Sofía Benavidez, do Danubio-URU, em entrevista exclusiva ao Futebol na Veia | OneFootball

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·06 de maio de 2020

Sofía Benavidez, do Danubio-URU, em entrevista exclusiva ao Futebol na Veia

Imagem do artigo:Sofía Benavidez, do Danubio-URU, em entrevista exclusiva ao Futebol na Veia

Seguindo com a cobertura no futebol uruguaio, o Futebol na Veia entrevista a atacante do Danubio-URU, Sofía Benavidez. Sempre atuou como volante pela direita, e às vezes no ataque, posição que atua desde que chegou ao Danubio, jogando como atacante pela esquerda. Vê como principal motivação na carreira a teimosia na busca de um objetivo pessoal. A tenacidade, vontade, disciplina e dedicação, que é a sua motivação no dia a dia, para estar focada no que quer no futuro.

INÍCIO DA CARREIRA E ASCENÇÃO NO FUTEBOL

Começou a jogar aos 13 anos, em quadras de futebol. Dois anos mais tarde, entrou no Wanderers, primeiro time da AUF (Associação Uruguaia de Futebol), onde jogou em duas categorias: juventude e 1ª divisão. Sofía conta com o apoio da família, que estão sempre presentes em seus momentos mais importantes e apoiando de alguma maneira. Bem como, os amigos, que sempre estão lhe incentivando nas arquibancadas.


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DO SONHO À REALIDADE

Com 17 anos, passou a jogar no time homônimo da cidade de Rionegro, nome dado ao time por conter metade das jogadoras de Montevidéu e metade do departamento de Rionegro. Jogando pelo clube foi convocada para a Seleção Uruguaia, em 2014, para disputar o Sul-americano Sub-20, sediado no Uruguai. E anteriormente para um amistoso contra Racing de Córdoba-ARG, onde teve participação com um gol.

Jogou pelo clube Colón por uma temporada e depois ficou fora dos gramados por um ano para se dedicar aos estudos. Em 2017, voltou a jogar pelo antigo clube por mais uma temporada. O time encerrou em 2° lugar no Campeonato Uruguaio e participou da Copa Libertadores, no Paraguai. Posteriormente, veio a integrar o elenco do Danubio-URU, clube que defende há três anos e é uma das capitãs do time.

Devido à pandemia do coronavírus, todos os campeonatos e atividades esportivas relacionadas ao esporte no Uruguai também foram paralisados. No momento, o treino é realizado de modo particular. Uma vez por semana se conecta com a comissão técnica e demais jogadoras através de vídeo conferência, para treinamento e compartilhar alguns momentos.

DESIGUALDADE E LUTA PELA MODALIDADE

Sofía conta que o futebol feminino uruguaio ainda é amador, não tendo contrato profissional com as atletas, podendo ser futuramente, mas ainda faltam muitas coisas para essa etapa. Há apenas um grande clube que recentemente fez três contratos, nos demais, ao final da temporada as jogadoras são liberadas para ir para outro clube. Em trecho da entrevista, fala sobre a evolução que vem ocorrendo no futebol feminino no país:

“Hoje em dia não existem obstáculos, vivemos em uma sociedade mais aberta. Anos atrás, os pais tinham uma filha bebê e não a deixava brincar, havia muita discriminação e preconceito. Mas houve uma mudança em toda a sociedade, é normal ver uma garota jogando bola e se juntando a um time de futebol. Muitas outras escolas de futebol são vistas treinando meninas para acompanhar todo o processo em um único clube. Antes disso, você jogava misturada com homens ou não era facilmente aceita em um time por ser mulher”.

FAMÍLIA: BASE E MOTIVAÇÃO

Sofía já pensou em abandonar o futebol por falta de motivação, pois sentia que era difícil chegar a altura de outros países e ter tudo o que é necessário para treinar. E a relação com outro esporte que gostava muito, porém, não estava alcançando físico e não havia tempo para executar outras atividades. Mas sempre havia seu pai dando uma mão para treinar fora do time e a impulsionado para não abaixar os braços e seguir em frente.

A diferença existente entre clubes de pequeno porte e grandes clubes do Uruguai depende da parte financeira com relação à infraestrutura e competição em campeonatos. Após a Copa do Mundo, que ocorreu ano passado, a modalidade cresce lentamente no país, entretanto, utilizam exemplos os outros países e buscam absorver as experiências para continuar o crescimento uruguaio no futebol feminino.

EXPECTATIVAS PARA O FUTEBOL FEMININO URUGUAIO

A Seleção Sub-20 do Uruguai vem sendo uma das com maior destaque no Sul-americano Sub-20 desse ano. Sofía vê como uma geração de potencial e que vem fazendo história. Vindo de um longo processo, sendo benéfico para conhecimento e compartilhamento de vários períodos juntas na seleção e em torneios continentais.

“Que o futebol feminino uruguaio encontre igualdade de gênero. Que nosso futebol tenha mais visão em todos os lugares e encontre um canal de televisão para cada partida, que possa ser melhor viralizado. As jogadoras não precisem gastar dinheiro de seu bolso, ter que comprar um equipamento de treinamento ou fazer trabalhos para vender sorteios, por exemplo, para pagar um campeonato. Que as pessoas que integram o plantel de futebol feminino sejam profissionais com os estudos concluídos. Cada clube possa fornecer as ferramentas apropriadas e o local correspondente, para treinar em boas condições e se tornar o mais profissional possível”, desabafa Sofía sobre expectativas com para a modalidade.

INSPIRAÇÃO E MOMENTOS MARCANTES

Como toda jogadora, o sonho de Sofía era vestir a camisa da Seleção, que alcançou em 2014. Não apenas a convocação, como também tinha outro sonho que foi realizado: defender o time do Danubio-URU. Mas ainda almeja em sua trajetória, ir para um clube do exterior.

Questionada sobre uma jogadora que gostaria de ter como oponente ou dupla, diz que não tem uma em particular, mas que gostaria que fosse do exterior, pelo estilo de jogo que é totalmente diferente do praticado no Uruguai. Sofía não tem uma referência específica, embora goste de Neymar, por seu estilo de jogo e a habilidade que ele tem com a bola. Com relação às jogadoras, gosta de Megan Rapinoe por ser uma referência e lutadora social.

Sofía fala sobre o gol mais importante de sua carreira: “Jogando um amistoso com meu time na época época, o Rionegro City e marcando o 2 x 1 contra o Racing de Córdoba. Foi o meu 1° gol por uma equipe estrangeira, fiquei muito feliz, mas ao mesmo tempo um pouco triste, porque aquele dia era apenas o aniversário do meu pai e eu não podia gastá-lo com ele, pois ele jogava fora da capital, mas feliz em converter e dedicar a distância”.

UMA PARTIDA HISTÓRICA

Do mesmo modo, têm também o jogo que considera mais importante em sua carreira. No ano passado, jogando em casa, pelo time atual, Danúbio. Onde estavam perdendo no 1° tempo um clássico por 4 x 0 e em 20 minutos no 2° tempo marcaram quatro gols, sendo ela responsável pelo 3° e 4° gol do jogo.

“Foi algo histórico por não perder o clássico, pois foi o primeiro que jogamos e saímos empatados, com muita garra e coração. Inesquecível naquele momento no final do jogo, ninguém podia acreditar porque dávamos como perdido”, conta Sofía.

O pior momento que considera em sua carreira foi quando sofreu uma lesão no quadrinhos em um jogo e ficou um mês afastada dos campos. Eventualmente, perdeu somente uma partida, porque choveu alguns domingos e as datas foram suspensas. E outros domingos, houveram problemas no futebol masculino, que afetou o feminino também. Mas, da mesma maneira, não pôde treinar ao lado de meus colegas. Ao final, diz um pouco sobre suas companheiras de equipe e características que admira em Pame de Armas e Fer Nanda Tenório:

“Em Pamela, a maneira de expandir quando se trata de falar para o público e o desejo que ela coloca em suas atividades pessoais que são além do treinamento de futebol. E Fer Nanda, sua característica pessoal de incentivar, e ser positiva na hora de realizar algum tipo de tarefa, profissionalmente dá seus 100% em cada treinamento”.

Foto destaque: DIVULGAÇÃO/DANUBIO FEMENINO

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