Calciopédia
·28 de abril de 2023
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A final da Coppa Italia já está definida: em decisão inédita, Inter e Fiorentina vão se enfrentar pelo título da competição. O caminho para Roma, palco do confronto, no entanto, foi diferente para ambas as equipes. Enquanto a Beneamata protagonizou uma semifinal polêmica contra a arquirrival Juventus, a Viola não teve dificuldades contra a Cremonese e assegurou a outra vaga. Confira, abaixo, como foram os jogos.
Mais um Derby D’Italia com os nervos à flor da pele. No entanto, um pouco menos turbulento – dentro de campo – do que o empate no jogo de ida, que teve coros racistas direcionados a Lukaku e polêmicas envolvendo a arbitragem. Aliás, o duelo realizado no Allianz Stadium impactou na escalação dos dois times para a partida da última quarta-feira, em San Siro. A Inter não teve Handonovic e a Juventus não contou com Cuadrado, ambos suspensos. Vlahovic, sem condições físicas, também desfalcou a Velha Senhora.
A partida começou com a Inter tendo mais investidas no ataque. Já a Velha Senhora apostava em transições rápidas ao retomar a bola, um pouco mais atrás. O problema é que o time não foi capaz de fazer isso e sofreu bastante quando a Beneamata apertava no ataque. De tanto tentar, os mandantes conseguiram: logo aos 15 minutos, Barella recebeu na entrada da área e deu um lindo passe para Dimarco, livre, bater no contrapé de Perin e abrir o placar. A torcida nerazzurra foi ao delírio e o próprio ala também, já que é formado nas categorias de base da agremiação e nunca escondeu ser seu torcedor fanático.
Depois do gol, porém, a Inter diminuiu o ímpeto, ainda mais vendo a dificuldade imensa do adversário no ataque. Mesmo assim, os nerazzurri chegaram a levar perigo à zaga da Juventus, mas sem arremates muito insidiosos. Esse panorama seguiu até o final do primeiro tempo.
Na volta dos vestiários, Massimiliano Allegri mudou o esquema tático da Juve: o técnico tirou Kostic, que havia dado condições a Dimarco no gol da Inter, e deu espaço a Milik, mudando a formação de um 3-5-2 para um 4-3-3. Nisso, Alex Sandro foi para a lateral esquerda, enquanto De Sciglio recuou para o flanco oposto.
No entanto, as alterações não resolveram o problema que os bianconeri encararam na primeira etapa: a Juventus continuou com sua paupérrima produção ofensiva. Simone Inzaghi, então, resolveu mexer na Inter: saíram Barella e Dzeko, entraram Brozovic e Lukaku. Mais mudanças seguiriam dos dois lados, com a equipe nerazzurra buscando poupar mais seus jogadores, já que não se via ameaçada de forma alguma. O jogo estava totalmente sob controle.
A maior jogada de perigo do segundo tempo foi também da Inter. Brozovic cobrou a falta e Lukaku chegou a encostar na bola, mas o chute foi para fora. Antes, Dzeko ainda teve um gol anulado por impedimento. No fim das contas, o sossego definitivo da Beneamata foi obtido após a última vez que o árbitro Daniele Doveri soprou o apito naquela noite. Os nerazzurri poderão conquistar o bicampeonato consecutivo e o seu nono título da Coppa Italia.
A maior polêmica aqui, no entanto, se deu após o final do jogo. Furioso com a eliminação, Allegri se desentendeu com diretores da Inter, chegando a bater boca com alguns deles. De acordo com a Gazzetta dello Sport, dois desses diretores foram Giuseppe Marotta e Dario Baccin – com este, no caso, teria havido o início do entrevero. Ainda segundo o jornal, Allegri teria ofendido os dirigentes e dito que o clube “iria terminar em sexto lugar [na Serie A] de qualquer jeito” e que também teria gritado para os seus jogadores, com a intenção de os nerazzurri escutarem, que a Juventus precisaria concluir o Italiano à frente da Beneamata, para que a rival não se classifique para a Champions League. Nesta quinta, dirigentes da Juve telefonaram para os adversários para se desculparem pelos atos do treinador.
Vale lembrar que a Juventus está em terceiro lugar da Serie A e que somente os quatro primeiros vão para a principal competição de clubes da Uefa. Já a Inter, no momento, está em sexto lugar, na zona de classificação para a Conference League. No entanto, caso fature o bi da Coppa Italia, garante vaga para a Liga Europa. Não é o objetivo principal dos nerazzurri, mas pode ser um prêmio de consolação, a depender do que ocorrer na Liga dos Campeões e no próprio Campeonato Italiano.
Com eliminação da Cremonese, Italiano alcançou a primeira decisão no comando da Fiorentina (Getty)
Se os dois clássicos entre Inter e Juventus foram marcados por confusão e bate-bocas, os dois confrontos entre Fiorentina e Cremonese foram bem tranquilos. A Viola tinha o 2 a 0 de vantagem, construído na partida de ida, e poderia perder por um gol de diferença em seus próprios domínios. Não que se esperasse que a Cremo fosse dar muito trabalho: apesar de ter eliminado Napoli e Roma em jogo único, a equipe grigiorossa é a atual penúltima colocada da Serie A, está quase sendo rebaixada e teria de reverter um cenário complicado.
Resumindo a ópera: não foi um jogo muito empolgante. Vincenzo Italiano optou por poupar vários jogadores, dentre eles Amrabat e Martínez Quarta: os dois foram punidos com o cartão amarelo no compromisso anterior e, pendurados, teriam de cumprir suspensão na final, caso fossem novamente advertidos. Como esperado, a Fiorentina controlou o duelo, com algumas boas chances desperdiçadas por Arthur Cabral e Nico González. Terracciano, goleiro violeta, só teve sua baliza ameaçada uma vez ao longo da peleja.
O placar de 0 a 0 foi mirrado, mas garantiu a festa dos 30 mil torcedores presentes no Artemio Franchi. Além disso, resultou também na primeira final de Italiano desde sua contratação, no verão europeu de 2022, e a volta dos gigliati a uma decisão em quase uma década: a última fora na própria Coppa Italia, na temporada 2013-14, quando perdeu o título para o Napoli.
De um lado, teremos uma Inter buscando o bicampeonato consecutivo e, de certa forma, terminar a temporada de forma mais bonita do que os últimos meses indicavam. Do outro, uma Fiorentina também tentando se redimir de uma campanha que poderia ter sido mais regular na Serie A, apesar da arrancada protagonizada a partir de fevereiro. Mas, principalmente, a equipe violeta tentará quebrar um jejum de 22 anos sem títulos e alcançar a sua sétima conquista de Coppa Italia. A final será disputada no dia 24 de maio, quarta-feira, no estádio Olímpico de Roma.
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