Gazeta Esportiva.com
·01 de fevereiro de 2025
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Sebastian Coe, apostando em sua experiência como dirigente, acredita que pode ser o próximo presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), depois das apresentações dos sete candidatos na última quinta-feira (30).
Em entrevista à AFP, um dia depois do breve discurso de apresentação de seu projeto em Lausanne (Suíça), o presidente da Federação Internacional de Atletismo (World Athletics) espera que suas palavras tenham sido convincentes.
“Não se pode fazer muito em 15 minutos. Depois de dizer algumas palavras de cortesia, você já tem que olhar para o relógio em contagem regressiva”, admitiu o ex-atleta britânico.
“Espero ter conseguido passar um enfoque sério sobre o cargo”, disse. “A apresentação é importante, mas o que realmente importa é o conteúdo”.
Coe é o único dos sete candidatos que defende que os membros do COI tenham mais voz, algo que ele considera “fundamental”. Além disso, ele tem a vantagem de poder apresentar um balanço de gestão por conta de sua etapa à frente da World Athletics, que comanda desde 2015.
“Uma das coisas que acredito que consegui na World Athletics é ter uma organização muito fluida de cima a baixo”, ressaltou.
“Não comparo nem um pouco o que eu herdei na World Athletics com o que herdaria no Comitê Olímpico Internacional, mas minha proposta geral e meu estilo são muito claros”, continuou.
“Se você tem pessoas realmente inteligentes ao seu redor e tem ambição de se cercar de pessoas mais inteligentes do que você, aproveite isso. Não lidere discretamente”, defendeu.
Premiações
Um dos pontos que Coe terá que enfrentar em sua tentativa de ser presidente do COI nas eleições de março, em Atenas, é o mal-estar gerado no Movimento Olímpico por sua decisão de conceder premiações aos campeões olímpicos do atletismo, começando pelos Jogos de Paris 2024.
Essa medida “respondia aos interesses” de seu esporte, embora tenha sido tomada sem consultar outras federações internacionais.
Uma das principais adversárias de Coe na corrida eleitoral do COI, a ministra da Juventude, Esportes e Artes do Zimbábue e ex-nadadora Kirsty Coventry, afirmou na quinta-feira que defende dar assistência financeira aos atletas no início de suas carreiras.
“Disse à ASOIF (Associação de Federações Internacionais Olímpicas de Verão) que, pensando bem, teria anunciado e feito de outra maneira”, reconheceu Coe.
“Ontem não falei sobre prêmios em dinheiro. Falei, sim, sobre a minha ideia de dar aos atletas dados, ativos e conteúdos para que possam gerar mais renda fora das competições. Isso é algo importante. Acho que podemos fazer muito em relação a isso”, considerou.
Em um primeiro momento, Coe pode parecer um perfil óbvio para suceder Thomas Bach à frente do COI, mas nos últimos meses, segundo vários especialistas, sua candidatura encontrou vários obstáculos.
Idade não importa
Por exemplo, a questão da idade. Aos 68 anos e de acordo com as normas, Coe só poderia ocupar a presidência por dois anos. Outro adversário, o espanhol Juan Antonio Samaranch Jr, tem 65 anos.
O britânico acredita que a questão não tem muita importância no momento.
“Fui considerado elegível para me candidatar e, apesar de estar resfriado, consegui correr 40 minutos ontem de manhã. Faço exercício todos os dias durante uma hora”, explicou o bicampeão olímpico nos 1.500 metros (1980 e 1984) e duas vezes medalha de prata nos 800 metros (também em 1980 e 1984).
É bastante “analógico” falar da idade das pessoas, reitera Coe.
“Em qualquer outra empresa ou organização existem normas e códigos muito claros sobre a idade nas entrevistas e outras questões. Mas é assim que as coisas são”, explica.
Além de seu trabalho na World Athletics e seu passado como atleta, Coe acredita que pode usar sua experiência como parlamentar britânico e como chefe dos organizadores dos Jogos Olímpicos de Londres 2012.
Tudo isso para alcançar a presidência do COI, que para ele seria “uma paixão, não um trabalho”.
Os membros do COI, que votarão no dia 20 de março, terão a última palavra.