, queremos combater essa iniciativa. E nada vai atrapalhar o projeto, nem a sua vinda, nem a saída”, finalizou.

A última rodada do Brasileirão Feminino foi marcada por protestos de jogadoras de várias equipes contra o profissional. Durante a execução do hino nacional, atletas do Corinthians – no clássico contra o Santos – cobriram a boca com as mãos.

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