
Central do Timão
·20 de agosto de 2025
Técnico do Sub-17 do Corinthians fala pela primeira vez sobre a saída de Kauê Furquim

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·20 de agosto de 2025
Na tarde desta terça-feira, 19 de agosto, o Corinthians recebeu o Cuiabá, no Estádio Alfredo Schürig, na Fazendinha, em duelo válido pela 15ª rodada da fase de classificação do Campeonato Brasileiro Sub-17 e empatou pelo placar de 3 x 3. Os gols do Alvinegro foram marcados por Denner, Kayke Dallaqua e Gui Amorim.
O resultado fez com que os Filhos do Terrão subissem, provisoriamente, para a quarta colocação com 26 pontos (sete vitórias, cinco empates e três derrotas – 36 gols marcados e 21 sofridos). Em entrevista ao portal Meu Timão, o técnico do Sub-17 do Corinthians, Raphael Laruccia, falou pela primeira vez sobre a saída do atacante Kauê Furquim, de 16 anos.
Foto: Reprodução
Na última quinta-feira, 14 de agosto, o Bahia (gerido pelo Grupo City) depositou o valor da multa rescisória do jogador – R$ 14 milhões – ao Corinthians e levou o atleta. Em nota, o Alvinegro rompeu relações com o time baiano e o conglomerado, acusando a instituição de aliciamento.
Seu contrato com o Corinthians era válido até 2027 e o clube do Parque São Jorge, pego de surpresa com a saída do atleta, vinha negociando um novo vínculo com o jogador, que incluía uma valorização salarial e, consequentemente, um aumento da multa rescisória. Relembre o caso aqui.
“Uma coisa que eu acredito muito são as escolhas pessoais profissionais de cada um, não competem a nós julgar, né? Então assim, foi uma escolha dele, de trocar de clube. Ele tem os motivos dele pra fazer essa escolha. Obviamente que a gente lamenta, né? Aqui no Sub 17, os meninos que são muito amigos dele sentem também”, iniciou Laruccia.
Em seguida, preferiu valorizar o trabalho coletivo do Sub-17 mesmo com a saída de uma peça importante, citando exemplos como o de Denner, de 17 anos, já vendido ao Chelsea, da Inglaterra. O lateral-esquerdo só embarcará para a Europa em fevereiro de 2026, quando completará 18 anos. A venda aconteceu por 10 milhões de euros (R$ 61,4 milhões) fixo somado aos cinco milhões de euros (R$ 24,5 milhões em bônus por metas).
“O que eu costumo dizer é que a grande joia, o grande diferencial do Sub-17, é o trabalho, é o dia a dia, é o que a gente faz. Hoje foi o Furquim que despontou, amanhã é o Amorim, aí tem o Denner e tem outros meninos que estavam no 17 ano passado que a gente viu despontando. Então, assim, o trabalho segue e vão despontar outros jogadores”, continuou.
Posteriormente, Laruccia lamentou a forma como foi conduzida a saída de Kauê Furquim, revelando que o atleta nem chegou a se despedir dos companheiros de Timãozinho: “A gente lamenta pela forma como aconteceu, pela forma que não tivemos nem a possibilidade de nos despedir. Ele não apareceu mais aqui no clube, não se despediu de nós. Então, assim, a gente lamenta porque, no dia a dia, a gente cria vínculo com os atletas, a gente conversa muito. procura orientar, mas nós passamos duas, três horas do dia com os atletas. O restante do tempo, eles passam com outras pessoas que também influenciam na vida deles e nas decisões deles.”
“A gente conversa até muito com os nossos atletas sobre isso: com quem você anda, com quem você quais são as pessoas que estão te cercando, né? Porque essas pessoas, elas vão influenciar nas suas condutas, nas suas escolhas, nas suas decisões, né? E vão impactar. E no final das contas, o nome que tá em evidência pro bem e pro mal é o do jogador, não é de mais ninguém, né? Então, eles precisam ter muito entendimento e muito cuidado com as decisões e com as ações que eles tomam no dia a dia, porque é o nome deles que está em evidência o tempo todo. Eles são as principais estrelas de todo o evento.”
Por fim, elogiou a atuação de Kawê Klayver, outro atleta promissor do Sub-17 do Corinthians e que atuou na função em que Kauê Furquim exercia. O comandante também voltou a enaltecer o trabalho coletivo realizado no departamento, buscando revelar mais jogadores diariamente.
“Como eu disse, lamento pela forma como aconteceu, pela forma como foi. A gente quer sempre aproveitar os nossos atletas, a gente quer o bem dos nossos atletas, a gente quer ver os nossos atletas vencendo, chegando à Seleção Brasileira, chegando no mais alto nível, vencendo esportivamente, vencendo financeiramente. Mas a gente entende que as coisas devem caminhar dentro de um curso natural. E não foi, né? Então a gente lamenta, mas o trabalho segue. Hoje jogou o Kawê Klayver, que fez uma partidaça.”
“O Corinthians não vai acabar. O Corinthians é muito grande. Então, vão sair outros jogadores aqui com muito potencial, com muita projeção e que possivelmente podem até sair, trazendo muito mais dinheiro. Então, a gente tem que acreditar no trabalho, né? Isso eu sempre falo para os atletas, falo para a comissão técnica, falo para todo mundo: ninguém vence sozinho no futebol. Eu, como treinador, não sou o que sou hoje só pelo meu trabalho. Eu tenho uma equipe que trabalha comigo, que me potencializa, uma comissão técnica. Eu tenho os atletas que trabalham comigo, que fazem o meu trabalho ser potencializado. É para o atleta. Nenhum atleta vence sozinho; o talento, ele é muito importante, mas sozinho ninguém vence. A gente chega onde a gente chega porque a gente tem uma coletividade junto com a gente que faz a gente caminhar”, finalizou.
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