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·29 de julho de 2025
Simeone completa uma década e meia em Madri e promove reformulação bilionária

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Na temporada em que completa 15 anos no comando do Atlético de Madrid, Diego Simeone recebeu um cheque em branco e comandou uma reformulação no elenco colchonero. O clube espanhol aceitou abrir os cofres para buscar jovens reforços e impedir a quinta temporada sem taças.
Desde o início da janela de transferências, o Atlético confirmou a compra de oito jogadores, sendo dois que já estavam no elenco e apenas foram adquiridos em definitivo: o goleiro Juan Musso, vindo da Atalanta e Clément Lenglet, vindo do Barcelona.
As duas singelas permanências, financeiramente falando, abriram uma janela ambiciosa dos Colchoneros. Sem medir esforços, o Atlético buscou Álex Baena, campeão olímpico e da Euro com a Espanha, para ser o novo dono da camisa 10.
O Atleti comprou o meia junto ao Villarreal por 42 milhões de euros, cerca de R$ 270 milhões, no seu maior investimento nesta janela.
A reformulação no meio-campo de Diego Simeone também passou pela contratação de dois nomes conhecidos no futebol brasileiro. Destaque do Betis nas últimas duas temporadas, a cria do Inter Johnny Cardoso foi mais uma contratação doméstica do clube espanhol ao custo de 30 milhões de euros (R$ 193 milhões).
Campeão da Libertadores e do Brasileirão pelo Botafogo, Thiago Almada ocupou a cota hermana no pacote colchonero para ser mais um reforço no novo meio-campo do Atlético. Após a temporada por empréstimo no Lyon, o clube espanhol venceu a corrida contra o Benfica e garantiu a chegada do argentino por cifras semelhantes às pagas por Johnny.
As laterais também foram pontos de atenção para Simeone nesta janela. Por cerca de 33 milhões de euros (R$ 212 milhões), o Atlético buscou o italiano Matteo Ruggeri na Atalanta para reforçar o lado esquerdo e o espanhol Marc Pubill, no Almería, para o corredor direito.
Disposto a encontrar novas opções para todos os setores, o Atleti também aproveitou uma oportunidade de mercado e não pensou duas vezes antes de aproveitá-la. David Hancko, alvo antigo de Simeone, foi recusado pelo Al Nassr, em situação inusitada, e rumou para Madri por quase R$170 milhões.
No final das contas, o saldo no mercado colchonero superou as cifras de R$1 bilhão em reforços. Ainda assim, o clube ainda monitora nomes que possam encaixar nas lacunas identificadas por Diego Simeone.
Assim como o Atlético não fez cerimônia para investir alto, o clube também não dificultou as saídas do elenco, mesmo se tratando de nomes que poderiam continuar com oportunidades com Simeone.
Antes mesmo do final da temporada, o time de Madri já havia concretizado o primeiro fim de vínculo ao liberar Ángel Correa para seguir a sua carreira no futebol mexicano, após uma década de serviços prestados ao clube.
Rodrigo Riquelme, cria da base, também optou por um destino onde tivesse mais minutos em campo e reforçou o Real Betis. Arthur Vermeeren foi outro nome a deixar um bom valor aos cofres do clube em transferência definitiva ao RB Leipzig.
Por fim, a última grande venda do time espanhol está próxima de ser concretizada em conjunto com o futebol brasileiro com a transferência de Samuel Lino ao Flamengo. Embora não estando no planejamento de saídas, o time espanhol não dificultou as negociações que deixaram 22 milhões de euros (R$ 143 milhões) nos cofres do clube.
Além das vendas, o Atlético não hesitou em liberar nomes em final de contrato. Reinildo Mandava preferiu se aventurar na Premier League e Saúl Ñíguez desembarcou no Flamengo.
Axel Witsel e César Azpilicueta também foram comunicados que não estavam nos planos para a próxima temporada e já se despediram de Madri, apesar de ainda não terem um destino definido.
A saída mais inesperada para Simeone se tornou Rodrigo De Paul, titular do time e pilar do meio-campo. O argentino decidiu se juntar a Messi no Inter Miami e não sofreu nenhuma resistência do lado do Atlético, corroborando com a postura "desapegada" do clube nesta janela.
A reformulação abriu espaço para a chegada dos novos reforços e também garantirá cerca de meio milhão de reais aos cofres do clube, aliviando o custo dos investimentos feitos.
A reformulação chega em resposta a mais uma temporada atingindo os objetivos mínimos, mas distante dos feitos maiores. Sem conquistar um título há quatro temporadas, o Atlético não conseguiu bater de frente com Real Madrid e Barcelona no Campeonato Espanhol e acabou eliminado pelos rivais também nas copas.
Embora o início animador de temporada, em resultado e desempenho, os Colchoneros sofreram uma pane após a eliminação em casa para o Real, nos pênaltis, na Liga dos Campeões e viram a temporada desandar.
Também no Metropolitano, o time de Simeone viu a sua melhor chance de título escapar pelos dedos, após deixar a vantagem escapar na Copa do Rei e ser eliminado pelo Barcelona no jogo de volta.
A passagem discreta pelo Mundial de Clubes colocou um ponto final em um segundo semestre frustrante.