Jogada10
·13 de dezembro de 2024
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O Brasil presenciou uma eliminação precoce de uma equipe nacional na disputa da Copa Intercontinental, o Botafogo. O time ganhou a Conmebol Libertadores e o Brasileiro em um intervalo de apenas duas semanas. Mas, horas depois da conquista da Série A, viajou para o Qatar. Enfim, pouco mais de 24 horas após desembarcar em Doha, estreou no Intecontinental e perdeu para o Pachuca: 3 a 0. Eliminado.
Sem destacar os aspectos tático e técnico, que também interferiram no resultado surpreendente para o Pachuca, do México, o esgotamento físico foi evidente entre os atletas do Fogão. Tanto que o técnico Arthur Jorge tomou a iniciativa de poupar alguns dos seus titulares para uma sequência dentro da competição. Um movimento que comprova o quanto o calendário do clube carioca não o perdoou neste fim de temporada.
Somando todas as competições durante o ano, incluindo Carioca, Copa do Brasil, Brasileirão e Libertadores, o Alvinegro entrou em campo 74 vezes antes de disputar a Intercontinental. Segundo com maior número de jogos depois do Botafogo no torneio de fim de ano, o Real Madrid terá realizado 56 partidas em 2024 até a sua estreia na competição. Enfim, uma diferença de quase 20 jogos.
Médica do esporte e nutricionista, especialista em gestão de saúde e performance de atletas, a Dra. Flávia Magalhães explica que não há como negar que a parte física pesou no desempenho do time brasileiro. Vale lembrar que o Pachuca teve cerca de um mês de preparação para entrar em campo na quarta-feira (11/12).
“O calendário do futebol brasileiro e sul-americano tem características que prejudicaram o desempenho do Botafogo no torneio da Fifa, com o desgaste físico por se tratar de final de temporada. Contudo, para as outras equipes, como o Pachuca, ainda é meio da temporada. Dessa forma, isso faz com que elas estejam em um melhor ritmo competitivo e com menos cansaço. Há também outro aspecto que pode interferir na parte emocional, que são as questões das transferências, com muitos atletas já em fase final de contrato”, revela Flávia.
A médica lembrou que o Botafogo jogou 74 partidas em 2024, muito acima da média de clubes em ligas europeias ou de outros continentes.
“O número excessivo de jogos, combinado com viagens longas entre cidades e estados no Brasil, sobrecarrega os jogadores, aumentando o risco de lesões. Assim, o resultado é o aumento de problemas musculares, fadiga crônica. E, muitas vezes, ocorre uma queda na qualidade técnica dos jogos. Esse cenário afeta diretamente a saúde dos jogadores e, em competições internacionais, coloca os clubes brasileiros em desvantagem em relação a adversários que possuem um calendário mais equilibrado”, finaliza Flávia.