Calciopédia
·12 de abril de 2023
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Confesse: você não esperava que este seria o título para a análise do jogo de ida entre Benfica e Inter, válido pelas quartas de final da Liga dos Campeões. Porém, nesta terça, 11 de abril, a equipe treinada por Simone Inzaghi fez uma das suas melhores atuações no ano e venceu o time encarnado, sensação da temporada europeia, em pleno Estádio da Luz, por 2 a 0. A confortável vitória em Portugal aproxima os italianos de uma vaga nas semifinais – e aumenta as chances de a Bota ter um representante na decisão do torneio.
Benfica e Inter chegaram a este confronto na Champions League em momentos bem distintos. O time português, treinado pelo alemão Roger Schmidt, lidera a Primeira Liga com uma vantagem de sete pontos sobre o Porto e já marcou 114 gols na temporada, sendo 23 em oito jogos na principal competição de clubes da Europa. Invicto em nível continental, se classificou ao mata-mata como líder de um grupo que tinha Paris Saint-Germain e a eliminada Juventus, e ainda avançou às quartas com um placar agregado de 7 a 1 aplicado sobre o Club Brugge. Já os nerazzurri não venciam havia seis partidas, só haviam anotado um tento com bola rolando nos últimos 40 dias e ainda deixaram de lutar pelo título da Serie A para amargarem a queda para a quinta posição.
Diante desse cenário, muita gente colocou o Benfica como favorito no confronto. E, de fato, por bola jogada, o time português certamente era (muito) mais convincente. Só que o futebol é traiçoeiro e, novamente, Inzaghi se mostrou um treinador calcado para o mata-mata – ao mesmo tempo em que demonstra sérias limitações em torneios de pontos corridos. O técnico montou um esquema sólido e ainda acertou em todas as escolhas que fez no Estádio da Luz.
Barella abriu o placar para a Inter e João Mário, ex-nerazzurro, cometeu o pênalti que permitiu que os visitantes ampliassem (Getty)
A Inter entrou em campo bem postada defensivamente e focada em prevenir penetrações do Benfica em sua área. A estratégia funcionou muito bem, sobretudo porque Darmian, Acerbi e Bastoni foram bastante diligentes em suas atribuições. No primeiro tempo, os nerazzurri sofreram apenas quando Dimarco se surpreendeu com um cruzamento, acabou errando o corte e, de cabeça, ofereceu a bola para Rafa Silva chutar. Bem colocado, Onana rebateu para longe.
A estratégia dos italianos na etapa inicial foi eficaz na medida em que extinguiu qualquer possibilidade de editores de televisão poderem montar uma seleção de melhores momentos dos primeiros 45 minutos. Depois do intervalo, porém, a Inter saiu mais para o jogo e, logo aos 51, encontrou o seu gol: Bastoni avançou pela esquerda e cruzou na medida para Barella, que atacava o espaço nas costas de Grimaldo, cabecear no contrapé de Vlachodimos.
No restante do segundo tempo, a Inter continuou a se defender bem e pouco sofreu. Aos 56, numa dessas raras ocasiões, a equipe italiana reviveu momentos de tensão no duelo contra o Porto ao ver a bola ficar passeando em sua pequena área. Dumfries e Bastoni, porém, efetuaram cortes providenciais.
Enquanto Lukaku marcou mais uma vez, Onana teve outra atuação segura (Getty)
Com sorte e competência, a Inter voltou a controlar o jogo e só não ampliou 10 minutos depois, com Mkhitaryan, porque Vlachodimos saiu para fechar o ângulo na finalização do armênio. Àquela altura, Inzaghi já havia percebido que só poderia obter o triunfo em Portugal se a sua equipe continuasse bem fisicamente e pudesse diminuir os espaços do adversário desde o seu campo de defesa. Por isso, sacou Dimarco, Martínez e Dzeko para permitir as entradas de Gosens, Correa e Lukaku.
As mexidas funcionaram e a Inter seguiu soberana no Estádio da Luz. No final da peleja, ainda impôs mais um golpe aos mandantes: numa jogada quase idêntica à do primeiro gol, Bastoni levantou para Dumfries, que cabeceou forte e parou no arqueiro grego. O holandês também teve o rebote bloqueado pela zaga e, na sequência do lance, tentou cruzar na área. João Mário, capitão benfiquista e ex-meia nerazzurro, também interveio, mas com o braço: pênalti para a Beneamata. Aos 82, Lukaku cobrou com maestria e deixou os italianos com confortável vantagem no duelo. Dianteira mantida no derradeiro acontecimento da peleja, no qual Onana cresceu sobre Gonçalo Ramos e fez defesa providencial.
Além de colocar a Inter com um pé na semifinal da Liga dos Campeões, o triunfo em Portugal aproxima a Itália de uma vaga na decisão da Champions League – afinal, o outro duelo de quartas neste lado da chave coloca Milan e Napoli frente a frente. Para a Beneamata, a vitória também pode servir de impulso para a saída da crise de resultados na Serie A. E, para os analistas, a atuação servirá de material para o desenvolvimento da resposta para a seguinte pergunta: como Inzaghi pode entregar resultados tão díspares em competições de pontos corridos e em mata-matas?