Jogada10
·23 de junho de 2025
Simeone no Botafogo? Ex-diretor revela discussão em 2011

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Já há quase 15 anos no comando do Atlético de Madrid, Diego Simeone poderia ter parado no Botafogo antes de iniciar sua caminhada nos Colchoneros. É o que afirmou o ex-diretor do Glorioso, Sidnei Loureiro, em entrevista divulgada pela Fifa nesta segunda-feira (23/6), dia em que espanhóis e brasileiros duelam por vaga nas oitavas de final do Mundial de Clubes.
Na ocasião, em março de 2011, o Botafogo havia demitido Joel Santana, ficando sem treinador. Buscando inovar no mercado, Loureiro sugeriu, então, a contratação de um jovem Diego Simeone, que era famoso como atleta, mas pouco reconhecido como técnico.
“A gente estava reunido e discutindo: ‘Vamos inovar, não vamos inovar… vamos trazer quem?’ Eu chego, então, para todo mundo e falo: ‘Eu tenho um nome: o do (Diego) Simeone’. Fiquei estudando futebol com ele por oito meses e me surpreendeu como ser humano, em termos de humildade e caráter. Porque como jogador a gente, como brasileiro, na verdade, não gostava dele porque ele batia em todo mundo, brigou com o Romário, era muito ruim jogar contra ele. Eu tinha essa visão e tudo mudou nesse curso que a gente esteve junto”, revelou.
Loureiro seguiu, afirmando que recebeu ‘risadas’ após a sugestão. Ele, aliás, foi tachado de ‘maluco’ na reunião.
“Foi uma risada na mesa, no entanto. A gente também vivia numa época – vamos dizer, 15, 16 anos atrás – que também não tínhamos tanta informação como hoje. E a reação foi na linha de ‘como assim ‘Simeone’, está maluco?’. Não decidiram tentar e hoje muita gente lembra disso e fala: ‘E se tivéssemos trazido o Simeone naquele ano, quem sabe o que teria acontecido?’ Mas, infelizmente, o que temos é apenas o ‘se’ nessa história”, ponderou.
Atualmente, o ex-dirigente é um dos sócios da Licenci Sports + Tech, empresa especializada em licenciamento em escolinhas de futebol, com parceria com o Glorioso, entre outras equipes, e unidades nos Estados Unidos. Loureiro, então, brincou com a famigerada frase ‘têm coisas que só acontecem com o Botafogo’. Para ele, o mesmo vale para o Atlético de Madrid, citando a final da Liga dos Campeões de 2014.
“Eu mencionei isso naquele período e até brinquei que o Atlético – onde Simeone passou cinco temporadas da sua carreira como atleta – é muito parecido com o Botafogo. É aquele time sofrido, tem aquela coisa de só acontece com o Botafogo e só acontece com o Atlético também. Sofrer gol de Sergio Ramos nos descontos do segundo tempo em final de Liga dos Campeões da Uefa”, disse, antes de encerrar.
“Na minha visão, o Botafogo era um time que tinha de jogar de maneira reativa. Até pelas condições financeiras, do poder de contratação de grandes atletas, que a gente não tinha. Você precisava de um treinador que tivesse esse perfil, que eu acho que foi o que o Simeone fez no Atlético. Com o investimento que o Atlético tem, tão diferente de vários clubes bilionários europeus, o cara bateu duas finais de Champions, ganhou o Campeonato Espanhol, está sempre brigando”, finalizou.