Superliga europeia: revolução ou acentuação de poder? | OneFootball

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·20 de abril de 2021

Superliga europeia: revolução ou acentuação de poder?

Imagem do artigo:Superliga europeia: revolução ou acentuação de poder?

Nesta semana, o assunto que toma conta do mundo do futebol é a respeito da criação da Superliga europeia. Nesse ínterim, os fundadores são: Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Tottenham, Atlético de Madrid, Barcelona, Real Madrid, Inter de Milão, Juventus e Milan. Essa elite resolveu não se render à vontade da FIFA, e criou sua liga independente. A questão que fica é: será esse o início de uma revolução ou de uma outra forma de segregação?

O VERDADEIRO APAIXONADO

Para um apaixonado por futebol, não tem nada melhor do que ver seu time do coração vencendo e ganhando títulos. Eu sou são paulino, e mesmo sem ver um título há anos (apesar de me contentar com a “Copa Mickey”), fico feliz sendo iludido a cada nova vitória quando penso: “AGORA VAI”! Desde sexta eu estava contente: ganhamos o clássico e, com isso, engrenamos uma sequência de vitórias. Mas nem só do seu time de coração vive o verdadeiro apaixonado… Ele também quer ver o futebol mágico promovido pelos grandes craques.


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A Europa tem os melhores jogadores (e aqui fica o questionamento: Messi ou CR7?). Com o monopólio local, o espetáculo é garantido em todas as ligas nacionais, e todos param para apreciar seus espetáculos. Mas o verdadeiro apaixonado também não se contenta só com isso, não… Ele quer mais: precisa ver Davi desafiando Golias! Ele quer sentir o medo, o arrepio de imaginar o inimaginável, e isto acontecer contra todas as probabilidades. Nesse âmbito, a Liga dos Campeões da Europa entrega tudo isso, e muito mais! Cada partida é única e emocionante, além de despertar emoções que lembraremos até nosso último suspiro.

UMA NOVA ERA NO FUTEBOL

Nesta semana, então, eu esperava ler boas notícias do meu tricolor e novidades sobre os confrontos da semifinal da Champions League, que deveriam acontecer já na semana que vem. Contudo, no domingo à tarde eu li algumas notícias que não eram as que eu esperava: parecia que os principais clubes europeus iriam criar sua própria liga! Confesso que não dei muita importância.

Como sempre faço antes de dormir, dei uma checada no Facebook e vi várias postagens a respeito da Superliga europeia. Resolvi pesquisar um pouco e descobri algo que me irritou e chateou profundamente: os gigante europeus, liderados por Florentino Pérez, haviam criado sua própria liga, a liga de elite do futebol europeu, onde só os mais ricos podem ingressar, e só competirão entre si. Então, parei e me perguntei: “Ué, mas o futebol não era pra todos?”. Essa questão ficou ecoando em minha mente até a manhã de segunda-feira.

O INÍCIO DE UM SONHO!

Acordei cedo e vi mais notícias que me frustraram. Agora, a FIFA e a UEFA ameaçavam tirar os times participantes de suas respectivas ligas e da Liga dos Campeões, além de proibir seus jogadores de defenderem suas seleções. Pensei: “Ótimo! Assim essa palhaçada de Superliga acaba de uma vez!”. Mas não demorou muito para eu reconsiderar: “O futebol é pra todo mundo mesmo? Fica difícil de acreditar quando uma só entidade manda em tudo… Até em quem pode ou não defender sua nação.”. Conversei com meu pai, e ele disse algo interessante: “Será que eles não cansaram do monopólio da FIFA e de decisões que os prejudicavam?”. Sob o mesmo ponto de vista, respirei aliviado pensando que poderia ser o início de uma revolução que libertaria o futebol das amarras que o envolvem.

DEU TUDO ERRADO…

No final das contas, a utopia do futebol livre e para todos acabou desaparecendo. Simplesmente percebi que a moeda desse jogo tem dois lados, e nenhum está limpo. De um lado, a FIFA monopoliza o poder, e do outro, os grandes europeus querem esse monopólio para si. Quando chegamos aqui, talvez fique uma questão: “Mas eles não querem revolução?”. Vou ser direto, a revolução não pode ser para segregar e polarizar ainda mais, mas sim para agregar e ajuntar. Sendo assim, qual o intuito desta “revolução” se os times menores serão excluídos da Superliga? É, meus caros leitores, parece que um novo ciclo vai se iniciar no nosso querido futebol, mas não é como esperávamos…

Por fim, a disputa de poder se acentua, os poderosos se isolam em suas ligas particulares, os pequenos se contentam com as ligas locais e a emoção de ver Davi enfrentando Golias vai chegando ao final. Dessa forma, tudo indica que só estejamos diante de uma outra forma de segregação, e no fogo cruzado só quem perde é o verdadeiro futebol, o futebol raiz jogado por amor e não dinheiro; e, é claro, não poderia me esquecer do apaixonado por futebol, que vai acabar viúvo.

Foto destaque: Reprodução/Internet

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