Simeone, sobre Guardiola: “Aqueles com um grande léxico te elogiam com desprezo, mas não somos tontos” | OneFootball

Diego Simeone não escondeu a frustração pela eliminação do Atlético de Madrid na Champions League, mas falou sobre o orgulho que fica e o reconhecimento da torcida. O treinador, porém, também indicou certo enfado com o Manchester City e, em especial, com Pep Guardiola. Perguntado se o técnico adversário foi desrespeitoso por seus comentários entre os jogos, quanto à maneira como o Atleti atuou na ida, o argentino não foi específico, mas deixou claro que sentiu um desprezo nas palavras do espanhol.

“Não tenho motivo para opinar e acreditar que alguém fala mal ou bem. Muitas vezes, aqueles que têm um grande léxico são muito inteligentes e te elogiam com desprezo. Mas, bom, não somos tão tontos tampouco os que talvez tenhamos menos léxico”, comentou Simeone.

Outra cena marcante, ao final do duelo, foram os aplausos de Cholo que pareciam ironizar o City. Ele desconversou: “Em nenhum momento aplaudi o banco rival, aplaudi a nossa torcida. Aplaudi de um lado e de outro, para onde estavam as pessoas. Parecia justo aplaudir algo que se notava muito fortemente, o que se passava no jogo. Os jogadores estavam dando à nossa torcida tudo o que ela queria, mas não conseguimos a classificação, que era o mais importante”.

Sobre a partida, Simeone valorizou a maneira como o Atlético de Madrid competiu e como se doou durante todo o tempo contra um adversário superior. Apesar disso, o argentino não negou que o mais importante é mesmo ganhar.

“Como tudo na vida há prioridades. A primeira para mim, absolutamente, é ganhar. Posteriormente é ficar orgulhoso pelo que fazemos. Temos uma torcida extraordinária, que esteve em toda a partida empurrando a equipe, e ao final respondeu ao que a equipe deu dentro de campo. Não tenho nenhuma dúvida que sinto orgulho da equipe que o Atlético de Madrid tem, porque compete e sabe que vai competir. Porque temos nossas formas – ruim, boa ou regular, que gostam ou que não gostam. Mas competimos e isso é muito difícil de alcançar. Estes jogadores, aqueles que passaram por aqui antes, conseguiram isso. E olhar na TV que as pessoas se atirem de cabeça a cada bola, sabendo que os outros são melhores, tem um extra”.

Questionado sobre a maneira como o City amarrou a partida no fim, Simeone também desconversou: “Considero que o futebol tem um montão de facetas e não vou opinar como o rival se comportou. Vocês são muito capazes, veem muito clinicamente tudo e trazem sempre uma opinião, porque o futebol garante muitas opiniões. Ficamos com o nosso. Jogar contra possivelmente a melhor equipe do mundo e perceber que pudemos competir tão bem não me deixa em paz, não me deixa contente, porque o único que me deixa contente é vencer. Mas me dá a tranquilidade para, quando deitar, pensar no meu pai, em Luis Aragonés, nos que se foram na pandemia, que viram lá de cima sua equipe competindo muito bem”.

Por fim, Simeone exaltou a forma como o Atlético de Madrid conseguiu anular as virtudes do Manchester City e teve chances de classificação: “Fico chateado porque ficamos fora, você sempre quer ganhar não importa como. Sempre se festeja a vitória, porque o mais importante é ganhar. E, a partir daí, faz uma eliminatória muito difícil, contra um adversário extraordinário, que marca dois ou três gols por partida. Nesses dois jogos conseguimos segurar essa fortaleza, esse jogo associativo extraordinário que eles têm. No primeiro jogo não tivemos tantas situações de gol, mas hoje tivemos, principalmente no segundo tempo, algumas situações que nos fariam ganhar. Não tivemos contundência”.