Jogada10
·04 de junho de 2025
Sob risco de banimento: julgamento de Lucas Paquetá é concluído na Inglaterra

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·04 de junho de 2025
Lucas Paquetá terá uma árdua missão pelos próximos dois meses: ser paciente na espera. Isso porque o julgamento que apura seu suposto envolvimento em manipulação esportivas se encerrou oficialmente nesta semana, na Inglaterra. O veredito, porém, só se tornará público entre 30 e 60 dias — prazo este que gerou incômodo na diretoria do clubes inglês. Os The Hammers contavam com uma resolução mais célere a fim de se alinhar com o planejamento de elenco.
Retomada no mês passado, a audiência teve início em março deste ano — quase um ano após o pontapé das investigações da Federação Inglesa de Futebol (FA). O brasileiro responde por quatro infrações graves à Regra E5.1 do regulamento disciplinar da FA. Há, ainda, duas violações à Regra F3, por suposta omissão de informações e documentos solicitados no processo.
A Federação alegar ter encontrado cerca de 60 apostas registradas em nome de pessoas ligadas à Ilha de Paquetá. A maioria com vínculo direto ao atleta e utilizando da mesma plataforma, a Betway, que patrocina o West Ham.
A FA alega que o meia teria influenciado intencionalmente a própria conduta para facilitar apostas envolvendo cartões amarelos. Quatro partidas — todas da Premier League — estão sob suspeita de manipulação:
• West Ham 0 x 2 Leicester (12/11/2022): cartão amarelo por carrinho em Boubakary Soumare.
• West Ham 1 x 1 Aston Villa (12/03/2023): o meia acertou McGinn no círculo central, durante um contra-ataque.
• West Ham 3 x 1 Leeds (21/05/2023): o jogador derrubou Crysencio Summerville por trás.
• Bournemouth 1 x 1 West Ham (12/08/2023): dividiu uma bola aérea de forma considerada exagerada pela arbitragem.
Tais infrações se concentram na Regra E5.1, que proíbe qualquer tentativa de influenciar aspectos de uma partida para fins impróprios. A FA entende que Lucas agiu com o intuito de beneficiar financeiramente terceiros por meio de apostas relacionadas às suas advertências em campo.
A federação também considera o descumprimento da Regra F3, que trata da obrigatoriedade de colaborar integralmente com investigações. Segundo o órgão, o meia não apresentou todos os documentos exigidos, o que agravaria sua situação disciplinar.
A legislação da FA não determina penas específicas para a Regra E5.1, mas precedentes indicam que casos dessa gravidade podem resultar desde uma suspensão mínima de seis meses até o banimento definitivo do futebol. “Lutarei com todas as minhas forças para limpar meu nome”, declarou o meia ao negar todas as acusações.
O prazo para o veredito incomodou o West Ham, visto que o clube busca saber se poderá contar com o jogador na próxima temporada. Ainda assim, enquanto não há posicionamento oficial, o meia segue liberado para atuar normalmente.
Além disso, mesmo em caso de punição, o jogador poderá recorrer dentro da própria Federação Inglesa. Posteriormente, se necessário, o caso pode ser levado à Corte Arbitral do Esporte (CAS). Há, ainda, a possibilidade da homologação da pena apenas no Reino Unido. Ou seja, Paquetá ficaria disponível para jogar por equipes de outros países.
Se a sanção seguir à Fifa, como ocorre habitualmente, a suspensão terá alcance e vigência global. Nesse cenário, o meia não poderia mais atuar profissionalmente.
O inquérito também causou impactos comerciais. Em 2023, o Manchester City chegou a encaminhar a contratação do meia por cerca de 80 milhões de libras. A negociação, entretanto, acabou interrompida pelo início das investigações. Assim, além do possível banimento, o atleta sofreu perdas financeiras significativas e viu um salto na carreira ser adiado de forma indefinida.